Resumo sobre Muco Cervical: definição, produção e mais!

Resumo sobre Muco Cervical: definição, produção e mais!

E aí, doc! Vamos falar sobre mais um assunto? Agora vamos comentar sobre o Muco Cervical, uma secreção fisiológica do sistema reprodutor feminino.

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Anatomia do Aparelho Reprodutor Feminino

Antes de entender mais sobre o muco cervical, vamos relembrar o básico sobre o sistema reprodutor feminino. Ele é uma complexa rede de órgãos e estruturas que desempenham papeis cruciais na reprodução e na regulação hormonal. 

Os ovários são órgãos em forma de amêndoa que produzem óvulos, as células reprodutivas femininas, bem como os hormônios sexuais femininos, como estrogênio e progesterona. Esses hormônios são essenciais para regular o ciclo menstrual e desencadear mudanças fisiológicas importantes durante a gravidez.

Além dos ovários, as tubas uterinas, também conhecidas como trompas de Falópio, conectam os ovários ao útero. É nas tubas uterinas que ocorre a fertilização, quando o óvulo é encontrado e fertilizado por um espermatozoide. Após a fertilização, o óvulo fertilizado, agora chamado de zigoto, viaja para o útero, onde se implanta no revestimento do útero e começa a se desenvolver em um embrião.

O útero é um órgão muscular em forma de pera localizado no interior da pelve. Durante a gravidez, o útero se expande para acomodar o crescimento do feto e é onde o feto se desenvolve até o parto. Se não houver fertilização, a camada interna do útero é eliminada durante a menstruação, iniciando um novo ciclo menstrual.

O colo do útero é a parte inferior do útero que se projeta para a vagina. Ele desempenha um papel importante na proteção do útero contra infecções, produzindo muco cervical que muda de consistência ao longo do ciclo menstrual para permitir ou impedir a passagem de espermatozoides.

A vagina é um canal muscular que conecta o colo do útero ao exterior do corpo. Além de ser o local de passagem do fluxo menstrual, a vagina também é a via de entrada para o pênis durante a relação sexual e serve como canal de parto durante o parto vaginal. 

As glândulas vestibulares, localizadas na entrada da vagina, produzem lubrificação durante a excitação sexual, facilitando a relação sexual e o parto. Essas estruturas trabalham em conjunto para permitir a reprodução e a manutenção da saúde reprodutiva da mulher.

Fonte: Guyton E Hall Tratado De Fisiologia Médica – 13ª Edição

Definição de Muco Cervical

O muco cervical é um fluido viscoso secretado pelas glândulas do colo do útero, composto por uma combinação de água, glicoproteínas e eletrólitos. Sua consistência, volume e opacidade sofrem variações ao longo do ciclo menstrual, influenciadas pela ação dos hormônios reprodutivos, principalmente o estrogênio. 

Em geral, o muco cervical é denso na maioria dos dias, impedindo a passagem dos espermatozoides para o útero. Entretanto, durante o período fértil, especialmente próximo à ovulação, o muco torna-se mais aquoso, claro, elástico e abundante, facilitando a passagem dos espermatozoides em direção ao óvulo. 

Isso é acompanhado por um aumento na lubrificação vaginal e, muitas vezes, por um aumento no desejo sexual e discretos sinais físicos, como um leve inchaço nos tecidos da vulva. 

A produção do muco cervical é estimulada pelo estrogênio, que também desempenha um papel na preparação do útero para a implantação de um embrião.

Produção de Muco Cervical

A produção de muco cervical é uma função importante das glândulas mucosas cervicais, que estão localizadas na mucosa do colo do útero. Essas glândulas produzem um líquido mucoso que tem várias funções ao longo do ciclo menstrual e durante a gravidez.

Na primeira metade do ciclo menstrual, após a menstruação, os níveis de estrogênio começam a aumentar, o que estimula a produção de muco cervical. Este muco geralmente é mais fino, claro e elástico, facilitando a passagem dos espermatozoides em direção ao útero, especialmente durante o período fértil e a ovulação.

Na segunda metade do ciclo menstrual, após a ovulação, os níveis de progesterona aumentam. Isso causa uma mudança no muco cervical, tornando-o mais espesso e menos permeável aos espermatozoides

Essa alteração no muco cervical é uma forma de proteção, ajudando a evitar a entrada de espermatozoides no útero em momentos em que a fertilização não é provável.

Análise de Muco Cervical como método contraceptivo

O método do muco cervical, também conhecido como método Billings, é uma técnica de planejamento familiar baseada na observação das mudanças no muco cervical ao longo do ciclo menstrual da mulher.

Durante o ciclo menstrual, o muco cervical é influenciado por hormônios, principalmente pelo estrogênio, que aumenta na primeira fase do ciclo. À medida que a ovulação se aproxima, o muco cervical torna-se mais abundante, aquoso, semelhante à clara de ovo e filante, o que significa que pode ser esticado entre os dedos sem se romper.

O método Billings envolve que a mulher observe as características do muco cervical e anote-as diariamente para determinar seu período fértil. Durante os dias em que o muco cervical está filante, indicando uma alta fertilidade, o casal deve abster-se de relações sexuais se desejarem evitar a gravidez.

Uma variação do método Billings, o modelo Creighton, envolve a observação das secreções vaginais sempre que a mulher for ao banheiro e registrar essas observações em uma planilha para determinar o período fértil.

Fonte: Tratado de Ginecologia, Febrasgo – 2019

Características do Muco Cervical na gestação

Durante a gravidez, as características do muco cervical passam por mudanças significativas devido às alterações hormonais e fisiológicas que ocorrem no corpo da mulher. As glândulas mucosas cervicais, presentes na mucosa cervical, proliferam e secretam um líquido mucoso mais abundante e viscoso em comparação com o período não grávido. Esse aumento na produção de muco cervical mais espesso é uma resposta ao aumento dos níveis de estrogênio e progesterona durante a gravidez.

O muco cervical na gestação desempenha um papel importante na proteção do útero e do feto, atuando como uma barreira contra a entrada de micro-organismos potencialmente prejudiciais. 

À medida que a gravidez avança, o muco cervical torna-se ainda mais espesso e viscoso sob a influência crescente da progesterona. Esse muco cervical mais espesso pode formar um tampão mucoso no colo do útero, ajudando a manter o ambiente uterino isolado e protegido durante a gestação.

No final da gravidez — próximo ao momento do parto, sob a influência de hormônios como a ocitocina, que estimulam as contrações uterinas, o muco cervical pode se tornar mais líquido e menos viscoso, contribuindo para a dilatação e o amolecimento do colo do útero, facilitando assim a passagem do bebê durante o parto vaginal.

Alterações do Muco Cervical

Algumas doenças podem causar alterações no muco cervical, afetando suas características físicas e químicas. Aqui estão algumas delas:

  • Candidíase (infecção por fungo Candida albicans): Neste caso, o muco cervical pode tornar-se mais espesso e branco, semelhante ao queijo cottage.
  • Vaginose bacteriana: Na vaginose bacteriana, o muco cervical tende a tornar-se mais fino e aquoso, muitas vezes acompanhado de um odor desagradável, frequentemente descrito como “cheiro de peixe”.
  • Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs): As ISTs podem causar uma variedade de alterações no muco cervical, dependendo do tipo específico de infecção. Por exemplo, na clamídia e na gonorreia, o muco cervical pode ser escasso ou purulento. Já na tricomoníase, o muco cervical tende a ser espumoso e de cor amarelo-esverdeada, acompanhado de odor desagradável. Em casos de infecções avançadas ou não tratadas, o muco cervical pode conter sangue ou ser sanguinolento.
  • Inflamação cervical: A inflamação do colo do útero, conhecida como cervicite, pode resultar em aumento da produção de muco cervical e mudanças em sua textura e cor. Dependendo da causa subjacente da inflamação, o muco pode se tornar mais espesso, viscoso ou ter coloração anormal.
  • Disfunções hormonais: Alterações nos níveis hormonais, como ocorrem na síndrome dos ovários policísticos (SOP) ou em distúrbios da tireoide, podem afetar a produção e a qualidade do muco cervical. Isso pode resultar em muco cervical escasso, de baixa qualidade ou em mudanças imprevisíveis em suas características ao longo do ciclo menstrual.
  • Lesões cervicais: Lesões no colo do útero, como aquelas causadas por procedimentos médicos, trauma ou infecções, podem levar a mudanças no muco cervical. Por exemplo, a presença de pólipos cervicais pode causar aumento na produção de muco cervical.
  • Câncer cervical: O câncer cervical pode alterar as características do muco cervical de várias maneiras, dependendo do estágio da doença e de sua natureza. Muco cervical sanguinolento, com odor desagradável ou com presença de células anormais podem ser sinais de câncer cervical.

Veja também!

Referências

GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier.13ª ed., 2017. -MENAKER, L

Tratado de Ginecologia FEBRASGO – 1. ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2019. BEREK, J.S.

JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchoa; CARNEIRO, José; ABRAHAMSOHN, Paulo. Histologia básica. 13. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018

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