Resumo sobre Espermatogênese: definição, fases e mais!

Resumo sobre Espermatogênese: definição, fases e mais!

E aí, doc! Vamos falar sobre mais um assunto? Agora vamos comentar sobre a Espermatogênese, o processo de reprodução dos gametas masculinos.

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Definição de Espermatogênese

A espermatogênese é o processo biológico responsável pela produção dos espermatozoides, as células sexuais masculinas encarregadas de fertilizar o óvulo feminino. Esse processo inicia-se durante a puberdade, por volta dos 13 anos, e continua ao longo de toda a vida do homem, embora a eficiência da produção possa diminuir com o avanço da idade. 

A produção dos espermatozoides ocorre de forma contínua e diária nos túbulos seminíferos dos testículos, resultando em milhares de espermatozoides que, após sua formação, são armazenados no epidídimo, onde amadurecem e se tornam capazes de fertilizar um óvulo.

A espermatogênese é regulada por uma complexa interação de hormônios, incluindo a testosterona, o hormônio luteinizante (LH) e o hormônio folículo-estimulante (FSH). Esses hormônios desempenham papéis essenciais na coordenação e manutenção do processo, garantindo que a produção de espermatozoides ocorra de maneira eficiente e controlada. 

A testosterona, em particular, é crucial para o desenvolvimento e a maturação das células germinativas, enquanto o LH e o FSH regulam a função das células de Leydig e Sertoli, que sustentam e nutrem as células em desenvolvimento.

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Sistema reprodutor masculino

O trato genital masculino é composto por testículos, genitália interna (glândulas acessórias e ductos) e externa (pênis e escroto). O escroto mantém os testículos fora da cavidade abdominal, garantindo uma temperatura adequada para a espermatogênese. 

O pênis, que contém a uretra, é formado por tecidos eréteis e termina na glande, coberta pelo prepúcio, que pode ser removido na circuncisão. A circuncisão pode reduzir a incidência de certas doenças. Criptorquidismo, a falha na descida dos testículos, pode levar à esterilidade, mas os testículos ainda produzem hormônios. 

As glândulas acessórias incluem a próstata, vesículas seminais e glândulas bulbouretrais, que contribuem para a composição do sêmen. A próstata, controlada pela DHT, pode desenvolver hiperplasia benigna e câncer, sendo que medicamentos como a finasterida ajudam a controlar esses problemas. O estudo PCPT demonstrou que a finasterida pode reduzir o risco de câncer de próstata em 25%.

Etapas da Espermatogênese

A espermatogênese é regulada por hormônios gonadotrópicos, como a testosterona, o hormônio luteinizante (LH) e o hormônio folículo-estimulante (FSH), secretados pela glândula hipófise anterior. A interação desses hormônios garante a continuidade da produção de espermatozoides ao longo da vida.

O primeiro estágio da espermatogênese envolve a migração das espermatogônias, células germinativas primitivas, entre as células de Sertoli em direção ao lúmen dos túbulos seminíferos. As células de Sertoli desempenham um papel crucial no suporte e na nutrição das espermatogônias durante todo o processo de desenvolvimento. Essas células de Sertoli, que são grandes e envolvem as espermatogônias com seu citoplasma, criam um ambiente favorável para a transformação das espermatogônias em espermatozoides.

A fase de meiose é um momento chave na espermatogênese, onde as espermatogônias se diferenciam em espermatócitos primários. Esses espermatócitos primários sofrem divisões meióticas sucessivas, formando inicialmente espermatócitos secundários e, em seguida, espermátides

Durante essa fase, os 46 cromossomos dos espermatócitos primários são divididos, resultando em espermátides que contém 23 cromossomos cada, metade do material genético necessário para a criação de um novo ser humano. Essa redução cromossômica é essencial para que, durante a fertilização, o zigoto formado tenha o número correto de cromossomos.

O processo completo de espermatogênese, desde a espermatogônia até a formação de espermatozoides maduros, dura aproximadamente 74 dias. A determinação do sexo do futuro feto também ocorre durante a espermatogênese, pois um dos 23 pares de cromossomos nas espermatogônias carrega a informação genética que define o sexo. O cromossomo Y, associado ao sexo masculino, é direcionado para uma das espermátides, enquanto o cromossomo X, relacionado ao sexo feminino, vai para outra espermátide.

Espermatogênese
Fonte: Guyton e Hall – Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier.13ª ed

A estrutura testicular e o papel das células na espermatogênese

Os testículos, onde ocorre a espermatogênese, são estruturas pares e ovoides que contêm uma densa rede de túbulos seminíferos, responsáveis por cerca de 80% da massa testicular. Cada túbulo seminífero é composto por dois tipos principais de células: as espermatogônias, em vários estágios de desenvolvimento, e as células de Sertoli, que proporcionam suporte estrutural e funcional. 

As células intersticiais, ou células de Leydig, situadas no tecido intersticial entre os túbulos, são responsáveis pela produção de testosterona, essencial para o processo de espermatogênese e o desenvolvimento das características sexuais masculinas. As células de Sertoli, além de sustentar as espermatogônias, também produzem e secretam proteínas e hormônios que regulam o ambiente dos túbulos seminíferos, garantindo um ambiente ideal para a produção de espermatozoides.

A organização dos túbulos seminíferos e a função das células de Sertoli e de Leydig são fundamentais para a eficiência da espermatogênese. A barreira hematotesticular, formada pelas junções entre as células de Sertoli e a lâmina basal que circunda os túbulos seminíferos, garante um ambiente controlado, isolando o desenvolvimento dos espermatozoides do sistema imunológico e do líquido intersticial circundante. 

Formação do espermatozoide

Cada espermatozoide possui uma cabeça e uma cauda. Na cabeça, localiza-se o núcleo denso da célula, envolvido por uma fina camada de citoplasma e a membrana plasmática. A parte externa dos dois terços anteriores da cabeça é coberta por uma estrutura espessa chamada acrossomo, que se origina principalmente do aparelho de Golgi. O acrossomo contém enzimas importantes, como a hialuronidase e enzimas proteolíticas, que desempenham um papel crucial ao permitir que o espermatozoide penetre no óvulo para a fertilização.

A cauda do espermatozoide, também conhecida como flagelo, é composta por três partes principais: (1) um esqueleto central constituído por 11 microtúbulos, coletivamente chamados de axonema, que é semelhante à estrutura dos cílios encontrados em outras células; (2) uma fina membrana celular que envolve o axonema; e (3) um conjunto de mitocôndrias que circunda o axonema na parte proximal da cauda, conhecida como corpo da cauda. 

O movimento flagelar, é responsável pela mobilidade do espermatozoide. Esse movimento ocorre devido ao deslizamento rítmico entre os microtúbulos do axonema, com energia fornecida pelo ATP, produzido pelas mitocôndrias no corpo da cauda. Em condições normais, o espermatozoide se move em um meio líquido a uma velocidade de 1 a 4 mm/min, o que o permite percorrer o trato genital feminino em busca do óvulo.

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Veja também

Referências

GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier.13ª ed., 2017. -MENAKER, L

SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, 7ª Edição, Artmed, 2017. 

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