Resumo sobre linfoma de hodgkin: diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo sobre linfoma de hodgkin: diagnóstico, tratamento e mais!

O linfoma de Hodgkin é uma das principais neoplasias linfóides, apresentando bom prognóstico quando diagnosticado precocemente. Confira os principais aspectos referentes ao linfoma de Hodgkin, que aparecem nos atendimentos e como são cobrados nas provas de residência médica!

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Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes ao linfoma de Hodgkin. 

  • É uma neoplasia linfóide caracterizada pela presença de células Reed-Sternberg. 
  • Em até 50% dos casos há relação com infecção pelo vírus epstein-barr (EBV). 
  • Os principais sintomas são linfadenomegalia não dolorosa, sintomas B e prurido. 
  • O estadiamento é baseado nos critérios de Lugano (derivado do clássico estadiamento de Ann Arbor). 
  • O tratamento é baseado no protocolo quimioterápico ABVD, associado ou não à radioterapia. 

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Definição da doença

O linfoma de Hodgkin (LH) é uma neoplasia linfóide caracterizada pela presença de células Reed-Sternberg misturadas com uma população heterogênea de células inflamatórias não neoplásicas. A células Reed-Sternberg são bilobadas marcada pela presença de pano de fundo reacional, com células inflamatórias. 

Crédito: Anatpat – UNICAMP

Epidemiologia e fisiopatologia do linfoma de Hodgkin 

A incidência do linfoma de hodgkin é bimodal, com primeiro pico entre 20 e 30 anos de idade e segundo entre 60 e 70 anos de vida. Em até 50% dos casos há relação com infecção pelo vírus epstein-barr (EBV). Outros fatores de risco incluem história familiar em parentes de primeiro grau e imunossupressão, seja por HIV ou uso de imunossupressores. 

O LH clássico é responsável por aproximadamente 90% dos linfomas de Hodgkin, enquanto o LH nodular com predominância linfocitária é responsável pelo restante dos casos. O LH clássico possui subtipos que variam de acordo com o tipo de pano de fundo reacional em:  

  • Esclerose nodular (70%)
  • Celularidade mista (20 a 25%)
  • LH rico em linfócitos (5%)
  • LH com depleção de linfócitos <1%

O EBV é mais frequentemente associado aos subtipos celularidade mista e com depleção de linfócitos, e é mais comum em ambientes com recursos limitados e quase sempre é detectado no LH de pacientes infectados pelo HIV. 

Manifestações clínicas do linfoma de Hodgkin

A LH geralmente progride lentamente, mas o tempo da doença é variável. A maioria dos pacientes abrem um quadro de linfadenopatia não dolorosa e têm uma consistência firme e emborrachada. Cerca de 60 a 80% dos pacientes apresentam linfonodos cervicais e/ou supraclaviculares aumentados e a disseminação para outros gânglios ocorre por contiguidade. 

Regiões linfonodais no linfoma. Crédito: Uptodate

#Ponto importante: uma manifestação clínica clássica da doença é a dor nodal após ingestão de bebidas alcóolicas.  

Os sintomas B referem-se especificamente a febre, sudorese noturna ou perda de peso em associação com linfoma. Sua presença possui relação com o estadiamento da doença, sendo que estão presentes em menos de 20% dos pacientes com LH estágio I/II e em até metade dos pacientes com doença avançada. 

O prurido é outro sintoma associado ao LH, presente em aproximadamente 15% dos pacientes, e não é considerado um sintoma B. É tipicamente generalizado e ocasionalmente é grave o suficiente para causar coceira intensa e escoriações.

Muitas vezes a doença é diagnosticada a partir de presença de massa em radiografia de tórax, que pode ser assintomática ou associada a tosse, falta de ar ou dor torácica retroesternal.  

Lista de manifestações:

  • Linfonodomegalia
  • Sintomas B
  • Prurido 
  • Massa pulmonar

Diagnóstico de linfoma de hodgkin

A biópsia se faz necessária para o diagnóstico e para determinar o subtipo histológico. O local e o tipo de biópsia são informados pela apresentação clínica. A excisão de um linfonodo periférico é importante 

Uma biópsia excisional ou incisional de um linfonodo periférico é geralmente preferida como fonte de tecido devido à facilidade de acesso, segurança e alto rendimento e porque fornece material abundante para avaliação microscópica, testes especializados e subtipagem histológica.

A tomografia por emissão de pósitrons/tomografia computadorizada (PET/CT) é a principal ferramenta para estadiamento da doença. A TC pode ser utilizada na falta de PET/TC e, assim como a ressonância magnética, podem ser realizadas em casos selecionados para caracterizar o envolvimento de certos órgãos, como cérebro e fígado. 

O estadiamento é baseado nos critérios de Lugano (derivado do estadiamento de Ann Arbor com modificações de Cotswolds), baseados nos locais envolvidos pelo PET/TC (estágios I a IV), na presença de sintomas B e extensão extranodal:

  • Estágio I — Envolvimento de uma única região de linfonodo
  • Estágio II — Envolvimento de 2 ou mais regiões linfonodais ou estruturas linfonodais do mesmo lado do diafragma. 
  • Estágio III — Envolvimento de regiões linfonodais ou estruturas linfóides em ambos os lados do diafragma.
    • Estágio III-1: é usado para pacientes com envolvimento do baço ou linfonodos hilares, celíacos ou portais esplênicos.
    • Estágio III-2: é usado para pacientes com envolvimento dos gânglios para-aórticos, ilíacos, inguinais ou mesentéricos. 
  • Estágio IV — Envolvimento difuso ou disseminado de 1 ou mais órgãos extranodais ou tecidos extra linfáticos, com ou sem envolvimento linfonodal associado. 

A presença de sintomas B adiciona a terminologia +B em cada estádio, por exemplo, envolvimento de uma única região linfonodal mais sintomas B representa o Estádio I-B. 

Tratamento de linfoma de hodgkin

O protocolo quimioterápico ABVD(Adriamicina, Bleomicina, Vinblastina e Dacarbazina), associado ou não a radioterapia, são os esquemas terapêuticos utilizados para o tratamento do linfoma de Hodgkin. 

  • Estádio I e II, sem lesões volumosas: 3 ciclos de ABVD, associado a radioterapia 
  • Estágio III ou IV, ou II com lesões volumosas: 6 ciclos de ABVD, não sendo realizado quimioterapia 

#Ponto importante: A toxicidade pulmonar é uma das principais complicações do ABVD. 

Pacientes com LH recidivante podem ser submetidos a transplante autólogo de medula óssea. O Brentuximab Vedotin tem sido utilizado como terapia de terceira linha para casos recidivantes.   

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Veja também:

Referências bibliográficas:

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