Resumo de costocondrite: diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo de costocondrite: diagnóstico, tratamento e mais!

A costocondrite é uma causa comum de dor torácica na unidade de emergência e ambulatórios, sendo um importante diagnóstico diferencial de síndrome coronariana aguda. Confira os principais aspectos referentes à esta condição musculoesquelética, que aparecem nos atendimentos e como são cobrados nas provas de residência médica!

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Dicas do Estratégia para provas

Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes à costocondrite.

  • A costocondrite é uma causa comum de dor torácica aguda, sendo importante diagnóstico diferencial de síndrome coronariana e outras causas mais graves. 
  • A principal manifestação é a dor torácica aguda, agravada pelo movimento, palpação sobre o local inflamado e respiração profunda.
  • A característica diagnóstica mais importante na costocondrite é a sensibilidade pontual das cartilagens costais ao longo da borda esternal. 
  • Manobras provocativas, como a tração horizontal do braço ou “galo cantando”, tipicamente reproduzem a dor.
  • A maioria dos casos são manejados com AINES ou analgésicos puros. Em sintomas mais intensos e persistentes injeções de anestésicos-glicocorticóides pode ser feito. 

Definição da doença

A costocondrite faz parte das síndromes músculo-esqueléticas da parede torácica, condição inflamatória das cartilagens costais superiores nas junções costocondrais ou costoesternais, que ligam o osso esterno as costelas, causando dor na parede anterior do tórax. 

Epidemiologia e fisiopatologia de costocondrite

A dor torácica de origem musculoesquelética afeta em torno de 30% dos pacientes no contexto de pronto atendimento e é ainda mais frequente em nível ambulatorial, geralmente relacionada com trauma direto. É mais frequente em mulheres do que em homens. 

A dor musculoesquelética pode ser traumática ou não traumática, embora a dor torácica não traumática como queixa isolada seja mais comum. A não traumática comumente está relacionada a história recente de exercício extenuante dos músculos do tórax, como flexões ou supinação na academia. Outras causas incluem tosse persistente e reação pós-viral.  Além disso, em adultos pode estar associada à fibromialgia e a outras doenças reumatológicas, como artrite reumatóide. 

A síndrome de Tietze é uma causa benigna de costocondrite, caracterizada por edema costocondral doloroso, não supurativo, mais frequentemente envolvendo a área da segunda e terceira costelas, de etiologia desconhecida. Normalmente, apenas uma área é envolvida e os adultos jovens são mais afetados.  

Manifestações clínicas de costocondrite

A principal manifestação é a dor torácica aguda, sentida mais comumente ao nível da 4ª, 5ª e 6ª costelas anteriormente. Costuma ser pontiaguda e localizado em área específica, como no meio do esterno, é insidiosa e persistente, durando de horas a dias. As áreas sensíveis não são acompanhadas de calor, eritema ou inchaço localizado. 

A dor é agravada pelo movimento, palpação sobre o local inflamado e respiração profunda. Por mais que seja uma dor local, podem ser encontradas múltiplas áreas de sensibilidade que reproduzem a dor descrita. Estudos com adolescentes demonstraram acometer o tórax unilateralmente e ocorrer mais frequentemente no lado esquerdo. 

Movimentos específicos, como levantar uma mochila pesada e carregá-la sobre o ombro pode ser um fator precipitante, que também pode produzir tensão nos músculos e ligamentos da parede torácica. 

Diagnóstico de costocondrite

Um ponto importante no contexto de pronto-atendimento é diferenciar a dor torácica músculo esquelética de uma síndrome coronariana aguda.  A avaliação inicial da dor torácica deve ser realizada no contexto da idade, sexo, histórico familiar do paciente, outros fatores de risco coronariano e elementos adicionais de sua saúde geral.  

A dor musculoesquelética e as características associadas podem ser vistas em uma variedade de processos viscerais, particularmente aqueles que envolvem a pleura e o pericárdio, dificultando diferenciar da dor torácica devido a outras causas. 

A característica diagnóstica mais importante na costocondrite é a sensibilidade pontual das cartilagens costais ao longo da borda esternal. Manobras provocativas são particularmente úteis no diagnóstico. 

Na manobra de tração horizontal, o médico puxa o braço flexionado na frente do tórax com tração firme e prolongada enquanto faz força contra o ombro oposto. Outra manobra, chamada de Crowing rooster (“galo cantando”), o médico pede ao paciente que coloque as mãos atrás da cabeça e em pé, atrás do paciente, segura os cotovelos e exerce tração para trás e para cima. 

Manobra de tração horizontal. Crédito: Uptodate. 
Manobra provocativa “galo cantando”Crédito: Uptodate

Exames complementares, como eletrocardiograma, radiografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética de tórax, podem ser realizados para descartar outras causas. 

Tratamento de costocondrite

A costocondrite geralmente é uma condição autolimitada. Inicialmente pode ser feito antiinflamatórios não esteroidais (AINES) ou analgésicos, como dipirona e paracetamol. 

#Ponto importante: evitar AINES por tempo prolongado, acima de 7 dias. 

Qualquer atividade que cause ou exacerba de forma confiável a dor deve ser reduzida e/ou interrompida, pelo menos temporariamente, se possível.  Para pacientes com espasmo muscular é preferível estímulo com calor, como bolsa térmica morna. Se tiver inchaço localizado, geralmente quando há trauma local, a aplicação de gelo é preferível. 

A infiltração da região das junções costocondrais com uma combinação anestésico-glicocorticóide pode ser benéfica para o pacientes com dor mais intensa em uma ou duas áreas sensíveis devido a costocondrite, como injeção de com uma mistura de triancinolona e lidocaína. 

A maioria dos estudos prospectivos sugere que cerca de metade desses pacientes continuará a ter dor torácica por 6 a 12 meses, com limitação moderada das atividades. 

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Veja também:

Referências bibliográficas:

  • Christopher M Wise. Clinical evaluation of musculoskeletal chest pain. Uptodate.
  • Protocolo para o atendimento de dor torácica em Pediatria. Disponível em HCFMB
  • Crédito da imagem em destaque: Pexels
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