Olá, querido doutor e doutora! Os adenomas são tumores benignos que se originam de células glandulares e podem ocorrer em vários órgãos do corpo, incluindo o trato gastrointestinal, fígado, glândulas endócrinas, e outros. Embora benignos, os adenomas têm o potencial de evoluir para malignidade, tornando seu diagnóstico e manejo clínico essenciais para a prevenção de cânceres invasivos.
O termo “adenoma” deriva do grego “adēn,” que significa “glândula,” e do sufixo “-oma,” que indica um tumor ou crescimento anormal. Assim, “adenoma” refere-se a um tumor que se origina em tecidos glandulares.
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Conceito de Adenoma
Um adenoma é um tumor benigno que se origina do tecido glandular, o qual é composto por células especializadas na produção e liberação de substâncias, como hormônios, enzimas e outros produtos biológicos. Esses tumores podem se desenvolver em várias glândulas do corpo, incluindo a tireoide, as glândulas adrenais, a hipófise, e também em órgãos com componentes glandulares, como o cólon, os pulmões e o fígado. Apesar de benignos, adenomas podem crescer e, dependendo de sua localização, podem causar compressão de estruturas adjacentes ou produzir hormônios em excesso, levando a síndromes clínicas significativas.
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Fatores de Risco do Adenoma
Os adenomas, sendo tumores benignos com potencial de malignização, têm vários fatores de risco que podem predispor um indivíduo ao seu desenvolvimento. Esses fatores variam conforme o tipo de adenoma e sua localização, mas há alguns fatores comuns que aumentam o risco de formação desses tumores.
Idade: o risco de desenvolver adenomas aumenta com a idade. Adenomas colônicos, por exemplo, são mais comuns em pessoas com mais de 50 anos.
História familiar e genética: indivíduos com histórico familiar de adenomas ou cânceres relacionados, como o câncer colorretal, têm um risco maior de desenvolver adenomas. Síndromes genéticas, como a polipose adenomatosa familiar (PAF) e a síndrome de Lynch, também aumentam significativamente o risco.
Estilo de vida: dietas ricas em gorduras e pobres em fibras estão associadas a um risco maior de adenomas intestinais. O consumo excessivo de carne vermelha, álcool e tabagismo também são fatores de risco importantes. Sedentarismo e obesidade são outros fatores que aumentam o risco.
Doenças inflamatórias crônicas: condições inflamatórias crônicas, como a doença inflamatória intestinal (DII), particularmente a colite ulcerativa e a doença de Crohn, aumentam o risco de desenvolvimento de adenomas no trato gastrointestinal.
Exposição hormonal: em adenomas hepáticos, o uso prolongado de contraceptivos orais e terapias de reposição hormonal, especialmente estrogênios, são fatores de risco significativos. O uso de esteroides anabolizantes também é associado ao desenvolvimento de adenomas hepáticos.
Condições endócrinas: certas condições que levam à hiperplasia glandular podem aumentar o risco de adenomas endócrinos. Por exemplo, hiperparatireoidismo é um fator de risco para adenomas da paratireoide.
Fatores ambientais e ocupacionais: exposição a certas substâncias químicas e toxinas, como compostos industriais ou radiação, pode aumentar o risco de adenomas em alguns órgãos, como a tireoide.
Tipos e Exemplos de Adenomas
Adenomas podem se manifestar em diversas glândulas e órgãos do corpo, sendo classificados com base em sua localização e características histológicas. Aqui estão os principais tipos de adenomas:
Adenoma tubular: comum no trato gastrointestinal, especialmente no cólon, esses adenomas possuem uma arquitetura tubular, sendo considerados lesões precursoras de câncer colorretal. Embora geralmente benignos, o risco de malignização aumenta com o tamanho e o grau de displasia das células.
Adenoma vilosos: também encontrados frequentemente no cólon, esses adenomas apresentam projeções vilosas e têm um maior risco de transformação maligna em comparação com os adenomas tubulares. Eles são geralmente maiores e mais propensos a causar sintomas como sangramento intestinal.
Adenoma tubuloviloso: este tipo de adenoma é uma combinação das características dos adenomas tubulares e vilosos. Eles exibem tanto áreas tubulares quanto vilosas e têm um risco intermediário de malignização.
Adenoma hepático: tumores benignos do fígado, geralmente associados ao uso prolongado de contraceptivos orais ou esteroides anabolizantes. Embora benignos, têm um risco de ruptura ou malignização, especialmente em lesões maiores.
Adenoma de paratireoide: um tumor benigno da glândula paratireoide que pode causar hiperparatireoidismo primário, resultando em hipercalcemia e seus efeitos sistêmicos associados. Esses adenomas são a causa mais comum de hiperparatireoidismo primário.
Adenoma da Hipófise: tumores benignos da hipófise, que podem ser funcionantes (secretando hormônios) ou não-funcionantes. Os adenomas funcionantes podem levar a distúrbios endócrinos, como acromegalia, doença de Cushing ou prolactinoma.
Adenoma tireoideano: comum na tireoide, esses adenomas podem ser tóxicos (causando hipertireoidismo) ou não tóxicos. A maioria dos adenomas tireoideanos são não funcionantes e descobertos incidentalmente.
Adenoma adrenal: tumores benignos das glândulas adrenais que podem ser funcionantes (como os adenomas produtores de aldosterona ou cortisol) ou não funcionantes. Adenomas funcionantes podem levar a síndromes como hiperaldosteronismo primário (síndrome de Conn) ou síndrome de Cushing.
Fisiopatologia dos Adenomas
A formação dos adenomas começa com mutações genéticas iniciais em células glandulares, que perturbam os mecanismos normais de controle do crescimento celular. Uma das mutações mais comuns ocorre no gene APC, especialmente em adenomas colônicos. Essa mutação leva à desregulação da β-catenina, uma proteína crucial no controle da divisão celular. Quando o gene APC está inativado, a β-catenina acumula-se no núcleo celular, ativando genes que promovem a proliferação celular descontrolada. Isso resulta na formação de uma lesão neoplásica benigna, ou adenoma, caracterizada por um crescimento celular anormal, mas não invasivo.
À medida que o adenoma cresce, ele pode acumular outras mutações genéticas, como no gene KRAS, que facilita a progressão para um estado mais avançado e potencialmente maligno. A perda da função do gene p53, uma mutação frequentemente observada em adenomas que evoluem para adenocarcinomas, também contribui para a instabilidade genética e o aumento do risco de malignização. Além dos fatores genéticos, influências ambientais e comportamentais, como dieta e inflamação crônica, também desempenham um papel na promoção do crescimento e na transformação maligna dos adenomas.
Quadro Clínico dos Adenomas
O quadro clínico dos adenomas varia conforme a localização e o tipo do tumor. Geralmente, adenomas são assintomáticos, mas podem apresentar sintomas relacionados à compressão de estruturas adjacentes ou à hiperprodução hormonal. No trato gastrointestinal, os sintomas podem incluir sangramento retal, alteração nos hábitos intestinais, e dor abdominal. Nos adenomas endócrinos, como os da hipófise ou adrenais, os sintomas refletem a hiperprodução hormonal, resultando em condições como acromegalia, síndrome de Cushing ou galactorreia.
Diagnóstico dos Adenomas
O diagnóstico dos adenomas começa com a história clínica e o exame físico, focando nos sintomas específicos, como sangramento intestinal ou sinais de hiperprodução hormonal. Exames de imagem, como colonoscopia, ultrassonografia, tomografia e ressonância magnética, são usados para detectar e caracterizar os adenomas. Em casos de adenomas endócrinos, exames laboratoriais avaliam os níveis hormonais. Quando necessário, uma biópsia seguida de exame histopatológico confirma o diagnóstico e avalia o risco de malignização. O diagnóstico precoce é importante para prevenir complicações graves
Tratamento dos Adenomas
O tratamento dos adenomas depende da localização, tamanho, tipo histológico e risco de malignização. Em geral, a abordagem pode ser conservadora, cirúrgica ou uma combinação de ambas.
Abordagem conservadora: adenomas pequenos, assintomáticos e com baixo risco de malignização podem ser monitorados por exames regulares, como colonoscopias de vigilância para adenomas colônicos, ou ultrassonografias periódicas para adenomas de tireoide ou adrenais. A vigilância ativa é essencial para detectar qualquer mudança que possa indicar crescimento ou malignização.
Ressecção endoscópica: para adenomas do trato gastrointestinal, a remoção endoscópica é o tratamento de escolha, especialmente para adenomas colônicos. Procedimentos como a polipectomia ou a mucosectomia endoscópica permitem a remoção completa da lesão, minimizando o risco de progressão para câncer.
Cirurgia: adenomas maiores, sintomáticos, ou aqueles localizados em áreas de difícil acesso para ressecção endoscópica, podem requerer cirurgia. Em adenomas endócrinos, a ressecção cirúrgica é indicada para lesões que causam hiperprodução hormonal significativa, como em prolactinomas resistentes ao tratamento medicamentoso ou adenomas adrenais produtores de cortisol. A cirurgia pode ser realizada por via aberta ou laparoscópica, dependendo do caso.
Tratamento medicamentoso: em alguns adenomas endócrinos, como prolactinomas, o tratamento inicial pode ser medicamentoso, utilizando agonistas dopaminérgicos, como a cabergolina ou bromocriptina para reduzir o tamanho do tumor e controlar a produção hormonal. Em adenomas inoperáveis ou não ressecáveis, o tratamento medicamentoso pode ser uma opção paliativa.
Radioterapia: em casos onde a cirurgia não é viável, como em alguns adenomas hipofisários, a radioterapia pode ser considerada para reduzir o tamanho do tumor ou controlar os sintomas. No entanto, essa abordagem é menos comum e geralmente reservada para casos específicos.
Malignidade dos Adenomas
O risco de malignização dos adenomas é influenciado por diversos fatores, incluindo o tipo histológico, tamanho do adenoma, presença de displasia, localização anatômica e histórico familiar de câncer. Adenomas vilosos e tubulovilosos têm um risco maior de evoluir para câncer em comparação aos adenomas tubulares. O tamanho do adenoma é um fator crítico: adenomas maiores que 1 cm são significativamente mais propensos a conter displasia de alto grau ou a se transformar em adenocarcinomas. A displasia de alto grau, em particular, é um sinal de alerta para a malignização iminente. O tempo necessário para um adenoma benigno se transformar em maligno pode variar, mas, em geral, esse processo pode levar de 5 a 10 anos.
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Referências Bibliográficas
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- Imagem em destaque: Histology Guide