5 questões sobre Crescimento que já caíram nas provas

5 questões sobre Crescimento que já caíram nas provas

Como um dos temas mais cobrados no bloco de Pediatria, Crescimento não pode ficar de fora da sua lista de estudos. É importante revisar seus conhecimentos sobre avaliação do crescimento, as curvas da Organização Mundial de Saúde (OMS), diagnóstico nutricional, alvo genético, entre outros. Siga no texto e confira algumas questões para colocar em prática o que você vem estudando para as provas de residência médica e revalidação de diplomas em medicina! 

Conceito de Crescimento e avaliação

Para entender a avaliação do crescimento, é importante saber seus parâmetros antropométricos, que são peso, comprimento e perímetro cefálico

  • Peso: o peso médio ao nascimento é de 3.300g, que deve dobrar aos 5 meses de vida e triplicar com 1 ano. 
  • Comprimento: a velocidade de crescimento difere em diversas fases da vida, sendo seu valor médio em uma criança pré-púbere em idade pré-escolar de 6 cm/ano. No primeiro ano de vida, o crescimento é de cerca de 25 cm, e no segundo de 10 a 12 cm. 
  • Perímetro cefálico: reflete o crescimento cerebral e é muito acelerado nos dois primeiros anos de vida. Ao nascimento o PC é de 33 a 36 cm; aos 2 anos de 47 a 51 cm, aos 3 anos semelhante ao adulto. 
Se preferir, confira o resumo antes de resolver as questões: ResuMED de avaliação do crescimento: parâmetros, curvas, diagnósticos e muito mais!

Como o tema possui extrema prevalência nas provas de Residência Médica, o Portal de Notícias do Estratégia MED trouxe 5 questões sobre Crescimento que já caíram nas provas para ajudar, na prática, a sua preparação para as próximas seleções.

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Hospital Vila Verde (2024)

Sobre o crescimento e seus distúrbios na pediatria:

I. No 4º trimestre, é esperado um ganho de 100 g/mês.

II. No 1º trimestre, é esperado um ganho de 700 g/mês.

III. No 2º trimestre, é esperado um ganho de 400 g/mês.

Das proposições acima:

A) Apenas II está correta.

B) Apenas III está correta.

C) Apenas II e III estão corretas.

D) Todas estão corretas.

Confira a resolução

Resolução: Olá Estrategista,

Temos aqui, uma questão que aborda o ganho de peso no primeiro ano de vida.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, o  ganho de peso médio esperado para recém-nascido (RN) nascido a termo, adequado para idade gestacional e com peso no percentil 50, é:

700 g/mês (25 a 30 g/dia) no primeiro trimestre,

600 g/mês (20 g/dia) no segundo, 

500 g/mês (15 g/dia) no terceiro,

300 g/mês (10 g/dia) no quarto trimestre.

Vamos analisar as afirmações:

I. INCORRETA, no quarto trimestre o ganho é de  cerca de 300 g/mês

II. CORRETA, esse peso é o peso médio esperado, mas pode chegar a 900g/mês se o bebê engordar 30g/dia.

III. INCORRETA, no 2º trimestre, é esperado um ganho de 600 g/mês.

Então, correta A, porque mencionou que a afirmação II é correta.

Faculdade de Medicina do ABC – FMABC (2024)

Adolescente, sexo feminino, 12 anos de idade, está em consulta de rotina. Ela refere estar incomodada, porque é mais baixa que a maioria das colegas de escola, deseja algum tratamento para crescer mais. Não tem nenhum antecedente patológico relevante, se alimenta bem, faz atividade física regularmente, 4 vezes na semana, sem nenhum ponto relevante na anamnese. Ao exame clínico, tem estágio puberal M1P1, sem nenhuma alteração ao exame clínico. Na consulta de hoje tem estatura de 142 cm, na consulta de 1 ano atrás era 137 cm. Mãe tem estatura de 163 cm e lembra que menstruou aos 14 anos. Pai tem estatura de 178 cm e não lembra de nenhum marco puberal. O exame que confirmará a hipótese diagnóstica mais provável é

A) dosagem de IGF1 e IGFBP3.

B) radiografia de punho esquerdo para determinação de idade óssea.

C) dosagem de TSH e T4L.

D) ressonância magnética de encéfalo.

E) ultrassonografia de pelve e dosagem de LH, FSH e estradiol.

Confira a resolução

Resolução: Olá Estrategista,

Vamos compilar os dados mais importantes:

-adolescente de 12 anos

-problemas de crescimento

-previamente hígida

-impúbere

-velocidade de crescimento de 5cm/ano (normal entre 5 e 7cm/ano)

-menarca materna relativamente tardia

Vamos agora, calcular o alvo genético:

(163+178-13)/2=161,5cm (estatura normal)

Com esses dados, observamos um padrão familiar lento para o início da puberdade. Esse dado nos remete ao atraso constitucional do crescimento e puberdade (ACCP). Nessa condição, o padrão de estatura familiar é normal, a idade óssea é atrasada e a velocidade de crescimento é normal. Essas crianças iniciam a puberdade mais tardiamente que outras crianças e têm sua idade óssea atrasada. Além disso, encontra-se história familiar de atraso puberal. Nesse caso, o prognóstico final é de estatura adequada, ou seja, semelhante ao alvo genético.

Dessa forma, concluímos que o exame que pode corroborar o diagnóstico é a idade óssea (radiografia de punho) que deve estar atrasada em relação à idade cronológica.

Portanto, correta B, vamos avaliar a idade óssea dessa adolescente.

Exame Nacional de Residência Médica EBSERH – ENARE (2024)

Entre os anos de 2015 a 2017, houve Emergência em Saúde Pública devido ao aumento na ocorrência de nascidos vivos com microcefalia no Brasil associada à epidemia do vírus Zika, época em que foram registrados 4.595 nascidos vivos com essa malformação congênita. A partir desse episódio, foi possível confirmar a associação entre o vírus Zika e a microcefalia. Assinale a alternativa que define corretamente a microcefalia grave.

A) Recém-nascidos com perímetro cefálico inferior a 3 desvios-padrão, ou seja, mais de 3 desvios-padrão abaixo da média para idade gestacional e sexo.

B) Recém-nascidos com perímetro cefálico inferior a 2 desvios-padrão, ou seja, mais de 2 desvios-padrão abaixo da média para idade gestacional e sexo.

C) Recém-nascidos com perímetro cefálico inferior a 1 desvio-padrão, ou seja, 1 desvio-padrão abaixo da média para idade gestacional e sexo.

D) Recém-nascidos com perímetro cefálico superior a 3 desvios-padrão, ou seja, mais de 3 desvios-padrão acima da média para idade gestacional e sexo.

E) Recém-nascidos com perímetro cefálico superior a 2 desvios-padrão, ou seja, mais de 2 desvios-padrão acima da média para idade gestacional e sexo.

Confira a resolução

Resolução: Olá, Estrategista, questão conceitual. 

A microcefalia é uma anomalia congênita caracterizada pela redução do perímetro cefálico. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a microcefalia com base nos seguintes critérios:

Microcefalia: recém-nascidos com perímetro cefálico inferior a 2 desvios-padrão, ou seja, mais de 2 desvios-padrão abaixo da média para idade gestacional e sexo;

Microcefalia grave: recém-nascidos com perímetro cefálico inferior a 3 desvios-padrão, ou seja, mais de 3 desvios-padrão abaixo da média para idade gestacional e sexo.

Assim, correta a alternativa A.

Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ/PRÓ-MFC (2023)

Déficit de crescimento não é considerado uma doença, mas sim uma manifestação de carência nutricional. Uma condição associada a esse déficit na faixa etária de 2 a 8 meses é:

A) restrição de crescimento intrauterino

B) alergia à proteína do leite de vaca

C) doenças metabólicas

D) giardíase

Confira a resolução

Resolução: Olá Estrategista,

Nos primeiros dois anos de vida a criança depende muito mais da nutrição do que dos fatores genéticos para crescer. Assim, os agravos nutricionais são muito importantes e podem causar repercussões graves para os lactentes.

Sabemos que os agravos nutricionais podem ser de duas origens:

primários: relacionados à insegurança alimentar

secundários: doenças que levam a um comprometimento do ganho de peso e estatura, tais como a fibrose cística, cardiopatias, doença celíaca, alergia à proteína do leite de vaca, doenças renais, entre outras. 

O enunciado dessa questão é bastante específico e solicita uma condição associada a déficit  nutricional na faixa etária de 2 a 8 meses, sendo encontrada na alternativa B: a alergia à proteína do leite de vaca tem como principal sintoma, a hematoquezia, além de outros sinais que podem estar presentes, como irritabilidade, anorexia, perda ou dificuldade de ganho de peso e sintomas sistêmicos alérgicos, como respiratórios ou cutâneos. 

Desta forma, correta a letra B. 

Revalida INEP (2011)

Adolescente do sexo masculino, com 14 anos de idade, busca atendimento em Unidade Básica de Saúde por considerar sua estatura muito baixa. O seu peso ao nascer foi de 3 Kg e o comprimento, de 50 cm. Manteve-se com velocidade de crescimento adequada até os dois anos de vida. Depois desse período, o pediatra constatou desaceleração no padrão de crescimento. Atualmente, apresenta velocidade de crescimento e estatura compatíveis com a idade óssea. Estágio de Tanner = 1; idade óssea = 13,5 anos; radiografia de crânio normal. 

Qual a conduta adequada para essa situação?

A) Encaminhar o paciente para endocrinologista para indução puberal imediata com testosterona.

B) Referenciar o paciente para endocrinologista para indução imediata do crescimento com sulfato de zinco.

C) Acompanhar a evolução e não referenciar o paciente nesse momento, pois trata-se de atraso puberal constitucional.

D) Referenciar o paciente para endocrinologista para investigação imediata de hipogonadismo hipogonadotrófico.

E) Não referenciar o paciente e tranquilizá-lo, pois não há evidência de atraso puberal.

Confira a resolução

Resolução: GABARITO: ALTERNATIVA C

Caro aluno,

A baixa estatura é definida como estatura abaixo de 2DP da média populacional de altura para gênero e idade ou percentil abaixo do Percentil 3.

Ao avaliar pacientes com baixa estatura, dados como velocidade de crescimento, altura dos pais (para o cálculo do alvo genético), estadiamento puberal e idade óssea são fundamentais.

As principais causas de baixa estatura são:

• Causas não endócrinas: doenças crônicas (fibrose cística,doença celíaca, desnutrição doenças reumatológicas, cardiopatias, síndrome nefrótica, entre outras) 

• Causas endócrinas: deficiência de hormônio de crescimento, hipotireoidismo, Síndrome de Cushing, hiperplasia congênita de adrenal, hipopituitarismo, puberdade precoce e tardia, diabetes mellitus descompensado.

• Síndromes genéticas: síndrome de Noonan, síndrome de Silver Russel, síndrome de Willians, síndrome de Turner, Síndrome de Prader Willi.

• Baixa estatura familiar

• Atraso constitucional de estatura e da puberdade

• Pacientes pequenos para a idade gestacional

Vamos analisar o caso apresentado:

• Adolescente do sexo masculino de 14 anos,

• Atraso puberal (puberdade normalmente se manifesta em meninos dos 9 aos 14 anos),

• Peso e estatura normais ao nascimento,

• Velocidade de crescimento adequada para a idade óssea,

• Estatura compatível com a idade óssea,

• Idade óssea normal

• Radiografia de crânio normal.

Veja algumas dicas para resolver as questões de baixa estatura.

• no retardo constitucional do crescimento e puberdade (RCCP), a velocidade de crescimento é normal, a idade óssea e puberdade são atrasadas e existe em geral antecedente familiar para RCCP. A estatura final é normal e o adolescente demora mais que os colegas da mesma idade para atingir o estirão.

• na baixa estatura familiar, os pais têm baixa estatura e aplicando-se a fórmula do alvo genético observa-se que a criança está num canal de crescimento semelhante ao alvo. Não há atraso de puberdade e nem de idade óssea e a velocidade de crescimento é normal.

• nas deficiências hormonais, (GH e Hipotireoidismo), ocorre atraso importante da idade óssea, a velocidade de crescimento é bem abaixo da esperada e pode haver também atraso puberal.

• na menina adolescente com baixa estatura e atraso puberal, lembrem que a Síndrome de Turner é muito prevalente e deve-se suspeitar quando houver alguma referência a estigmas físicos, edema de mãos e pés ao nascimento, presença de alguma cardiopatia, entre outras.

Como vemos, este paciente apresenta velocidade de crescimento compatível com a idade óssea e esta idade óssea não está atrasada. 

Assim, correta alternativa “C” porque o atraso constitucional do crescimento e puberdade (ACCP) é uma condição benigna na qual o adolescente demora mais do que as outras crianças para apresentar o estirão, contudo sua velocidade de crescimento é adequada, indicando não haver deficiência hormonal. No final, sua estatura atinge o valor esperado de acordo com o seu padrão genético. Este paciente se encaixa nestes critérios pois está com atraso puberal, sem atraso importante de idade óssea, com velocidade de crescimento adequada. Sendo assim, pacientes com ACCP devem ser acompanhados clinicamente sem necessidade de intervenções farmacológicas.

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