Resumo de conjuntivite: diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo de conjuntivite: diagnóstico, tratamento e mais!

Como vai, futuro Residente? A conjuntivite é uma doença inflamatória da conjuntiva, uma membrana ocular, muito presente nas queixas ambulatoriais, e pode estar presente nas suas provas de Residência Médica. Por isso, nós do Estratégia MED preparamos um resumo exclusivo com tudo o que você precisa saber sobre o assunto para garantir sua vaga nos melhores concursos. Para saber mais, continue a leitura. Bons estudos!

Dicas do Estratégia para provas

Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes à conjuntivite.

  • Definição: inflamação e infecção da conjuntiva ocular.
  • Fisiopatologia: pode ser causada por vírus, bactérias ou agentes alérgenos.
  • Quadro clínico: as principais manifestações clínicas influem hiperemia conjuntival, secreção mucopurulenta e lacrimejamento.
  • Diagnóstico: predominantemente clínico.
  • Tratamento: o tratamento é principalmente sintomático, mas nas conjuntivites bacterianas é necessário o uso de antibióticos.

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Definição da conjuntivite

A conjuntiva ocular é uma membrana mucosa, transparente e fina que reveste desde a conjuntiva palpebral até a superfície ocular da córnea. Por apresentar contato direto com o meio externo, é uma estrutura suscetível a processos inflamatórios ou infecciosos, o que chamamos de conjuntivite.

A conjuntivite pode ser infecciosa ou não infecciosa:

  • Causas não infecciosas: substâncias irritantes (como fumaça, cloro de piscinas, produtos de limpeza, maquiagem, poluição), tóxica, medicamentosa, traumática, olho seco, associação a doenças sistêmicas.
  • Causas infecciosas: vírus ou bactérias.

Epidemiologia 

É uma das patologias oculares mais comuns, justamente por sua alta taxa de transmissão, muitas vezes causando epidemias, principalmente no verão. Em 2004, por exemplo, foram registrados 65 mil casos de conjuntivite somente no Estado de São Paulo, com maior prevalência nos primeiros meses do ano.

Fisiopatologia e transmissão

A causa mais frequente é por infecção viral, correspondente a cerca de 90% dos casos, principalmente o Adenovírus e Enterovírus, pois são altamente contagiosos. Nesses casos, a transmissão ocorre por contato direto com mãos contaminadas após contato com a secreção ocular e objetos contaminados. 

Nos casos de conjuntivite alérgica, irritativa ou tóxica, não podem ser transmitidas. 

A conjuntivite bacteriana ocorre por um desequilíbrio da flora bacteriana da conjuntiva decorrente da presença de um organismo mais virulento que altera os mecanismos de defesa do hospedeiro. As bactérias mais comuns que a causam são: Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae e  Haemophilus sp.Geralmente são agudas e bilaterais. Muitos fatores, como diferenças regionais, populacionais e sanitárias podem influenciar na incidência do agentes etiológicos das conjuntivites bacterianas; 

As conjuntivites alérgicas ocorrem em resposta ao contato com alérgeno, causando formação do complexo alérgeno-IgE-mastócito, que leva a desgranulação dos mastócitos, e consequentemente, a liberação de mediadores químicos. 

Outras causas de conjuntivite

Existem outros tipos menos comuns de conjuntivite:

Febre faringoconjuntival: causada pelas espécies 3 e 7 do adenovírus, manifesta-se por febre, faringite, conjuntivite folicular bilateral e inflamação do gânglio pré-auricular. 

Conjuntivite hemorrágica aguda: causada pelos Picornavírus, caracterizada por adenopatia pré-auricular, conjuntivite folicular e hemorragia subconjuntival. Sua forma crônica pode ser causada pela presença do vírus do molusco contagioso, com lesões arredondadas ao redor do olho e bordo palpebral.

Conjuntivite de inclusão do recém-nascido: conjuntivite purulenta aguda de 5-12 dias após o nascimento.

Conjuntivite de inclusão do adulto: frequentemente é uma doença sexualmente transmitida, apresenta-se por conjuntivite folicular, podendo apresentar também ceratite epitelial e infiltrados corneanos.

Conjuntivite papilar gigante: reação inflamatória da conjuntiva tarsal superior a corpos estranhos na superfície ocular, muito relacionada a lentes de contato, próteses oculares, sutura exposta, corpo estranho corneano, tecido adesivo tecidual-cianoacrilato, entre outros. Apresenta-se clinicamente por papilas de tamanho médio e pequeno.

Conjuntivite em AIDS: sabe-se que a imunodeficiência causada pelo vírus do HIV pode ser um fator de maior predisposição para infecções por patógenos oportunistas ou que estejam de forma latente no organismo do hospedeiro. Os pacientes apresentam moderada inflamação e edema da conjuntiva tarsal inferior e ceratopatia epitelial.

Quadro clínico 

A conjuntivite é caracterizada por sinais de dilatação vascular, infiltração celular e exsudação, e sintomas de desconforto ocular, ardor, sensação de areia nos olhos, lacrimejamento, secreção, prurido, dor, fotofobia, mas com pouco embaçamento visual.

Geralmente cursa de forma benigna, com duração de cerca de 15 dias. Mas podem ocorrer complicações em casos infecciosos, dependendo do agente infeccioso, pois pode estender-se da conjuntiva para a pálpebra ou para o interior do globo ocular, o que causa riscos de acometimento do nervo óptico e comprometer a acuidade visual do paciente. 

Uma diferença importante para o diagnóstico clínico, é que na conjuntivite bacteriana a secreção ocular é esverdeada/amarelada, enquanto que na viral a sintomatologia pode ser mais leve. 

Em casos de conjuntivite neonatal, por exemplo, a mãe infectada pode alguma bactéria pode transmitir pelo canal vaginal para o recém-nascido, causando infecções. Dependendo da bactéria, como a causadora da gonorréia, pode ser extremamente severa no bebê, com risco de perfuração de córnea.

Diagnóstico da conjuntivite

Seu diagnóstico é primordialmente clínico, e é necessária a análise para diagnóstico diferenciais de outras patologias oculares que possam causar hiperemia, como uveíte, blefarite, episclerite, entre outros. Além disso, é possível determinar se, nos casos infecciosos, a causa é viral ou bacteriana.

Tratamento da conjuntivite

Seu tratamento depende da etiologia. 

Nas conjuntivites virais, por não existir um tratamento específico, a terapêutica baseia-se na sintomatologia para diminuir o desconforto do paciente, com uso de soro fisiológico ou água gelados para compressas sobre as pálpebras, limpeza dos olhos, colírios lubrificantes para reduzir a vermelhidão e manter a limpeza.

Já as conjuntivites bacterianas podem ser tratadas com antibióticos, aplicados via tópica ou em colírios e pomadas. As de causas alérgicas melhoram a sintomatologia com a retirada do agente alérgeno causador da inflamação.

Independentemente de qual seja a causa, é estritamente contraindicado o uso de lentes de contato, frequentar piscinas ou exposição a substâncias irritantes, como maquiagens nos olhos, produtos de limpeza, o próprio cloro de piscinas, entre outros; e compartilhar objetos que podem ter contato com os olhos infectados, como óculos e maquiagens. 

Para a fotofobia, pode ser indicado o uso de óculos escuros.  

Profilaxia

As únicas maneiras de evitar o contágio da conjuntivite infecciosa é por algumas medidas de segurança e higiene, como:

  • Higienização das mãos;
  • Evitar levar as mãos aos olhos;
  • Evitar coçar, para diminuir a irritação da área;
  • Não compartilhar toalhas, roupas de cama, travesseiros e outros objetos;
  • Evitar piscinas.

Para conjuntivites alérgicas, a principal forma de prevenir é evitar a exposição a agentes irritantes e/ou alérgenos. 

Crianças devem ser afastadas das escolas para reduzir o risco de transmissão, e adultos podem ser afastados de seus trabalhos.

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