Olá, meu Doutor e minha Doutora! O derrame ocular, termo comumente usado para hemorragia subconjuntival, pode ser assustador para o paciente devido à presença de sangue na área subconjuntival, porém, na maioria das vezes o quadro é benigno e autolimitado.
Vem com o Estratégia MED conhecer e aprender a diagnosticar a hemorragia subconjuntival. Ao final, separei uma questão de prova para respondermos juntos!
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O que é o Derrame Ocular
A hemorragia subconjuntival é uma condição oftalmológica caracterizada pelo extravasamento de sangue na área subconjuntival. Essa hemorragia ocorre quando os pequenos vasos sanguíneos presentes na conjuntiva se rompem, permitindo que o sangue se acumule entre a conjuntiva e a esclera. O resultado visual é uma mancha vermelha ou rosada na esclera do olho.
Epidemiologia e Etiologia do Derrame Ocular
Em idosos acima de 80 anos, a hemorragia subconjuntival ocorre devido à doença sistêmica, principalmente a hipertensão arterial sistêmica. Em pacientes com menos de 40 anos, as condições mais comuns são pequenos traumas ou complicações decorrentes do uso de lentes de contato. Outras causas incluem:
- Idiopática (50% dos casos);
- Valsalva: tosse, espirro, constipação ou outras formas de esforço;
- Distúrbio hemorrágico; e
- Medicações antiplaquetárias ou anticoagulantes (ex.: AAS, clopidogrel, varfarina).
Fisiopatologia do Derrame Ocular
A fisiopatologia da hemorragia subconjuntival envolve a ruptura de pequenos vasos sanguíneos na conjuntiva que pode ocorrer de forma idiopática em diabéticos e hipertensos, ou após esforços e traumas, levando ao extravasamento de sangue na área subconjuntival. A conjuntiva é uma membrana mucosa fina e transparente que reveste a parte branca do olho (esclera) e a parte interna das pálpebras.
Manifestações clínicas do Derrame Ocular
O paciente é geralmente assintomático e a hemorragia subconjuntival aparece como uma região focal, plana e vermelha na superfície ocular, representando uma coleção de sangue entre a esclera e a conjuntiva. Nos casos de ruptura escleral, o sangue intraocular pode extravasar pelo defeito e acumular-se no espaço subconjuntival, criando uma hemorragia subconjuntival elevada e bolhosa.
Diagnóstico do Derrame Ocular
O diagnóstico é frequentemente baseado na história clínica do paciente e em um exame oftalmológico. Perguntaremos sobre os sintomas, como a presença de uma mancha vermelha no olho e qualquer evento traumático recente, informações sobre o uso de medicamentos, condições médicas pré-existentes e histórico de pressão arterial elevada. O exame com lâmpada de fenda revela a localização precisa da hemorragia sob a conjuntiva.
É importante ressaltar que, em geral, o diagnóstico da hemorragia subconjuntival é relativamente direto e não requer exames complexos. A condição é muitas vezes autolimitada e não costuma causar danos à visão. No entanto, se a hemorragia subconjuntival ocorrer espontaneamente, sem uma causa evidente, ou se houver sintomas incomuns, devemos descartar condições subjacentes mais graves.
Tratamento do Derrame Ocular
O tratamento da hemorragia subconjuntival geralmente é expectante, pois a condição é autolimitada e tende a resolver-se de forma espontânea dentro de 2 a 3 semanas. O fator causal deve ser identificado e o tratamento direcionado a causa e, em pacientes com irritação ocular leve, podemos prescrever lágrimas artificiais.
Cai na Prova
Acompanhe comigo uma questão feita pelo Al – Hospital do Açúcar – HA (Hospital Veredas) disponível no banco de questões do Estratégia MED:
Mulher de 40 anos de idade, sem comorbidades, chega ansiosamente ao consultório para mostrar seu olho que amanheceu parcialmente coberto de uma cor vermelha intensa. Ficou assustada, pois seu pai teve AVC hemorrágico recentemente. Refere apenas desconforto leve no olho direito, sem outros sintomas. Ao exame, apresenta coleção difusa de sangue no olho direito, preservando a íris, com acuidade visual normal e reflexos pupilares presentes. Pressão arterial é de 155 x 95 mmHg. Qual a conduta a ser tomada?
A. Prescrever anti-hipertensivo via oral e deixar a paciente em observação.
B. Tranquilizar a paciente, pois trata-se de uma hemorragia subconjuntival com melhora espontânea.
C. Orientar que se trata de uma conjuntivite viral aguda, prescrever compressas frias para alívio do desconforto e medidas de higiene.
D. Iniciar o tratamento com colírio de betabloqueador para crise glaucomatosa aguda e encaminhar ao serviço de oftalmologia com urgência.
E. Encaminhar à oftalmologia para investigação ambulatorial de patologia sistêmica.
Comentário da Equipe EMED: O enunciado descreve uma paciente com coleção difusa de sangue no olho direito, sem nenhum outro sintoma associado. Nossa principal hipótese, diante do quadro apresentado, é a hemorragia subconjuntival. Portanto, alternativa B.
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