Resumo sobre Fisiopatologia: definição, como funciona e mais!

Resumo sobre Fisiopatologia: definição, como funciona e mais!

E aí, doc! Vamos falar sobre mais um assunto? Agora vamos comentar sobre a Fisiopatologia, que conta a influência da doença no corpo.

O Estratégia MED trará mais um conceito importante que irá enriquecer seus conhecimentos e impulsionar seu desenvolvimento profissional. 

Pronto para começar? Vamos lá!

Definição de Fisiopatologia

A fisiopatologia é o campo da ciência que se dedica a estudar os processos fisiológicos anormais que levam ao desenvolvimento de doenças ou lesões no organismo. 

Ela se concentra em compreender como as funções normais do corpo são alteradas, resultando em disfunções que causam ou são consequência de condições patológicas. 

O termo “fisiopatologia” tem origem no grego, onde “pathos” significa sofrimento, “physis” refere-se à natureza ou origem, e “logos” significa estudo. Isso indica que a fisiopatologia se preocupa em desvendar a natureza das doenças, investigando como as alterações no funcionamento normal do corpo contribuem para o aparecimento de sintomas e complicações.

O estudo da fisiopatologia é fundamental para a medicina, pois ajuda a identificar os mecanismos causadores de uma doença, facilitando o desenvolvimento de estratégias diagnósticas e terapêuticas. Assim, ela é uma ferramenta indispensável para compreender como as alterações nos processos fisiológicos normais resultam em desordens que comprometem a saúde e o bem-estar.

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Formação da Fisiopatologia 

A fisiopatologia funciona como uma ponte entre a fisiologia e a patologia, permitindo que os profissionais de saúde compreendam de forma detalhada como as doenças afetam o corpo humano. 

Ela estuda as mudanças funcionais, estruturais e bioquímicas que ocorrem em diferentes níveis, desde as células até os órgãos e sistemas, quando o organismo está em um estado patológico. Esses estudos envolvem a análise de processos fisiológicos desordenados que surgem devido a condições patológicas, como inflamação, infecção, degeneração ou lesão.

Um dos principais objetivos da fisiopatologia é identificar os marcadores biológicos e os mecanismos subjacentes que explicam essas mudanças. Isso inclui a investigação das interações entre diferentes sistemas do corpo, como o cardiovascular, respiratório, endócrino e imunológico, para entender como essas interações podem contribuir para o desenvolvimento e a progressão de uma doença. 

Além disso, a fisiopatologia permite a análise detalhada da evolução de uma doença. Ela auxilia na compreensão das causas iniciais do distúrbio, dos fatores que influenciam sua progressão e das manifestações clínicas que surgem como resultado dessas mudanças. 

Isso é crucial para o desenvolvimento de estratégias de tratamento, pois permite que os profissionais identifiquem os pontos críticos onde intervenções terapêuticas podem ser mais eficazes, seja para interromper a progressão da doença, aliviar os sintomas ou até mesmo revertê-la em alguns casos.

Principais exemplos de Fisiopatologia 

Fisiopatologia da Diabetes

O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é uma condição multifatorial e poligênica que resulta da interação entre fatores genéticos e ambientais. Ele é caracterizado por uma disfunção pancreática bi-hormonal, com resistência à insulina nos músculos e no fígado, e uma disfunção das células beta, que são responsáveis pela produção de insulina. Esses fatores constituem a base da complexa fisiopatologia do DM2. 

Além disso, há outros mecanismos envolvidos, como disfunções das incretinas e reabsorção aumentada de glicose pelos túbulos renais proximais. Estudos mostram que, no momento do diagnóstico de DM2, a função das células das ilhotas pancreáticas já está comprometida em cerca de 50% dos pacientes, sugerindo que a deterioração dessa função pode iniciar-se anos antes do diagnóstico formal.

Pesquisas, como as de Butler et al., indicam que a massa das células beta pode ser significativamente reduzida em indivíduos com DM2, o que é principalmente atribuído ao aumento da apoptose dessas células. Esse declínio progressivo da função das células beta destaca a importância de desenvolver terapias que possam interromper ou retardar essa degeneração, o que é crucial para intervenções precoces e para o manejo eficaz do DM2.

A resistência à insulina, presente em quase todos os casos de DM2, resulta em uma diminuição da captação e do metabolismo da glicose, além de um aumento na produção de glicose pelo fígado. Este processo é influenciado por fatores como obesidade, distribuição de gordura corporal e níveis de atividade física.

A disfunção das células beta, por sua vez, não só reduz a capacidade de secreção de insulina, mas também altera o padrão de secreção, sendo comum a perda da fase inicial de liberação de insulina em resposta à glicose. Isso contribui para a hiperglicemia e para a progressão do DM2. 

Outros fatores como glicotoxicidade, lipotoxicidade e depósitos de amiloide nas ilhotas pancreáticas também desempenham um papel importante na deterioração das células beta, levando à falência progressiva dessas células e agravando o quadro clínico dos pacientes.

Fisiopatologia da Asma

A fisiopatologia da asma é marcada pela inflamação crônica das vias aéreas, que resulta de interações complexas entre diversas células inflamatórias, mediadores químicos e células estruturais do trato respiratório. Esse processo inflamatório leva a uma série de alterações funcionais e estruturais nas vias aéreas, sendo os mastócitos, eosinófilos e linfócitos os principais protagonistas envolvidos.

Quando ativados, esses elementos celulares liberam mediadores inflamatórios que causam danos ao epitélio das vias aéreas, alterando sua integridade e afetando o tônus muscular liso. As consequências dessas alterações incluem aumento da permeabilidade vascular, o que pode levar ao edema das vias aéreas, hipersecreção de muco, comprometimento da função mucociliar e hiper-reatividade brônquica, que são características típicas da asma.

No contexto da asma alérgica, a resposta inflamatória é predominantemente mediada pela imunidade celular, especialmente através dos linfócitos Th2. Esses linfócitos liberam citocinas, como a IL-4, que desempenham um papel crucial na indução e manutenção da inflamação. A IL-4, em particular, estimula a produção de anticorpos IgE específicos contra alérgenos, que são fundamentais na sensibilização e na resposta alérgica subsequente.

Além dos fatores imunológicos, a fisiopatologia da asma é modulada por fatores genéticos, ambientais e infecciosos, que influenciam a suscetibilidade dos indivíduos ao desenvolvimento da doença e sua progressão. Esses fatores contribuem para a variabilidade na apresentação clínica e na gravidade da asma entre diferentes pacientes.

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Referências

Mark Liu, MD. Pathogenesis of asthma. UpToDate, 2022. Disponível em: UpToDate

R Paul Robertson, MDMiriam S Udler, MD, PhD. Pathogenesis of type 2 diabetes mellitus. UpToDate. Disponível em: UpToDate

WAJCHENBERG, Bernardo Leo; LERARIO, Antonio Carlos; BETTI, Roberto Tadeu Barcellos. Tratado de endocrinologia clínica. 2. ed. São Paulo: AC Farmacêutica, 2014.

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