Olá, meu Doutor e minha Doutora! Você já teve ou conhece alguém que experimentou uma reação alérgica ao comer um alimento? Essa reação pode estar relacionada aos alimentos ricos em histamina, uma molécula que causa sintomas alérgicos como coceira, inchaço e dificuldade respiratória.
Vem com o Estratégia MED conhecer a atuação da histamina, seus receptores e sua função desde o sistema gastrointestinal até os processos alérgicos!
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O que é a Histamina
A histamina é uma molécula que pertence à classe das aminas biogênicas, sendo sintetizada e liberada por diferentes células humanas, especialmente basófilos, mastócitos e plaquetas. É um dos principais mediadores envolvidos na homeostasia corporal e está envolvida em várias funções em distintos órgãos do aparelho respiratório, cardiovascular, gastrointestinal e do sistema nervoso central.
A histamina é liberada em praticamente todos os tecidos corporais se o tecido for lesado, tornar-se inflamado, ou se passar por reação alérgica. No contexto imunológico, a histamina está associada às reações alérgicas, sendo liberada quando o corpo é exposto a alérgenos. Ademais, ela exerce funções significativas no sistema nervoso central e no trato gastrointestinal.
Receptores da Histamina
Existem quatro tipos principais de receptores de histamina, denominados H1, H2, H3 e H4:
- Os receptores H1 são encontrados em diversos tecidos, incluindo vasos sanguíneos e células do sistema imunológico. Quando ativados, esses receptores contribuem para os sintomas associados às reações alérgicas, como coceira, edema e broncoconstrição;
- Os receptores H2 são encontrados nas células parietais gástricas, células do músculo liso e nos tecidos cerebral e cardíaco. A ativação deste receptor induz produção de secreções mucosas das vias respiratórias, aumenta a permeabilidade vascular e a secreção de ácido gástrico;
- Os receptores H3 são, principalmente, encontrados no sistema nervoso central, onde atuam como reguladores da liberação de neurotransmissores; e
- Os receptores H4, embora menos estudados em comparação com os outros subtipos, são encontrados na medula óssea e em células hematopoiéticas e sua ativação está associada ao desenvolvimento de várias patologias, desde doenças alérgicas e autoimunes, por exemplo, a artrite reumatoide (AR) e o lúpus eritematoso sistêmico.
Histamina e o Sistema Cardiovascular
A função da histamina ao nível circulatório está intimamente ligada à regulação vascular e às respostas inflamatórias. Quando liberada, a histamina atua nos receptores H1 presentes nas células do endotélio vascular, desencadeando uma série de efeitos. Inicialmente, ocorre vasodilatação, levando a um aumento do diâmetro dos vasos sanguíneos e queda da resistência vascular periférica, com consequente diminuição da pressão arterial.
Além disso, a histamina aumenta a permeabilidade dos capilares, permitindo a saída de fluidos e células do sangue para os tecidos circundantes. Esse aumento da permeabilidade é importante na resposta inflamatória, facilitando o acesso de células de defesa a locais de infecção ou lesão.
Histamina e o Sistema Gastrointestinal
Quando liberada, a histamina influencia diretamente na produção de ácido gástrico no estômago por meio da interação com receptores específicos, principalmente os receptores H2. Em primeiro lugar, nas células parietais do estômago, a ativação dos receptores H2 pela histamina estimula a secreção de ácido clorídrico.que auxiliará na digestão adequada dos alimentos, auxiliando na quebra de proteínas e na ativação de enzimas digestivas.
Além disso, a histamina atua na regulação da motilidade intestinal. Ela pode influenciar a contração muscular, afetando o movimento dos alimentos através do trato gastrointestinal. Isso contribui para a coordenação dos processos digestivos e a absorção eficiente de nutrientes.
Histamina e o Sistema nervoso central
A histamina age como neurotransmissor no cérebro, sendo produzida por neurônios histaminérgicos localizados no hipotálamo. Ao ativar os receptores H1 no sistema nervoso central, a histamina pode influenciar a vigília e a atenção. A ativação desses receptores está associada ao estado de alerta e à promoção da vigília.
Por outro lado, a ativação de receptores H3 funciona como um mecanismo de retroalimentação negativa, regulando a liberação de histamina e de outros neurotransmissores. Além disso, a histamina interage com outros sistemas neurotransmissores, como a serotonina e a dopamina, influenciando estados de humor, comportamento e diversas funções cognitivas.
Histamina e o Processo Alérgico
Quando ocorre a exposição a um alérgeno, como pólen, poeira ou proteínas alimentares, os mastócitos, localizados em tecidos como a pele, pulmões e trato gastrointestinal, liberam histamina como parte da resposta imune. Essa liberação de histamina desencadeia uma série de eventos:
- Vasodilatação: os vasos sanguíneos se dilatam, aumentando o fluxo sanguíneo para a área afetada.
- Aumento da permeabilidade capilar: há um aumento na permeabilidade dos capilares, permitindo que células do sistema imunológico, como os eosinófilos, atinjam o local.
- Contração muscular: em órgãos como os pulmões, a histamina pode causar contração muscular, levando a sintomas como broncoconstrição em casos de alergias respiratórias.
Os efeitos combinados dessas ações contribuem para os sintomas alérgicos, como coceira, inchaço, secreção nasal, espirros e, em casos mais severos, dificuldade respiratória. O bloqueio dos receptores de histamina, especialmente os receptores H1, é uma abordagem comum no tratamento de alergias para reduzir a intensidade dessas respostas.
Histamina e o Processo Inflamatório
Quando ocorre um evento que desencadeia a resposta inflamatória, como uma lesão tecidual ou a presença de patógenos, os mastócitos e basófilos liberam histamina como parte da reação imunológica. A histamina contribui para o processo inflamatório de diversas maneiras:
- Vasodilatação: a histamina promove a dilatação dos vasos sanguíneos, aumentando o fluxo sanguíneo para a área afetada.
- Aumento da permeabilidade capilar: ela aumenta a permeabilidade dos capilares, permitindo que células do sistema imunológico, como leucócitos, cheguem mais facilmente ao local da inflamação.
- Quimiotaxia: a histamina atrai células inflamatórias para a área afetada, auxiliando na resposta imune.
Histamina e sua relação com os Alimentos
A relação da histamina com os alimentos está associada à presença natural desse composto em certos alimentos e às reações que isso pode desencadear no organismo. A histamina nos alimentos pode ser originada por processos de fermentação, envelhecimento ou decomposição bacteriana. Algumas pessoas são sensíveis à histamina e podem experimentar sintomas desagradáveis após consumir alimentos ricos neste composto. Alguns exemplos incluem queijos envelhecidos, peixes (principalmente os conservados ou defumados), vinho tinto, alimentos fermentados (como chucrute e molho de soja) e embutidos.
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Referências Bibliográficas
- Cem Akin. Mast cell disorders: An overview. UpToDate,2023. Disponível em: UpToDate
- GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Tratado de fisiologia médica. 13º ed. Rio De Janeiro: Editora Elsevier Ltda, 2017.