Botulismo: o que é, sintomas e muito mais!

Botulismo: o que é, sintomas e muito mais!

Quer saber mais sobre o botulismo? O Estratégia MED separou as principais informações sobre o assunto para você. Vamos lá!

O que é Botulismo?

O botulismo é um quadro infeccioso agudo e grave causado por bactéria, mais especificamente, pela ação de uma toxina que a bactéria Clostridium botulinum é capaz de produzir, dessa forma, o botulismo não é contagioso.

Qual a forma de transmissão do Botulismo?

A bactéria que causa a doença, normalmente, é encontrada nas fezes humanas, nas fezes de diversos animais, no solo e em alimentos, o que evidencia a importância do armazenamento, transporte e higienização correta da comida. A Clostridium botulinum produz formas resistentes – esporos -, que são aptos a sobreviver, inclusive, em ambientes com pouca oferta de oxigênio, como em enlatados ou conservas. 

A forma de transmissão clássica do botulismo é a ingestão da toxina produzida pela bactéria que, mesmo em pequena quantidade, pode desencadear um quadro grave no paciente. A transmissão por causa iatrogênica é rara e ocorre, principalmente, por erro na aplicação de substâncias estéticas que tem como base a toxina botulínica, como o ‘Botox’.

Dentro das formas de transmissão, o Ministério da Saúde do Brasil estabelece a divisão em três formas de apresentação e contaminação do botulismo: alimentar, intestinal e por ferimentos.

Botulismo alimentar

O paciente desenvolve a doença após ingerir a toxina da bactéria que estava em alimentos. Normalmente, os primeiros sintomas já começam a aparecer de 2 a 10 horas após a ingestão e existe uma relação entre maior quantidade de toxina ingerida e menor período de incubação.

Botulismo por ferimentos

É uma forma mais rara de contaminação que consiste na infecção pela bactéria em locais de feridas na pele. Traumas graves com esmagamento de membros ou mesmo lesões causadas por agulhas são exemplos de como a bactéria pode contaminar o organismo. Nessa forma de botulismo, os sintomas podem aparecer de 4 a 21 dias, após a contaminação, sendo que o mais comum é um período de incubação de 7 dias.

Botulismo intestinal

No botulismo intestinal, os esporos da bactéria são ingeridos pelo paciente, por meio de alimentos ou água contaminados. Eles então se multiplicam e se fixam no intestino, local em que passam a produzir e liberar a toxina responsável pela doença. O botulismo intestinal tem a doença de Crohn como importante fator de risco, assim como cirurgias intestinais prévias.

Nas crianças, o tipo intestinal pode ser chamado de botulismo infantil e relaciona-se, principalmente, com a ingestão de mel nas semanas iniciais da vida.

Quais são os sintomas?

O grau de manifestação dos sintomas, assim como a ocorrência deles, dependem do paciente, da forma de contaminação e da quantidade de toxina envolvida. Os principais são:

  • Cefaleia;
  • Tontura;
  • Sonolência;
  • Diarreia;
  • Náuseas e vômitos;
  • Diplopia;
  • Visão turva;
  • Vertigem;
  • Prisão de ventre;
  • Dano aos pares de nervos cranianos, com possível paralisia do bulbo, tendo como sinais: disfonia, disartria, disfagia e flacidez da musculatura facial;
  • Dificuldade para respirar;
  • Dispneia;
  • Disfagia, podendo desencadear quadro de pneumonia;
  • Ptose da pálpebra;
  • Xerostomia;
  • Paralisia dos músculos envolvidos na mecânica respiratória e na musculatura apendicular, podendo evoluir para paralisia ou fraqueza descendentes;  
  • A paralisia do músculo diafragma, responsável por 70% do mecanismo de inspiração, pode ter a insuficiência respiratória como importante complicação; e
  • Infecções respiratórias.

No botulismo alimentar, os primeiros sintomas são náuseas, vômitos, diarreia e cólicas que, normalmente, aparecem antes do comprometimento neuromuscular típico do botulismo.

no botulismo por ferimento, os sintomas relacionados ao sistema digestório costumam estar ausentes.

Diagnóstico

O diagnóstico do botulismo é feito por testes toxicológicos laboratoriais e, em alguns casos, eletromiografia. Tal exame, normalmente, evidencia elevações típicas da resposta ao estímulo repetido e rápido.

O exame toxicológico é mais específico e apenas alguns laboratórios o fazem. Basicamente, consiste em pesquisar a presença da toxina da bactéria Clostridium botulinum nas fezes ou no sangue do paciente, principalmente no botulismo alimentar. Já um quadro de botulismo por ferimento, o diagnóstico costuma ser confirmado pela identificação da toxina no sangue ou mesmo por um isolamento da bactéria em uma cultura anaeróbia.

É importante notar que, muitas vezes, ocorre a apresentação simultânea de mais de um paciente sintomático que consumiu o mesmo alimento, o que tende a facilitar o diagnóstico e a identificação do alimento contaminado, que também pode ser pesquisado para a identificação da toxina e/ou da bactéria.

Tratamento e Prevenção

O tratamento iniciado rapidamente costuma ser bastante eficaz em evitar maiores complicações, mas o cuidado e supervisão médica, inclusive com internações, são necessários. O tratamento é demorado e sua eficiência, duração e quantidade dependem da atuação do sistema imunológico do paciente, que age para eliminar a toxina e as bactérias presentes no organismo.

As principais drogas utilizadas são antibióticos e o soro antibotulínico, além de outras medidas de suporte à vida que ajudam na manutenção do funcionamento cardiopulmonar.

O soro é composto por antitoxina botulínica heptavalente de origem equina, armazenada em uma ampola de 20 mL ou 50 mL, em concentração de 1:10 e administrada em infusão lenta. Ela não consegue inativar as moléculas patológicas que já estão na junção neuromuscular, o que faz com que o dano neuromuscular inicial não seja eficientemente tratado por ela, mas o soro evita a evolução da doença.

A principais formas de prevenção do botulismo são: 

  • Desprezar alimentos em conserva cujas latas estejam estufadas, os vidros embaçados ou estejam com alterações de cheiro e aparência;
  • Lavar as mãos constantemente;
  • Conservar alimentos em uma temperatura de, no máximo, 15ºC;
  • Ferver alimentos quando possível;
  • Evitar que crianças menores de 1 ano consumam mel, um alimento que está frequentemente associado à contaminação; e
  • Correta higiene, manipulação, transporte e armazenamento dos alimentos.

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