Resumo sobre lipoma: diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo sobre lipoma: diagnóstico, tratamento e mais!

Os lipomas são os tumores benignos de pele mais comuns, uma das responsáveis pelas pequenas cirurgias eletivas. Confira os principais aspectos referentes à esta condição benigna, que aparecem nos atendimentos e como são cobrados nas provas de residência médica!

Dicas do Estratégia para provas

Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes ao lipoma. 

  • É um tumor mesenquimal benigno mais comum de tecidos moles. 
  • Se apresentam como nódulos subcutâneos moles de consistência
  • fibroelástica, móvel e são indolores
  • O diagnóstico do lipoma geralmente é clínico. 
  • A USG pode ser solicitada em dúvida diagnóstica de demonstram massas hiperecóicas com linhas ecogênicas correspondentes a septos fibrosos.
  • O  tratamento de lipomas é realizado através da excisão cirúrgica indicada em casos de dor, estética ou dúvidas sobre o diagnóstico. 

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Definição da doença

O lipoma é um tumor mesenquimal benigno que consiste em células de gordura maduras envolvidas por finas cápsulas fibrosas, localizadas no subcutâneo. Geralmente é motivo de atendimento médico devido a suas implicações estéticas. 

Epidemiologia e fisiopatologia do lipoma

Os lipomas subcutâneos superficiais são as neoplasias benignas de tecidos moles mais comuns. Apresenta prevalência de até 2 % na população geral e correspondem a 15% a 50% de todos tumores mesenquimais de tecidos moles.  São mais comuns em pacientes obesos, mulheres e após os 50 anos de idade, embora lesões múltiplas e lipomas gigantes sejam mais comuns em homens.  

Em 15 a 20% dos casos ocorre nas porções proximais das extremidades do corpo e na região de cabeça e pescoço. Além disso, ocorrem principalmente nas regiões das nádegas e porção proximal das extremidades. 

O lipoma não apresenta etiologia esclarecida, mas tem sido atribuída a vários fatores como endocrinopatias (hipercolesterolemia e obesidade), alcoolismo, histórico de trauma local e infecções na região acometida.

Quando ocorre em locais de trauma prévio são chamados de pseudolipomas e acredita-se que o mecanismo seja mediado pela liberação local de citocinas inflamatórias e fatores de crescimento a partir de degradação de hematomas ou de herniação do tecido gorduroso causada pela contusão. 

Manifestações clínicas do lipoma

Os lipomas se apresentam como nódulos subcutâneos moles de consistência fibroelástica, móvel e são indolores, podendo variar de 1 cm até mais que 10 cm. No entanto, mais de 80% dos casos é menor que 5 cm. 

Lipoma apresentando-se como grande massa subcutânea na base do pescoço desta paciente. Crédito: Uptodate. 

Ocorrem com mais frequência no tronco e nos membros superiores e podem ser redondos, ovais ou multilobulados. Os pacientes podem apresentar um ou mais lipomas. 

#Ponto importante: uma condição genética chamada lipomatose múltipla familiar é caracterizada pelo desenvolvimento de múltiplos lipomas em vários membros da família. 

Nódulos estão presentes no braço deste paciente com múltiplos lipomas. Crédito: Uptodate

Geralmente são subcutâneos, mas podem se localizar em qualquer local do corpo que contenha tecido adiposo, incluindo vísceras, cavidades, sistema nervoso central, trato gastrointestinal, músculos e articulações.

Uma das complicações do lipoma é o crescimento excessivo (lipomas gigantes) e podem causar sintomas devido a compressão de estruturas neurovasculares vizinhas, resultando em dor, linfedema e ectasias venosas. Um lipoma gigante deve apresentar, pelo menos, 10 cm em uma de suas dimensões ou pesar mais de um quilo. 

Diagnóstico de lipoma

O diagnóstico do lipoma geralmente é clínico. Para a documentação do lipoma ou para diferenciar de cisto epidermóide ou cisto ganglionar pode se realizar uma ultrassonografia, visto que é uma ferramenta de diagnóstico amplamente disponível, relativamente barata, não invasiva e facilmente reprodutível. 

Na USG, lipomas se apresentam hiperecóicos com linhas ecogênicas correspondentes a septos fibrosos e em tomografia computadorizada são lesões hipoatenuantes. 

Imagem da ultrassonografia. Lesão hipoecoica extraóssea, bem delimitada, sólida, com estriações lineares, ecogênicas, internas, medindo 3cm em seu maior diâmetro. Crédito: CASTRO ET AL. 2019.

A transformação de um lipoma em lipossarcoma é raro. Se um lipoma suspeito causar sintomas como dor ou restrição de movimento, aumentar rapidamente de tamanho ou for firme em vez de macio, uma biópsia é indicada. 

Outro diagnóstico diferencial é o angiolipoma, um tumor benigno de adipócitos que ocorre tipicamente em adolescentes e adultos jovens. Clinicamente, os angiolipomas se assemelham muito aos lipomas, embora sejam geralmente dolorosos e sensíveis. 

Tratamento do lipoma

O  tratamento de lipomas é realizado através da excisão cirúrgica indicada em casos de dor, estética ou dúvidas sobre o diagnóstico. Deve ser removido tanto as células adiposas quanto a cápsula fibrosa para evitar recorrência. 

A excisão do lipoma é considerada uma cirurgia de pequeno porte, podendo ser feito até mesmo ambulatorialmente a depender da extensão. Geralmente é feito com técnica estéril e sob anestesia locais. É indicado marcar o perímetro da lesão previamente à cirurgia, pois a infiltração poderá distorcer as margens brandas do tecido.

A incisão deve ser suficiente para a remoção completa da lesão. A massa deve ser identificada e realizada a sua excisão, em conjunto com a cápsula que envolve o tecido adiposo quando for identificada. Após a remoção deve ser realizada a síntese por planos e sutura da pele. 

As principais complicações associadas ao procedimento incluem seromas, hematomas e deiscências, sobretudo em lesões não encapsuladas devido a necessidade de remoção de tecidos perilesionais em virtude da ausência de limites precisos dos tumores. O encaminhamento da peça para análise histopatológica evita que lesão maligna, embora rara, passe despercebida e sem tratamento adequado.

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Veja também:

Referências bibliográficas:

  • CASTRO, Tamara Fernandes et al. A ultrassonografia como ferramenta diagnóstica do lipoma em região maxilofacial: relato de caso. Rev. UNINGÁ, Maringá, v. 56, n. S3, p. 11-17, jan./mar. 2019.
  • COSTA DFN, et al. Tratamento cirúrgico de lipoma: Relato de dois casos. Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-Fac., Camaragibe v.17, n.3, p. 25-28, jul./set. 2017. Brazilian Journal of Oral and Maxillofacial Surgery – BrJOM. 
  • Overview of benign lesions of the skin. Uptodate. 
  • Crédito da imagem em destaque: Pixabay
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