Quer aprender mais sobre câncer colorretal, como quadro clínico, diagnóstico e tratamento? Veja esse artigo que o Estratégia MED preparou especialmente para você!
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Dicas do Estratégia MED para provas
Se precisar focar nos principais tópicos para as provas de residência médica, sugerimos os seguintes pontos:
- Fatores de risco para desenvolvimento do câncer colorretal
- Lesões pré-malignas e rastreamento de câncer colorretal
- Diagnóstico e tratamento
Definição de câncer colorretal
O câncer colorretal abrange todas as neoplasias malignas primárias que ocorrem no cólon do intestino grosso e no reto. O principal tipo histológico desse câncer é o adenocarcinoma colorretal.
Epidemiologia e fisiopatologia
A incidência do câncer colorretal no Brasil é de aproximadamente 16 casos a cada 100 mil habitantes. O principal fator de risco para desenvolvimento dessa doença é a idade, pois mais de 90% dos casos são diagnosticados em pessoas acima de 50 anos.
Entretanto, há outros fatores de risco importantes além da idade avançada, como dieta pobre em fibras, obesidade, sedentarismo, tabagismo, doença inflamatória intestinal, antecedente familiar e etilismo.
Atualmente, a teoria mais aceita acerca do desenvolvimento do câncer colorretal é a de que lesões pré-malignas, denominadas adenomas, evoluem para adenocarcinoma após uma sequência de mutações genéticas.
As mutações ocorrem em uma ordem cronológica na evolução para adenocarcinoma, sendo que o primeiro gene afetado é o APC, que é um gene supressor de tumor.
Na sequência ocorre uma mutação em K-ras, ativando um proto-oncogene, na sequência há alteração no gene DCC e por fim, em p53, ambos genes supressores de tumor.
Existem síndromes familiares que promovem um risco aumentado para o desenvolvimento de câncer colorretal, como a polipose adenomatosa familiar, polipose juvenil familiar, síndrome de Peutz-Jegher e síndrome de Lynch, essa última que leva a aumento de risco de câncer de colorretal, entretanto sem polipose.
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Manifestações clínicas
O principal sintoma associado ao câncer colorretal é a presença de sangramento nas fezes. Outros sintomas que podem ser citados são alteração de hábito intestinal, dor abdominal, perda ponderal, anemia e febre.
Diagnóstico
O diagnóstico do câncer colorretal pode ser feito no rastreamento, que será abordado em detalhes em tópico específico ou quando houver anamnese e exame físico suspeitos.
No exame físico, o toque retal é importante, pois o examinador pode observar a presença de alterações, como pólipos, qual sua mobilidade, turgor e se há suspeita de invasão das paredes adjacentes.
O exame padrão-ouro para diagnóstico do câncer colorretal é a colonoscopia, que além de identificar e biopsiar lesões malignas, é capaz de observar a presença de adenomas e possibilitar sua excisão.
Feito o diagnóstico, é preciso realizar o estadiamento do tumor, utilizado o sistema TNM, onde T indica o tamanho do tumor primário e o quanto invadiu as paredes intestinais, N avalia se existe disseminação para linfonodos regionais e M se há metástase à distância, conforme tabela abaixo:
Tabela 1: sistema de estadiamento TNM da American Joint Commitee on cancer
Estádio | Características |
Tumor Primário(T) | |
TX | Tumor primário não pode ser avaliado |
T0 | Nenhuma evidência de tumor primário |
Tis | Carcionoma in situ-intraepitelial ou invasão da lâmina própria, sem penetrar a muscular da mucosa |
T1 | Tumor invade a submucosa |
T2 | Tumor invade a muscular própria |
T3 | Tumor se infiltra através da muscular própria até os tecidos pericolorretais |
T4a | Tumor penetra a superfície do peritônio visceral |
T4b | Tumor invade diretamente ou adere a outros órgãos ou estruturas |
Linfonodos Regionais (N) | |
NX | Os linfonodos regionais não podem ser avaliados |
N0 | Nenhuma metástase em linfonodo regional |
N1 | Metástase em um a três linfonodos regionais |
N1a | Metástase um linfonodo regional |
N1b | Metástase em dois ou três linfonodos regionais |
N1c | O tumor deposita na subserosa, tecido mesentérico ou não peritonealizado pericólico ou perirretal sem metástases para linfonodos regionais ou mesentério |
N2 | Metástase em quatro ou mais linfonodos regionais |
N2a | Metástase em quatro a seis linfonodos regionais |
N2b | Metástase em sete ou mais linfonodos regionais |
Metástase a distância (M) | |
M0 | Sem metástases a distância |
M1 | Metástases a distância |
M1a | Metástase confinada a um órgão ou local (figado, pulmão, ovário), sem metástases peritoneais |
M1b | Metástase em dois ou mais órgãos ou locais, sem metástases peritoneais |
M1c | Metástases para superfície peritoneal |
Após essa primeira análise, o estádio clínico é feito associando às três variáveis acima, conforme essa segunda tabela:
Tabela 2: estádio clínico de acordo com o sistema de estadiamento TNM da American Joint Commitee on Cancer
Estádio | T | N | M |
0 | Tis | N0 | M0 |
I | T1 | N0 | M0 |
T2 | N0 | M0 | |
IIA | T3 | N0 | M0 |
IIB | T4a | N0 | M0 |
IIC | T4b | N0 | MO |
IIIA | T1 – T2 | N1c / N1 | M0 |
T1 | N2a | M0 | |
IIIB | T3 – T4a | N1c / N1 | M0 |
T2 – T3 | N2a | M0 | |
T1 – T2 | N2b | M0 | |
IIIC | T4a | N2a | M0 |
T3 – T4a | N2b | M0 | |
T4b | N1 – N2 | M0 | |
IVA | Qualquer T | Qualquer N | M1a |
IVB | Qualquer T | Qualquer N | M1b |
IVC | Qualquer T | Qualquer N | M1c |
Para o estadiamento, além dos exames anteriormente citados, devem ser realizados outros como ultrassonografia endorretal, ressonância magnética da pelve, tomografia de abdomen, pelve e tórax, PET-CT e antígeno carcinoembrionário.
Tratamento
O principal tratamento do câncer colorretal é a ressecção cirúrgica das lesões malignas, que tem propósito curativo. Para evitar recorrências, associa-se à quimioterapia adjuvante.
Pacientes com estádio IV irressecável, pode ser feita quimioterapia paliativa, com objetivo de aumentar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida. A cirurgia só é indicada na presença de complicações, como obstrução ou perfuração intestinal.
Prevenção e rastreamento
A principal forma de prevenção é evitar os fatores de risco modificáveis, como sedentarismo, alimentação desbalanceada, tabagismo, etilismo e controle da doença inflamatória intestinal.
Além disso, é fundamental o rastreamento de câncer colorretal. Atualmente, a US Preventive Services Task Force (USPSTF) recomenda o rastreio do câncer de colorretal por colonoscopia a cada 10 anos a partir dos 45 até os 75 anos de idade em indivíduos com risco médio de desenvolvimento dessa doença e realização anual de pesquisa de sangue oculto nas fezes.
O risco médio engloba pacientes assintomáticos que não tenham história prévia de câncer colorretal, pólipos adenomatosos ou doença inflamatória intestinal, nem diagnóstico pessoal ou história familiar das síndromes que predispõe ao desenvolvimento do câncer de colorretal.
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Referências bibliográficas:
- Aspectos genéticos do câncer colorretal e seu impacto no manejo da doença – Fernanda Cardoso Parreiras; Gustavo Martins Zola Santiago; Alexandre Martins da Costa; Antonio Lacerda Filho
- USPSTF atualiza recomendações para rastreamento do câncer colorretal
- Tratado de gastroenterologia: da graduação à pós-graduação / editores Schlioma Zaterka, Jaime Natan Eisig. — 2. ed. — São Paulo : Editora Atheneu, 2016.