Resumo de Linfadenopatia: fisiopatologia, diagnóstico e mais!
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Resumo de Linfadenopatia: fisiopatologia, diagnóstico e mais!

Olá, querido doutor e doutora! A linfadenopatia representa uma alteração clínica comum, observada em diferentes cenários, desde infecções autolimitadas até doenças mais complexas. A avaliação adequada depende da observação de características como localização, tamanho, consistência e evolução dos linfonodos. A diferenciação entre causas benignas e graves deve ser feita com atenção, respeitando o tempo de evolução clínica e as particularidades de cada caso. 

Em adultos, linfonodos com diâmetro superior a 2 cm aumentam a suspeita de malignidade.

Conceito 

A linfadenopatia refere-se a qualquer alteração perceptível nos linfonodos, envolvendo aumento de volume, mudança na consistência ou presença de dor. Embora muitas vezes associada a processos infecciosos autolimitados, essa alteração também pode ser o primeiro sinal de doenças mais graves, como neoplasias ou distúrbios autoimunes. O termo abrange tanto linfonodos localizados em uma única região quanto aqueles que aparecem de forma disseminada em diferentes cadeias linfáticas, refletindo uma ampla variedade de mecanismos patológicos.

Fisiopatologia 

Os linfonodos são estruturas organizadas do sistema imune, responsáveis pela filtragem do fluido intersticial e pela apresentação de antígenos às células de defesa. Durante a exposição a agentes infecciosos, células tumorais ou estímulos inflamatórios, ocorre uma ativação local das células do sistema imune, com proliferação de linfócitos e macrófagos. Esse processo leva ao aumento do volume linfonodal, que é percebido clinicamente como linfadenopatia. 

Além da expansão celular, o aumento pode ser consequência de acúmulo de produtos inflamatórios, infiltração neoplásica ou depósitos de substâncias anormais. A resposta inflamatória pode ainda causar edema e congestão vascular, contribuindo para a dor e alterações de consistência no linfonodo.

Causas 

A linfadenopatia pode resultar de diferentes processos patológicos, desde infecções comuns até doenças sistêmicas complexas. Reconhecer a variedade de causas é indispensável para definir a abordagem inicial e planejar a necessidade de investigação complementar. De maneira prática, elas podem ser agrupadas em categorias que incluem infecções, neoplasias, doenças autoimunes, reações medicamentosas e distúrbios metabólicos.  

CategoriaExemplos comuns
InfecçõesVírus (EBV, CMV, HIV), Bactérias (Streptococcus, Bartonella), Fungos (Histoplasma)
NeoplasiasLinfoma de Hodgkin, Linfoma não-Hodgkin, Metástases de tumores sólidos
Doenças autoimunesLúpus eritematoso sistêmico, Artrite reumatoide, Sarcoidose
Reações a medicamentosFenitoína, Alopurinol, Hidralazina, Penicilinas
Distúrbios metabólicosDoença de Gaucher, Doença de Niemann-Pick

Avaliação clínica 

O exame físico detalhado permite levantar hipóteses diagnósticas importantes a partir de características simples, como localização, tamanho, consistência, mobilidade e dor.

  • Localização: a região onde o linfonodo é encontrado pode sugerir a origem da lesão. Por exemplo, linfonodos cervicais geralmente refletem infecções da cabeça e pescoço, enquanto linfonodos supraclaviculares levantam suspeita para processos malignos intra-abdominais ou torácicos. 
  • Tamanho: linfonodos considerados normais, em adultos, costumam medir menos de 1 cm de diâmetro. Tamanhos superiores, especialmente acima de 2 cm, aumentam a preocupação para causas mais graves. 
  • Consistência: linfonodos de consistência fibroelástica costumam ser benignos, enquanto a consistência pétrea sugere malignidade. 
  • Mobilidade: linfonodos móveis em relação aos planos profundos são mais compatíveis com processos benignos; já linfonodos fixos indicam provável invasão de estruturas adjacentes, como ocorre nas neoplasias. 
  • Dor e sinais flogísticos: dor à palpação e sinais inflamatórios locais sugerem origem infecciosa ou inflamatória.

Diagnóstico 

O diagnóstico da linfadenopatia baseia-se inicialmente na integração entre os achados da história clínica e do exame físico. A anamnese deve explorar a duração do quadro, a presença de sintomas sistêmicos como febre e perda de peso, exposições recentes a infecções, viagens, hábitos de risco e uso de medicamentos. Já o exame físico detalhado analisa a distribuição dos linfonodos, suas características morfológicas e eventuais sinais associados.

Na presença de linfadenopatia localizada, sem sinais de alarme, é aceitável uma conduta expectante por até quatro semanas. Caso persista ou haja piora, exames laboratoriais e de imagem devem ser solicitados. Entre os exames laboratoriais mais úteis estão o hemograma completo, sorologias para agentes infecciosos, provas inflamatórias (como VHS) e testes específicos, como pesquisa para HIV ou sífilis. A radiografia de tórax auxilia na avaliação de acometimento mediastinal.

Se a hipótese clínica incluir neoplasias ou se a investigação inicial for inconclusiva, a biópsia do linfonodo, preferencialmente excisional, torna-se necessária para avaliação histopatológica.

Diagnóstico diferencial

  • Lipoma, formação benigna de tecido adiposo que pode ser palpada como um nódulo subcutâneo macio e móvel.
  • Cisto sebáceo, lesão encapsulada de conteúdo sebáceo que pode se apresentar como massa flutuante e indolor. 
  • Hidradenite supurativa, inflamação crônica de glândulas sudoríparas, especialmente em regiões axilares e inguinais. 
  • Abscesso cutâneo, acúmulo de pus que simula linfonodomegalia inflamatória, geralmente acompanhado de dor intensa. 
  • Malformações vasculares, como hemangiomas, que podem produzir massas compressíveis. 
  • Tumores de partes moles, como rabdomiossarcomas ou fibrossarcomas, que inicialmente podem ser confundidos com linfonodos aumentados. 
  • Nódulos de tireoide, especialmente na cadeia cervical baixa, confundidos com linfonodos cervicais. 
  • Hérnia inguinal, que pode apresentar abaulamento na região da virilha e ser confundida com aumento de linfonodos.

Tratamento

O tratamento da linfadenopatia deve ser orientado pela causa identificada na investigação clínica e laboratorial. Quando associada a infecções bacterianas, a terapia antimicrobiana específica costuma levar à regressão dos linfonodos. Em casos de infecções virais, como mononucleose infecciosa ou infecções respiratórias, o manejo é baseado em medidas de suporte, como hidratação, repouso e controle de sintomas.

Quando a linfadenopatia está relacionada a doenças autoimunes, como lúpus ou artrite reumatoide, o tratamento direciona-se para o controle da doença de base, geralmente com o uso de anti-inflamatórios, imunossupressores ou imunomoduladores. Em situações de origem neoplásica, o tratamento é planejado conforme o tipo de câncer, podendo incluir cirurgia, quimioterapia ou radioterapia. 

Casos em que a investigação inicial não define a etiologia e a linfadenopatia persiste ou evolui de forma suspeita indicam a necessidade de biópsia do linfonodo para orientar uma abordagem terapêutica mais específica.

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Referências Bibliográficas 

  1. DIDIER NETO, Fernando M. F.; KISO, Karina Moraes. Comprometimento dos linfonodos em adultos. Arquivos Médicos dos Hospitais e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, v. 58, p. 79-87, 2013​.
  1. FREEMAN, Andrew M.; MATTO, Patricia. Lymphadenopathy. StatPearls. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing, 2025​.
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