Como vai, futuro Residente? A escabiose humana é uma doença dermatológica contagiosa causada por um parasita, que pode estar presente nas suas provas de Residência Médica, principalmente em Dermatologia. Por isso, nós do Estratégia MED preparamos um resumo exclusivo com tudo o que você precisa saber sobre o assunto para gabaritar as questões e garantir sua vaga nos melhores concursos. Para saber mais, continue a leitura. Bons estudos!
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Dicas do Estratégia para provas
Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes à escabiose humana.
- Definição: doença dermatológica infectocontagiosa.
- Agente infeccioso: ácaro Sarcoptes scabiei var hominis.
- Epidemiologia: mais frequente em populações precárias de condições higiênico-sanitárias.
- Transmissão: contato direto.
- Manifestações clínicas: prurido e exantema.
- Diagnóstico: clínico.
- Tratamento: antiparasitários e antipruriginosos.
- Prevenção: evitar contato com pessoas ou roupas/objetos infectados.
Definição e fisiopatologia
A escabiose, também conhecida como sarna humana, é uma doença dermatológica infectocontagiosa causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei var hominis, uma espécie de aracnídeo.
O parasita fecunda na superfície da pele. O macho morre, e a fêmea do parasita penetra e escava “túneis” sob a pele do hospedeiro, em cerca de 30 dias, depois deposita ovos, que eclodem após 7 a 10 dias e originam novos parasitas. Esses novos parasitas retornam à superfície da pele para completarem seus ciclos evolutivos.
Epidemiologia
Os países com maior incidência de parasitoses são os tropicais e subtropicais. A escabiose humana, especificamente, possui alto índice de contaminação em áreas precárias de condições higiênico-sanitárias – quanto mais precárias as condições de vida, maior a prevalência de sarna na população.
Existem alguns fatores que determinam fatores epidemiológicos para parasitoses, são eles:
- Capacidade biótica parasitária;
- Capacidade de evasão parasitária ao sistema de defesa do hospedeiro;
- Aumento populacional;
- Resistência aos antiparasitários;
- Turismo a zonas de alta endemicidade e movimentos migratórios;
- Emergências de novas epidemias por alterações do ecossistema, hábitos alimentares, entre outros;
- Oportunismo de várias espécies de parasitas como consequência de imunossupressão do hospedeiro.
Existem ainda alguns fatores de risco que predispõem a alta prevalência da escabiose em comunidades carentes, como:
- Extremos etários (idosos e crianças);
- Pobreza;
- Condições climáticas favoráveis à sobrevivência do ácaro;
- Falha no tratamento;
- Comportamento face à doença;
- Diagnóstico e tratamento tardio; e
- Infestações persistentes.
Transmissão
Sua transmissão ocorre por contato direto entre um indivíduo infectado e outro hospedeiro, pela penetração ativa do parasita na pele. As áreas do corpo mais afetadas são os espaços interdigitais, pulsos, cotovelos, axilas, pregas cutâneas sob os seios, cintura, joelhos, zona lombar, nádegas e zona púbica, rosto, couro cabeludo, pescoço, zonas palmas e plantar.
O risco de contágio aumenta em relação à quantidade de ácaros presentes no indivíduo, além disso, por possuir ausência visual, o parasita utiliza de recursos sensoriais (odor) e estímulos térmicos para se fixar ao hospedeiro.
Importante destacar que animais como gatos e cachorros não transmitem a sarna humana.
Manifestações clínicas da escabiose humana
As principais manifestações clínicas da escabiose são prurido forte e eritema/exantema, que são resultantes de uma reação de hipersensibilidade , além de vesículas e pápulas acompanhadas de placas eczematosas.
O prurido manifesta-se principalmente durante a noite, quando o hospedeiro está coberto e, consequentemente mais aquecido, o que auxilia a deslocação do parasita na superfície cutânea). Além disso, o prurido e o ato de coçar, implicam em manifestações de incômodo, causando distúrbios do sono e alterações de humor.
Os “túneis” escavados pelo parasita deixam também manifestações, caracterizadas por pequenos trajetos lineares, pouco elevados, da cor da pele ou ligeiramente avermelhados, mas dificilmente encontradas pois a escoriação os tornam irreconhecíveis.
Em mulheres, é comum o acometimento dos mamilos, e em crianças, das plantas dos pés e palmas das mãos.
Em reinfecções pelo parasita, a reação de hipersensibilidade é praticamente imediata, em cerca de 1 dias, e há um maior risco de problemas como glomerulonefrite pós-estreptocócica aguda e febre reumática.
Diagnóstico da escabiose humana
Não existem técnicas diagnósticas eficientes na constatação de sarna humana, sendo portanto majoritariamente clínico, a partir da identificação dos túneis e lesões características das lesões causadas pelo parasita.
O exantema e prurido causados pela infestação de escabiose humana, são manifestações comuns a outros problemas cutâneos, o que desperta análise sobre possíveis diagnósticos diferenciais, como: picadas de insetos, foliculite, impetigo, eczema, dermatite de contato, pitiríase rósea.
Mas a identificação dos sinais clássicos da escabiose, permite realizar o diagnóstico, são eles: túneis do parasita no subcutâneo, nas zonas palmar e plantar.
Tratamento
O tratamento inclui medicamentos tópicos ou orais, dependendo das necessidades de cada paciente de acordo com sua idade, gravidade da doença, estado de eczema ou escoriação, toxicidade e custos envolvidos. Os medicamentos amis utilizados são:
Antiparasitários que atuam diretamente no parasita:
- Permetrina 5% ⇒ aplicação em creme, 1x/semana, atua na eliminação do ácaro e seus ovos.
- Lindano 1% ou hexacloridrato de gamabenzeno ⇒ tratamento tópico de segunda linha, contraindicado para gestantes, lactentes ou lactantes.
- Crotamiton ⇒ acaricida importante na ação antipruriginosa.
- Enxofre ⇒ tratamento antigo, mas de baixa toxicidade e baixo custo, podendo ser utilizado na forma de pomada ou precipitado, como alternativa para lactentes recém-nascidos ou qualquer idade, ou em mulheres grávidas ou que estão amamentando.
- Ivermectina ⇒ via oral ou apenas uma dose de 200 µg/kg, pode ser utilizado como complemento no tratamento tópico ou em casos resistentes.
Medicamentos antipruriginosos:
- Anti-histamínicos sedativos (hidroxizina, dimetindeno) ⇒ administrados à noite.
- Anti-histamínicos não sedativos (cetirizina, loratadina) ⇒ durante o dia controlam o prurido sem causar sonolência como efeito secundário.
- Salicilatos e loções de calamina ⇒ auxiliam durante o tratamento antiparasitário.
- Hidrocortisona 1% (corticóide tópico) ⇒ importante no controle da comichão posterior ao tratamento.
- Antibioticoterapia sistêmica ⇒ via oral, para superinfecções bacterianas que não respondem à terapêutica acaricida.
Prevenção
Para prevenir as parasitoses em geral, e especificamente a escabiose, é necessária a promoção de saúde e políticas de bem-estar em comunidades precárias principalmente de saneamento-básico e higiene.
Algumas medidas pessoais também são importantes, como evitar contato direto com indivíduos infectados, bem como compartilhar roupas contaminadas, incluindo de cama e banho.
Sarna x Covid-19
Em 2021, um trabalho publicado pelo Núcleo de Estudos em Farmacoterapia da Universidade Federal de Alagoas levantou a hipótese de que o uso indiscriminado da ivermectina, prescrita no “kit covid”, causa uma resistência do ácaro Sarcoptes scabiei ao medicamento, que também é utilizado como alternativa no tratamento da sarna.
Essa resistência ao medicamento permite gerar dificuldade no tratamento e, consequentemente, maior chance de transmissão e surtos da doença.
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Referências:
- Sociedade Brasileira de Dermatologia – Escabiose (ou Sarna).
- Secretaria de Estado de Saúde do Governo Estado de Goiás – Escabiose.
- Universidade Fernando Pessoa – Faculdade de Ciências da Saúde – Escabiose Humana.
- Universidade Federal do Alagoas – “Trabalho alertou sobre surto de sarna associado ao uso de ivermectina”.