Resumo de Nódulo Pulmonar Solitário: causas, diagnóstico e mais!
Acervo pessoal.

Resumo de Nódulo Pulmonar Solitário: causas, diagnóstico e mais!

Olá, querido doutor e doutora! O nódulo pulmonar solitário (NPS) é uma lesão intraparenquimatosa menor que 3 cm, frequentemente descoberta incidentalmente em exames de imagem. Embora a maioria seja benigna, a possibilidade de malignidade exige uma abordagem sistemática, considerando fatores de risco, exames complementares e, quando necessário, biópsia ou ressecção cirúrgica.

A identificação precoce de um NPS maligno pode impactar significativamente a sobrevida do paciente, reforçando a importância de um manejo criterioso.

Conceito de nódulo pulmonar solitário

O nódulo pulmonar solitário (NPS) é uma opacidade focal bem delimitada no parênquima pulmonar, com diâmetro inferior a 3 cm, que não está associada a linfonodomegalia, atelectasia ou pneumonia. Esses nódulos são frequentemente detectados de forma incidental em exames de imagem, como radiografia de tórax ou tomografia computadorizada, realizados por outras razões clínicas.

Causas  

O nódulo pulmonar solitário (NPS) pode ter diversas origens, abrangendo etiologias benignas e malignas. A diferenciação entre essas causas é essencial para determinar a necessidade de investigação adicional e definir a conduta clínica apropriada.

CategoriaCausaDescrição
BenignasGranulomas infecciososResultantes de infecções como tuberculose, histoplasmose e coccidioidomicose. Podem apresentar calcificações típicas.
HamartomasTumores benignos compostos por tecido cartilaginoso, adiposo e conjuntivo. Podem exibir calcificações no padrão “pipoca”.
Nódulos inflamatóriosAssociados a doenças como sarcoidose e granulomatose com poliangiite.
Malformações vascularesIncluem malformações arteriovenosas, que podem ser confundidas com NPS.
Cistos congênitosCisto broncogênico ou sequestração pulmonar podem mimetizar um nódulo sólido.
PseudonódulosPodem ser causados por artefatos, estruturas vasculares ou alterações pleurais pedunculadas.
MalignasCarcinoma broncogênicoInclui adenocarcinoma, carcinoma de pequenas células e carcinoma epidermoide.
Metástases pulmonaresTumores de origem extrapulmonar, como câncer de mama, cólon e rim, podem se manifestar como NPS.
Tumores neuroendócrinosIncluem tumores carcinoides, geralmente bem delimitados e de crescimento lento.
Sarcomas e linfomasEmbora menos comuns, podem se apresentar como nódulos pulmonares isolados.

Epidemiologia e fatores de risco 

O nódulo pulmonar solitário (NPS) é um achado relativamente comum na prática clínica, especialmente com o aumento da utilização de tomografias computadorizadas (TC) para rastreamento de câncer de pulmão. 

Em radiografias de tórax, a incidência de NPS varia entre 0,1% a 0,2% dos exames realizados. Em tomografias computadorizadas (TC) de rastreamento, a detecção pode chegar a 13% dos exames. A prevalência de malignidade entre os NPS varia entre 2% e 23%, dependendo das características clínicas e radiológicas do paciente. 

Fatores de risco para malignidade

  • Idade: o risco aumenta com a idade, especialmente acima de 60 anos. 
  • Tabagismo: fumantes e ex-fumantes recentes apresentam maior probabilidade de malignidade. 
  • Histórico de câncer: pacientes com neoplasia prévia (especialmente pulmão, mama, rim e cólon) têm maior risco de metástase pulmonar. 
  • Tamanho do nódulo: nódulos > 8 mm apresentam risco crescente de malignidade. 
  • Localização do nódulo: nódulos nos lobos superiores têm maior chance de serem malignos. 
  • Características radiológicas: bordas espiculadas, calcificação excêntrica e crescimento rápido aumentam a suspeita de malignidade. 
  • História ocupacional: exposição a asbesto, sílica, radiação ionizante e metais pesados eleva o risco de neoplasia pulmonar.

Diagnóstico 

Radiografia de tórax 

A radiografia de tórax é frequentemente o primeiro exame a revelar um NPS, muitas vezes de forma incidental. Apesar de sua ampla disponibilidade, possui sensibilidade limitada, especialmente para nódulos pequenos ou localizados em áreas sobrepostas a estruturas ósseas. 

Quando um nódulo é identificado na radiografia, a comparação com exames anteriores pode fornecer informações sobre crescimento ou estabilidade da lesão, auxiliando na decisão sobre a necessidade de investigação complementar.

Nódulo pulmonar de 7mm em hemitórax esquerdo. Acervo pessoal.

Tomografia computadorizada de tórax 

A tomografia computadorizada (TC) de tórax é o exame de escolha para caracterizar um NPS. Esse método permite avaliar detalhes como tamanho, densidade, margens e calcificação do nódulo. 

Nódulos maiores que 8 mm, com bordas espiculadas, crescimento rápido e calcificações excêntricas, possuem maior risco de malignidade. Além disso, a TC pode identificar outras lesões associadas, como linfonodomegalia, atelectasia ou derrame pleural, que podem sugerir uma neoplasia primária.

PET-CT e avaliação metabólica 

A tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT) é recomendada para nódulos maiores que 8 mm em pacientes com risco intermediário de câncer. Esse exame avalia a atividade metabólica do nódulo, medindo a captação do radiofármaco fluordesoxiglicose (FDG). 

Nódulos malignos geralmente apresentam captação aumentada, enquanto lesões benignas têm metabolismo mais baixo. No entanto, algumas infecções e processos inflamatórios também podem causar falso-positivos, tornando necessário correlacionar os achados com outros exames.

Biópsia e métodos invasivos 

Quando a suspeita de malignidade é alta e a caracterização histológica é essencial, pode ser indicada uma biópsia pulmonar. O método escolhido depende da localização do nódulo. Para lesões periféricas, a biópsia percutânea guiada por TC oferece alta precisão, mas apresenta risco de pneumotórax. 

para nódulos centrais ou próximos às vias aéreas, a broncoscopia com biópsia transbrônquica é uma alternativa menos invasiva, embora possa ter menor sensibilidade para lesões distantes dos brônquios. Em casos de forte suspeita de câncer, a ressecção cirúrgica pode ser tanto diagnóstica quanto terapêutica, permitindo a remoção completa da lesão.

Tratamento 

O tratamento do nódulo pulmonar solitário (NPS) depende diretamente da probabilidade de malignidade estimada com base nas características clínicas e radiológicas.

Probabilidade de MalignidadeCondutaDetalhes
Baixo Risco (<5%)Acompanhamento com TC seriada– Nódulos <6 mm: não requer seguimento na maioria dos casos. 
– Nódulos 6-8 mm: TC em 6-12 meses e, se estável, controle após 18-24 meses. 
– Estabilidade por 2 anos sugere benignidade.
Risco Intermediário (5-65%)Exames complementares– PET-CT para avaliar metabolismo do nódulo, indicado para lesões ≥8 mm. 
– Biópsia percutânea guiada por TC para nódulos periféricos. 
– Broncoscopia com biópsia transbrônquica para nódulos centrais.
Alto Risco (>65%)Ressecção cirúrgica– Videotoracoscopia (VATS) ou toracotomia. 
– Lobectomia com linfadenectomia se houver forte suspeita de câncer.
Pacientes inoperáveisRadioterapia estereotáxica corporal (SBRT)– Indicado para pacientes com contraindicação cirúrgica. 
– Técnica de radioterapia de alta precisão para controle do tumor.

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Referências Bibliográficas 

  1. SILVA, Denise Rossato; BAGLIO, Pierângelo Tadeu; GAZZANA, Marcelo Basso. Nódulo pulmonar solitário. Revista Brasileira de Clínica Médica, v. 7, p. 132-139, 2009. 
  1. LEAL, Rafael Klas da Rocha. Nódulo pulmonar solitário – manejo na prática clínica. Pulmão RJ, v. 25, n. 2, p. 5-10, 2016. 
  1. WYKER, Andrew; SHARMA, Sanjeev; HENDERSON, William W. Solitary Pulmonary Nodule. StatPearls. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing, 2025.
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