Resumo de odinofagia: causas, diagnóstico e mais!

Resumo de odinofagia: causas, diagnóstico e mais!

Confira as principais causas, como diagnosticar e a conduta geral para estes casos

A odinofagia geralmente representa um processo inflamatório na orofaringe e esôfago e, conhecer os principais diagnósticos diferenciais deste sintoma é importante para guiar as condutas. 

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Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes à odinofagia.

  • É importante distinguir a disfagia, que é o trânsito anormal de sólidos ou líquidos, da odinofagia, que é a dor ao engolir;
  • A odinofagia geralmente reflete um processo inflamatório que envolve a mucosa esofágica ou, em casos raros, o músculo do esôfago;
  • A odinofagia é a dor durante a deglutição e, normalmente, é causada por qualquer inflamação ou infecção desde a orofaringe até o esôfago;
  • As faringoamigdalites são uma das causas mais comuns de odinofagia na atenção primária, seguida por esofagites fúngicas induzidas por drogas ou outras causas infecciosas;
  • A EDA geralmente é solicitada quando a causa mais provável seja de origem esofágica;
  • O tratamento inicial visa controle da dor e a possibilidade de alimentação com uso de analgésicos. 

Definição da doença

A odinofagia refere-se à dor ao engolir e também pode estar presente na criança disfágica. É importante distinguir a disfagia, que é o trânsito anormal de sólidos e/ou líquidos, da odinofagia, que é a dor ao engolir.

A odinofagia pode variar desde uma dor surda retroesternal a deglutição até dor em pontadas, com radiação para o dorso tão severa que o paciente não pode comer ou mesmo engolir sua própria saliva. 

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Fisiopatologia da odinofagia

A odinofagia quase sempre indica processo inflamatório, irritação ou ulceração da mucosa orofaríngea e esofágica ou, em casos raros, o músculo do esôfago.

Etiologia e pistas diagnósticas

A odinofagia, dor durante a deglutição, é comumente causada por qualquer inflamação ou infecção desde a orofaringe até o esôfago. A odinofagia de causa esofágica geralmente é diagnosticada com uma endoscopia digestiva alta. 

  • Faringoamigdalites:  A inflamação da mucosa faríngea é vista através de visualização direta, associada a sinais como placas amigdalianas, coriza e sinusite. Apresenta principalmente etiologia viral e é a principal causa de odinofagia na atenção básica. A celulite e o abscesso retrofaríngeo pode ocorrer mais comumente em crianças entre dois e quatro anos de idade, sendo as espécies bacterianas predominantes o Streptococcus pyogenes (estreptococos do grupo A) e o Staphylococcus aureus. 
  • Esofagite de Refluxo: Pacientes com sintomas como pirose, que piora ao ingerir alimentos gordurosos e ácidos e ao deitar, além de pacientes com história de úlceras/erosões distais, hérnia de hiato, obesidade e outras comorbidades gástricas. 
  • Esofagite viral: Geralmente causa úlceras rasas na superfície da mucosa, mais comum em pacientes imunocomprometidos. Os agentes virais mais relacionados à odinofagia incluem o herpesvírus e o citomegalovírus. 
  • Esofagite por Candida: Não é uma causa comum nos imunocompetentes e geralmente está associada a candidíase oral. No entanto, é um importante diagnóstico diferencial em pacientes imunocomprometidos, principalmente em neutropênicos ou com síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) causada pela infecção do vírus HIV. Inclusive, pode ser a primeira manifestação do vírus na imunodeficiência humana. Pode aparecer também em pacientes que estão invadidos por longo períodos de tempo (intubados ou traquiotomisados), além de pacientes que fazem uso de corticoides inalatórios. Na EDA, encontra-se uma superfície esofágica desgrenhada, placas elevadas e úlceras rasas. 
  • Esofagite induzida por drogas/pílulas: Causa início súbito de odinofagia grave. Mais comum em pacientes idosos, o paciente pode apresentar odinofagia ou dor no peito ininterrupta acentuada pela deglutição. Frequentemente causada por antibióticos e medicamentos cardíacos, pode apresentar ulceração, espasmo e estenose em locais de estreitamento luminal normal (arco aórtico, brônquio principal esquerdo, região retrocardíaca). 
  • Esofagite por corpo estranho: Alimentos como ossos de peixe ou galinha costumam arranhar a faringe ou esôfago quando engolidos. A maioria dos corpos estranhos ingeridos pode ser detectada por radiografia, laringoscopia e esofagoscopia. A TC pode ser necessária para confirmar a localização e o diagnóstico. 
  • Malignidade: A deglutição dolorosa crônica pode estar relacionada a um sintoma precoce de câncer de esôfago, causado por tumores que se desenvolvem no órgão. Geralmente reflete um câncer esofágico não obstrutivo e sua principal causa é o tabagismo prolongado, além de abuso de álcool ou azia persistente. 

Mesmo sendo coisas distintas, a disfagia também pode estar presente nessas etiologias com a dor como queixa dominante, exceto pela DRGE e malignidades, em que a odinofagia não é um sintoma predominante.

Manejo da odinofagia

No contexto das faringoamigdalites, excluída causa bacteriana, o tratamento envolve analgesia simples. Os AINEs geralmente são evitados nos casos de esofagite, devido ao risco de ulcerações presentes e, quando placas purulentas são visualizadas na amígdala ou há suspeita de abscesso retrofaríngeo, a antibioticoterapia está indicada.

Para realizar o diagnóstico etiológico da odinofagia de causa esofágica, geralmente está indicada a EDA. Em casos que predominam a odinofagia não deve se iniciar tratamento com IBPs, visto que a odinofagia é um sintoma atípico na DRGE. 

A maioria dos médicos trata pacientes com HIV e odinofagia e/ou disfagia, especialmente se eles também tiverem candidíase, com um curso empírico de fluconazol por via oral antes da realização da endoscopia devido a sua alta incidência nesta população.

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Referências bibliográficas:

Crédito da imagem em destaque: Pixabay

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