ResuMED de doenças da mão: anatomia, síndrome e mais!

ResuMED de doenças da mão: anatomia, síndrome e mais!

A ortopedia é uma área da medicina rica e repleta de nuances! Falaremos agora de doenças da mão que podem acometer as diversas estruturas presentes nessa região tão crucial para nossos pacientes. Quando falarmos dos ossos, músculos e ligamentos envolvidos também citamos detalhes a respeito de síndromes compressivas. Venha conosco nessa viagem e vamos estudar sobre as mãos e suas características! 

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Conceitos básicos das mãos

Vamos começar nossa aula de ortopedia explicando sobre conceitos básicos de anatomia e semiologia da mão. As mãos são parte dos membros superiores do corpo humano que vai dos punhos até as extremidades dos dedos. 

Primeiramente, iremos falar a respeito da anatomia óssea do carpo: 

  • Fileira proximal:
    1- Escafóide
    2- Semilunar
    3- Piramidal
    4- Pisiforme
  • Fileira distal:
    1- Trapézio
    2- Capitato
    3- Trapezoide
    4- Hamato 

A mão é dividida em 10 compartimentos, mas devemos nos atentar para a prova em dois: o compartimento tenar e o compartimento hipotenar. No compartimento tenar temos o abdutor curto do polegar, flexor curto do polegar e oponente do polegar. Já no compartimento hipotenar temos o abdutor curto do mínimo, flexor curto do mínimo e oponente do mínimo. 

Outra parte importante é sabermos as inervações da mão. A partir de tal conhecimento podemos conseguir avaliar o local da lesão e como tratá-la de forma adequada. 

  • Nervo mediano:
    – Função motora: força de preensão palmar, extensão dos dedos radiais.
    – Função sensitiva: palma, face ventral do 1º dedo até a face radial do 4º dedo, também as pontas dos dedos.
    – Músculos inervados: abdutor curto do polegar, flexor curto do polegar, oponente do polegar, lumbricais (1º e 2º), pronador redondo, flexor radial do carpo, palmar longo, flexor superficial dos dedos.
  • Interósseo anterior:
    – Função motora: movimento de pinça, flexão profunda dos dedos radiais.
    – Função sensitiva: não apresenta tal função.
    – Músculos inervados: pronador quadrado, flexor longo do polegar, flexor profundo do 2º e 3º dedos.
  • Ulnar:
    – Função motora: adução, abdução dos dedos, flexão do 4º e 5º dedos, extensão do 4º e 5º dedos.
    – Função sensitiva: face medial do antebraço e mão.
    – Músculos inervados: palmar curto, abdutor do mínimo, flexor curto do mínimo, oponente do mínimo, flexor ulnar do carpo, flexor profundo do 4º e 5º dedos, interósseos, lumbricais (3º e 4º), adutor do polegar.
  • Radial:
    – Função motora: extensão do punho com desvio radial.
    – Função sensitiva: antebraço posterior.
    – Músculos inervados: braquiorradial, extensores radiais curto e longo do carpo.
  • Interósseo posterior:
    – Função motora: extensão do punho sem desvio radial.
    – Função sensitiva: não apresenta tal função.
    – Músculos inervados: extensor ulnar do carpo, extensor do dedo mínimo, extensor comum dos dedos, supinador, abdutor longo do polegar, extensores longo e curto do polegar, extensor do indicador.

Finalizando nossos conceitos básicos, vamos falar de testes semiológicos básicos. Citaremos os principais nesse momento: 

  • Phalen;
  • Tinel; e
  • Finkelstein. 

Síndrome do túnel do carpo

Vamos começar com uma das principais doenças da mão. A síndrome do túnel do carpo engloba uma das importantes doenças da mão. Ela é definida como compressão do nervo mediano no túnel do carpo. Trata-se de uma entidade de elevada prevalência com principais fatores de risco incluindo: sexo feminino, obesidade, gestação, hipotireoidismo e artrite reumatoide.

O quadro clínico clássico é de parestesia dos dedos radiais, também podendo ter perda de força de preensão e atrofia do compartimento tenar. O diagnóstico é clínico através de testes clínicos como Phalen e Tinel. 

O tratamento é feito com órtese rígida para uso noturno, fisioterapia e tratamento de doenças associadas. Reservamos o tratamento cirúrgico para casos refratários ao tratamento clínico por três meses. 

Outras compressões do mediano

O nervo mediano pode ser comprimido em outras regiões também. Temos a síndrome do pronador quando a região proximal do mediano é acometida e geralmente ocorre na região do cotovelo. 

Também podemos ter compressão mais distal de tal forma a acometer apenas o nervo interósseo anterior, geralmente ocorre como consequência de fratura supracondiliana e se apresenta pela incapacidade de pinçar.

Síndrome do túnel radial

Definida como compressão do nervo interósseo posterior no túnel radial. O quadro clínico é caracterizado com dor na região posterolateral do antebraço, devemos ressaltar a ausência de alteração sensitiva. O diagnóstico é clínico pelo teste de Maudsley e pode ser confirmado por eletroneuromiografia. O principal diagnóstico diferencial é com a epicondilite lateral. 

Compressão do nervo ulnar 

Definida por compressão do nervo ulnar que pode ocorrer na região do canal cubital ou no canal de Guyon. O quadro clínico de mais uma das doenças da mão se caracteriza com déficit motor de abdução e adução dos dedos e apresentação da mão em garra. O diagnóstico é principalmente clínico, porém devemos ressaltar que a eletroneuromiografia confirma o diagnóstico e quando temos a compressão no canal de Guyon devemos solicitar ressonância magnética a fim de excluir compressão por tumor ou aneurisma. O tratamento é inicialmente conservador e torna-se cirúrgico se refratário ao tratamento clínico. 

Tenossinovite de De Quervain

A tenossinovite de De Quervain é outra das doenças da mão definida como a inflamação dos tendões do primeiro compartimento extensor. O quadro clínico é caracterizado por dor na região da tabaqueira anatômica e especialmente nos movimentos de abdução e extensão do polegar. O diagnóstico é clínico, realizado pelo teste de Finkelstein. O tratamento é primordialmente clínico com analgesia simples, anti-inflamatórios e evitar a atividade causal. Por vezes associamos à órtese rígida no quadro, quando avaliado que pode trazer benefícios ao paciente. 

Doença de Dupuytren

A última doença da mão que iremos comentar nesse nosso resumo será a doença de Dupuytren. Ela é definida como fibrose palmar sendo uma doença da fáscia palmar. A epidemiologia comum é de homens entre 40 a 60 anos e, em geral, associada a fatores de risco como diabetes, epilepsia e tabagismo. Veremos nas provas a associação com o etilismo

O quadro clínico clássico é de contratura progressiva das interfalangeanas, normalmente bilateralmente. O diagnóstico é clínico com realização de testes específicos. O tratamento é cirúrgico com fasciotomia, seja percutânea ou até fasciectomia total. 

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Referências Bibliográficas

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