Olá, querido doutor e doutora! Os pólipos intestinais são lesões comuns que se formam na mucosa do cólon, projetando-se para o interior do intestino. Embora muitas dessas formações sejam benignas, alguns tipos apresentam potencial para se transformarem em câncer colorretal, especialmente quando associados a fatores de risco como idade, dieta e histórico familiar. A detecção precoce e a remoção dos pólipos são fundamentais para a prevenção do câncer colorretal e a redução de complicações associadas, como sangramentos e obstruções intestinais. Este texto aborda os principais aspectos dos pólipos intestinais, incluindo suas classificações, fatores de risco, métodos de diagnóstico e opções de tratamento, além de destacar a importância do acompanhamento médico adequado para garantir o melhor prognóstico.
Identificar e remover pólipos precocemente é uma medida preventiva que pode reduzir significativamente o risco de evolução para o câncer colorretal.
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Conceito de Pólipo Intestinal
Pólipos intestinais são crescimentos anômalos que se projetam a partir da mucosa para o interior do intestino grosso, especialmente no cólon e reto. Eles podem variar em forma, tamanho e tipo celular, e sua natureza histológica define o potencial de malignidade. Embora muitos pólipos sejam benignos, alguns tipos podem evoluir para câncer colorretal, tornando a detecção e a remoção desses pólipos fundamentais para a prevenção de neoplasias mais graves. Esses crescimentos podem ser achados únicos ou múltiplos, ocorrendo de forma esporádica ou como parte de síndromes genéticas.
Epidemiologia e Fatores de Risco de Pólipo Intestinal
A ocorrência de pólipos intestinais tende a aumentar com a idade, sendo mais frequente em indivíduos acima de 50 anos. Em países ocidentais, esses pólipos são detectados em cerca de 30% dos adultos nessa faixa etária. No entanto, pólipos intestinais também podem aparecer em crianças, especialmente quando há sangramento no trato gastrointestinal inferior, atingindo até 12% dos casos infantis com esse sintoma. Observa-se ainda uma prevalência mais elevada entre homens não-brancos.
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de pólipos intestinais incluem:
- Idade avançada;
- Sexo masculino;
- Dieta rica em gorduras e pobre em fibras;
- Consumo excessivo de álcool (mais de oito doses por semana);
- Tabagismo;
- Histórico familiar de pólipos, câncer colorretal ou síndromes de polipose intestinal; e
- Condições inflamatórias intestinais, como a colite ulcerativa e a doença de Crohn.
Classificação dos Pólipos Intestinais
Os pólipos intestinais são classificados em neoplásicos e não neoplásicos com base em seu potencial maligno e características histológicas.
Pólipos Neoplásicos
Estes pólipos têm potencial para se tornarem malignos e, por isso, requerem atenção especial e, muitas vezes, remoção. São divididos principalmente em:
Pólipos Adenomatosos
São os mais comuns entre os neoplásicos e incluem:
- Adenoma tubular: compõe a maioria dos adenomatosos e possui risco menor de malignidade.
- Adenoma viloso: tem maior potencial maligno.
- Adenoma túbulo-viloso: combina características dos tipos tubular e viloso.
Pólipos Serrilhados
- Serrilhado sésseis: encontrado principalmente no cólon proximal, com potencial maligno aumentado em casos com displasia.
- Adenoma serrilhado tradicional: localizado frequentemente no cólon distal, com alto potencial maligno.
Pólipos Não Neoplásicos
Estes pólipos apresentam baixo ou nenhum potencial maligno e são geralmente considerados benignos. Incluem:
- Pólipos Hiperplásicos: comuns no cólon distal e com risco negligível de malignidade.
- Pólipos Juvenis: são hamartomas, mais comuns em crianças e frequentemente localizados na região reto-sigmoide, sem potencial maligno direto.
- Pólipos Inflamatórios e Hamartomas: associados a condições inflamatórias intestinais, como colite ulcerativa e doença de Crohn, e não apresentam risco significativo de transformação maligna.
Classificação de Haggitt
A Classificação de Haggitt é utilizada para avaliar a invasão do câncer em pólipos colorretais pedunculados, ajudando a determinar o risco de disseminação e a necessidade de tratamentos adicionais após a remoção do pólipo. Essa classificação divide os pólipos em quatro níveis, conforme o grau de invasão do carcinoma:
- Nível 0: o carcinoma está restrito à camada da mucosa, sem invasão da submucosa. Nesse estágio, o câncer é considerado in situ.
- Nível 1: a invasão atinge a submucosa, mas está limitada à cabeça do pólipo.
- Nível 2: a invasão do carcinoma alcança o colo do pólipo (região intermediária entre a cabeça e o pedículo).
- Nível 3: o carcinoma invade o pedículo do pólipo.
- Nível 4: a invasão do carcinoma ultrapassa o pedículo e atinge a submucosa da parede do intestino.
Quadro Clínico dos Pólipos Intestinais
A maioria dos pólipos intestinais é assintomática, sendo descoberta durante exames de rotina, como colonoscopias realizadas para rastreamento de câncer colorretal. Quando presentes, os sintomas podem incluir:
- Sangramento retal: sangue de coloração viva ou escura, visível ao evacuar ou ao limpar-se, podendo estar misturado às fezes ou gotejar após a evacuação.
- Alterações no hábito intestinal: diarreia ou constipação persistente, especialmente se o pólipo crescer ou obstruir parcialmente o intestino.
- Dor abdominal: algumas vezes relacionada ao crescimento dos pólipos ou à presença de obstruções intestinais.
- Muco nas fezes: pode indicar a presença de pólipos com secreção de muco.
- Anemia ferropriva: em casos de sangramento crônico e não perceptível, a anemia por deficiência de ferro pode ser um sinal secundário.
Diagnóstico dos Pólipos Intestinais
O diagnóstico dos pólipos intestinais é geralmente feito por meio de exames endoscópicos e laboratoriais que avaliam a presença de lesões no cólon. Os principais métodos diagnósticos incluem:
- Colonoscopia: considerado o padrão-ouro para a detecção de pólipos, permite a visualização direta do cólon e a realização de polipectomias para biópsia. No entanto, a eficácia do exame depende de uma preparação intestinal adequada e da experiência do endoscopista.
- Testes de sangue oculto nas fezes: exames como o guaiaco fecal (gFOBT) e o teste imunológico fecal (iFOBT) são utilizados para detectar pequenas quantidades de sangue nas fezes, o que pode ser um indicador de pólipos ou outras lesões.
- Exame de DNA fecal: analisa mutações em genes específicos associados ao câncer colorretal e pode ser mais sensível, embora menos específico, do que outros testes fecais.
- Colonografia por tomografia computadorizada (CTC): um método de imagem alternativo para a visualização do cólon, útil em casos onde a colonoscopia completa não é possível. Esse exame requer uma excelente preparação intestinal e é menos sensível para detectar pólipos planos.
- Enema de bário com duplo contraste e endoscopia por cápsula: opções adicionais que podem ser utilizadas em determinadas situações, embora com menor sensibilidade em comparação com a colonoscopia.
Em pacientes com múltiplos adenomas, recomenda-se testes genéticos para detectar mutações nos genes APC e MUTYH, associados a síndromes hereditárias de polipose.
Tratamento dos Pólipos Intestinais
O tratamento dos pólipos intestinais depende de suas características, como tamanho, localização e tipo histológico. As principais abordagens incluem:
- Polipectomia: realizada durante a colonoscopia, é o método terapêutico mais comum. Pequenos pólipos pedunculados são removidos com alça de polipectomia e eletrocautério. Para pólipos sésseis, uma ressecção mucosa é indicada.
- Cirurgia: para casos de síndromes hereditárias como a polipose adenomatosa familiar (PAF) e a polipose associada ao MUTYH (MAP), recomenda-se a colectomia total com anastomose ileorretal ou proctocolectomia com bolsa ileal anal. Esse procedimento também é indicado em casos de sangramento persistente ou presença de múltiplos pólipos.
Acompanhamento pós-tratamento
As diretrizes de rastreamento para o câncer colorretal recomendam a repetição da colonoscopia dependendo do tipo e da quantidade de pólipos encontrados. Geralmente, uma nova colonoscopia é indicada após 10 anos se nenhum pólipo for identificado, 5 anos para pequenos pólipos hiperplásicos distais, e 3 anos para pólipos maiores ou com displasia.
Após a remoção dos pólipos, a probabilidade de que eles reapareçam no mesmo local é baixa, mas novos pólipos podem se desenvolver em outras áreas do cólon, justificando o acompanhamento periódico.
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Referências Bibliográficas
- MESEEHA, Marcelle; ATTIA, Maximos. Colon Polyps. In: StatPearls. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2024. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK430761/. Acesso em: 1 nov. 2024.