Olá, querido doutor e doutora! O eritema ab igne é uma dermatose causada pela exposição repetida ao calor moderado, gerando um padrão reticulado hiperpigmentado na pele. Com o avanço tecnológico, sua incidência tem aumentado devido ao uso prolongado de laptops, aquecedores e dispositivos terapêuticos. Embora geralmente benigno, a exposição crônica pode levar a alterações persistentes e, em casos raros, à transformação maligna.
A hiperpigmentação pode se tornar permanente em exposições prolongadas, exigindo acompanhamento dermatológico para descartar complicações.
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Conceito de eritema ab igne
O eritema ab igne é uma alteração cutânea causada pela exposição repetida e prolongada ao calor em níveis insuficientes para provocar queimaduras diretas. A pele afetada desenvolve um padrão reticulado escurecido, frequentemente acompanhado de vasos dilatados visíveis. Em fases iniciais, a lesão pode apresentar coloração avermelhada, que gradualmente evolui para tons acastanhados com o tempo.
Essa condição costuma surgir em áreas do corpo que entram em contato com fontes de calor, como bolsas térmicas, aquecedores, dispositivos eletrônicos e equipamentos terapêuticos. Embora geralmente seja um achado benigno, a exposição contínua pode levar a danos persistentes e, em casos raros, ao desenvolvimento de alterações pré-malignas.
Fisiopatologia do eritema ab igne
O eritema ab igne surge devido à exposição repetida da pele ao calor moderado, abaixo do limiar necessário para causar queimaduras. Esse estímulo térmico contínuo provoca uma resposta vascular caracterizada por dilatação dos capilares dérmicos, levando à formação do padrão reticulado típico da condição. Com o tempo, a exposição prolongada resulta na deposição de hemossiderina e melanina na derme, contribuindo para a hiperpigmentação característica.
Além das alterações pigmentares, a exposição crônica ao calor pode causar atrofia epidérmica e destruição progressiva das fibras colágenas, tornando a pele mais fina e predisposta a telangiectasias. Em casos avançados, pode ocorrer hiperqueratose e displasia das células epidérmicas, o que eleva o risco de transformação maligna, principalmente para carcinoma espinocelular.
Causas de eritema ab igne
O eritema ab igne ocorre devido à exposição repetida e prolongada ao calor moderado, sem que a temperatura atinja níveis suficientes para causar queimaduras diretas. Esse contato contínuo com a fonte térmica gera alterações nos capilares dérmicos, levando ao padrão reticulado característico da condição. As principais fontes de calor associadas ao desenvolvimento dessa dermatose incluem:
- Dispositivos eletrônicos: o uso frequente de computadores portáteis apoiados diretamente sobre as pernas pode gerar aquecimento suficiente para provocar a lesão.
- Métodos terapêuticos: bolsas térmicas, compressas quentes e equipamentos de fisioterapia, como diatermia e ultrassom terapêutico, são frequentemente relatados como desencadeadores.
- Aquecedores elétricos e lareiras: exposição contínua a radiadores e outros dispositivos de aquecimento, especialmente durante o inverno, pode afetar áreas como pernas e costas.
- Exposição ocupacional: trabalhadores que lidam com fornos, caldeiras e outras fontes de calor intenso podem desenvolver a condição em áreas expostas.
Diagnóstico
O diagnóstico do eritema ab igne é essencialmente clínico, baseado na história de exposição ao calor e na observação das lesões características. A presença de um padrão reticulado hiperpigmentado em áreas submetidas a fontes de calor repetitivas levanta forte suspeita da condição.
O eritema ab igne se manifesta inicialmente como uma área avermelhada, geralmente indolor, que surge na região exposta ao calor repetitivo. Com a continuidade da exposição, a coloração eritematosa dá lugar a um padrão reticulado hiperpigmentado, que pode variar de tons acastanhados a arroxeados.
Características | Descrição |
Padrão inicial | Área avermelhada na região exposta ao calor. |
Evolução da coloração | O eritema inicial evolui para padrão reticulado hiperpigmentado, podendo ser acastanhado ou arroxeado. |
Sintomas | Geralmente assintomático, mas pode haver leve ardência ou prurido. |
Alterações cutâneas | Telangiectasias, atrofia epidérmica, descamação fina e sensação de calor. |
Locais mais comuns | Coxas, pernas, região lombossacral e abdome, conforme a fonte de calor utilizada. |
Possibilidade de malignização | Rara, mas possível em exposições prolongadas, exigindo acompanhamento dermatológico. |
Diagnóstico diferencial
- Livedo reticularis;
- Dermatite de contato pigmentada;
- Poiquilodermia actínica;
- Vasculites cutâneas; e
- Cutis marmorata telangiectática congênita.
Tratamento
Interrupção da exposição ao calor
O passo mais importante no tratamento do eritema ab igne é cessar o contato com a fonte de calor. Em muitos casos, apenas essa medida já é suficiente para que as lesões regridam gradualmente. O paciente deve ser orientado a evitar o uso direto de bolsas térmicas, aquecedores, laptops sobre a pele e qualquer outro dispositivo que emita calor prolongado.
Cuidados com a pele e fotoproteção
A fotoproteção é essencial para evitar a piora da hiperpigmentação e prevenir danos adicionais causados pela exposição solar. O uso de protetores solares de amplo espectro deve ser incentivado, especialmente quando a lesão se localiza em áreas expostas. Além disso, hidratantes e produtos que restauram a barreira cutânea ajudam a manter a pele saudável e reduzir descamação ou irritação.
Evolução
A evolução do quadro depende da duração e intensidade da exposição ao calor. Quando o contato com a fonte térmica é interrompido precocemente, as lesões podem regredir completamente ao longo de meses. No entanto, em exposições prolongadas, a hiperpigmentação pode se tornar permanente e, em casos raros, há risco de transformação para carcinoma espinocelular.
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Referências Bibliográficas
- GIRALDI, S. et al. Eritema Ab Igne em adolescente induzido por computador laptop. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 86, n. 1, p. 128-130, 2011.
- KETTELHUT, E. A. et al. Erythema Ab Igne. StatPearls Publishing, 2025.
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