Resumo sobre Prosopagnosia: definição, fisiopatologia e mais!
Fonte: Freepik

Resumo sobre Prosopagnosia: definição, fisiopatologia e mais!

E aí, doc! Vamos explorar mais um tema essencial? Hoje o foco é a Prosopagnosia, também conhecida como “cegueira para faces”. Trata-se de um distúrbio neurológico em que o indivíduo perde a capacidade de reconhecer rostos, mesmo de pessoas próximas, embora consiga identificar objetos e outras características visuais normalmente. 

O Estratégia MED está aqui para descomplicar esse conceito e ajudar você a aprofundar seus conhecimentos, promovendo uma prática clínica cada vez mais eficaz e segura.

Vamos nessa!

Definição de Prosopagnosia

A prosopagnosia é um distúrbio neurológico definido pela incapacidade de reconhecer rostos, sejam eles familiares ou desconhecidos. Também conhecida como agnosia facial ou visual, foi descrita pela primeira vez em 1947 por Bodamer, em um artigo que detalhou casos clínicos de pacientes com dificuldades específicas no reconhecimento de faces. O termo tem origem no grego, em que prosopon significa “rosto” e agnosia significa “falta de conhecimento”.

Em condições normais, uma pessoa é capaz de identificar e memorizar milhares de rostos ao longo da vida, utilizando diferentes áreas cerebrais envolvidas no processamento visual. Já os indivíduos com prosopagnosia apresentam graus variados de comprometimento: alguns têm dificuldade em diferenciar traços faciais sutis, outros não conseguem identificar pessoas conhecidas e, em casos mais graves, há incapacidade até mesmo de reconhecer o próprio rosto.

Para tentar compensar essa limitação, muitos utilizam pistas alternativas, como a voz, o formato do corpo ou características marcantes da fisionomia, mas esses mecanismos nem sempre são suficientes. Como consequência, a condição pode gerar prejuízos significativos na vida social e profissional, levando a isolamento, ansiedade, depressão e outras alterações emocionais.

Curso Extensivo de Residência Médica

Curso Extensivo Residência Médica - 12 meses

Estude com nosso curso mais completo e tenha acesso a um material multimídia, elaborado por professores especialistas, de acordo com o conteúdo cobrado nas provas. Ideal para quem tem mais tempo para estudar e quer se dedicar ao máximo para obter os melhores resultados na sua preparação.
12x R$ 833,08
No Cartão de Crédito ou 10% de desconto no Boleto ou Pix à vista: R$ 8.997,30
Saiba mais

Curso Extensivo Residência Médica - 18 meses

Estude com nosso curso mais completo e tenha acesso a um material multimídia, elaborado por professores especialistas, de acordo com o conteúdo cobrado nas provas. Ideal para quem tem mais tempo para estudar e quer se dedicar ao máximo para obter os melhores resultados na sua preparação.
12x R$ 1.099,75
No Cartão de Crédito ou 10% de desconto no Boleto ou Pix à vista: R$ 11.877,30
Saiba mais

Curso Extensivo Residência Médica - 24 meses

Estude com nosso curso mais completo e tenha acesso a um material multimídia, elaborado por professores especialistas, de acordo com o conteúdo cobrado nas provas. Ideal para quem tem mais tempo para estudar e quer se dedicar ao máximo para obter os melhores resultados na sua preparação.
12x R$ 1.374,75
No Cartão de Crédito ou 10% de desconto no Boleto ou Pix à vista: R$ 14.847,30
Saiba mais

Curso Extensivo Residência Médica - 30 meses

Estude com nosso curso mais completo e tenha acesso a um material multimídia, elaborado por professores especialistas, de acordo com o conteúdo cobrado nas provas. Ideal para quem tem mais tempo para estudar e quer se dedicar ao máximo para obter os melhores resultados na sua preparação.
12x R$ 1.791,41
No Cartão de Crédito ou 10% de desconto no Boleto ou Pix à vista: R$ 19.347,30
Saiba mais

Curso Extensivo Residência Médica - 36 meses

Estude com nosso curso mais completo e tenha acesso a um material multimídia, elaborado por professores especialistas, de acordo com o conteúdo cobrado nas provas. Ideal para quem tem mais tempo para estudar e quer se dedicar ao máximo para obter os melhores resultados na sua preparação.
12x R$ 1.916,41
No Cartão de Crédito ou 10% de desconto no Boleto ou Pix à vista: R$ 20.697,30
Saiba mais

Etiologia da Prosopagnosia

A prosopagnosia adquirida ocorre geralmente após lesões cerebrais, podendo resultar de acidente vascular isquêmico ou hemorrágico, traumatismo cranioencefálico, além de doenças neurodegenerativas e neuropsiquiátricas, como doença de Alzheimer, depressão e esquizofrenia. 

Nesses casos, o déficit surge em indivíduos que antes possuíam reconhecimento facial preservado, passando a apresentar a dificuldade após o evento ou doença que comprometeu áreas cerebrais relacionadas ao processamento de faces.

Já a forma hereditária ou desenvolvimental é considerada mais comum e representa um campo de pesquisa em expansão. Acredita-se que esteja relacionada a um padrão de herança autossômica dominante, ainda que o mecanismo não esteja totalmente elucidado. 

Pacientes com essa forma, também chamada de prosopagnosia juvenil, apresentam dificuldades em reconhecer rostos desde a infância, mantendo esse déficit por toda a vida. Frequentemente, há histórico familiar da condição, o que reforça o caráter genético. Além disso, pode estar associada a transtornos do neurodesenvolvimento, como autismo e síndrome de Asperger, impactando o desenvolvimento social e emocional das crianças.

Fisiopatologia da Prosopagnosia

A fisiopatologia da prosopagnosia ainda não está totalmente compreendida, mas representa um campo relevante de investigação. Evidências indicam que alterações no giro fusiforme, especialmente no hemisfério direito ou em ambos, e no giro lingual estão diretamente envolvidas no processamento facial. Essas regiões possuem conexões neuronais responsáveis pela percepção e pela memória de rostos.

Lesões no córtex temporal e na amígdala também foram associadas ao quadro. Indivíduos com lesões fusiformes tendem a apresentar a variante apperceptiva, caracterizada por dificuldades na percepção da estrutura facial. 

Já aqueles com lesões no lobo temporal anterior costumam manifestar a variante amnésica ou associativa, na qual há percepção preservada, mas incapacidade de acessar memórias faciais previamente armazenadas.

Na forma desenvolvimental, a hipótese mais aceita envolve uma desconexão entre as redes anteriores e posteriores de reconhecimento facial ou uma ativação funcional reduzida das áreas responsáveis pela identificação de rostos. 

Estudos de imagem avançados apoiam essa teoria, sugerindo ainda que a migração neuronal disfuncional durante o desenvolvimento possa estar na base da prosopagnosia juvenil.

Manifestações clínicas da Prosopagnosia

As manifestações clínicas da prosopagnosia variam em intensidade, mas têm em comum a dificuldade ou incapacidade de reconhecer rostos. O indivíduo pode apresentar desde problemas em diferenciar traços faciais sutis até a impossibilidade de reconhecer pessoas familiares ou até mesmo o próprio rosto no espelho ou em fotografias.

Para compensar essa limitação, muitos recorrem a pistas alternativas, como a voz, o estilo de vestir, a postura corporal ou características marcantes da fisionomia. No entanto, esses mecanismos nem sempre são suficientes, o que gera dificuldades em situações cotidianas, como interações sociais, atividades profissionais e até no acompanhamento de filmes ou séries, já que os pacientes não conseguem distinguir personagens apenas pelo rosto.

Em crianças, a prosopagnosia pode afetar o desenvolvimento social, manifestando-se por ausência de medo de estranhos, ansiedade de separação intensa, problemas de comportamento e recusa em tarefas que exigem reconhecimento facial. Esses prejuízos repercutem no convívio social e no aprendizado, dificultando a formação de vínculos interpessoais.

De forma geral, a condição provoca impacto significativo na vida do paciente, com maior risco de isolamento social, ansiedade, depressão e outros transtornos de humor, refletindo o peso funcional e emocional do déficit de reconhecimento facial.

Diagnóstico de Prosopagnosia

O diagnóstico da prosopagnosia envolve a combinação de testes neuropsicológicos e exames de imagem avançados para avaliar o processamento facial e identificar alterações cerebrais associadas.

Entre os testes neuropsicológicos, destacam-se três principais grupos:

  • Testes de percepção, que avaliam a capacidade do paciente em discriminar diferentes estímulos faciais visuais, como o Cambridge Face Perception Test, o Glasgow Face Matching Test, o Benton Facial Recognition e o Caledonian Face Test.
  • Testes de reconhecimento, que analisam padrões de reconhecimento de rostos em curto e longo prazo.
  • Testes de identificação facial, que podem utilizar pistas adicionais, como estímulos auditivos ou táteis, para auxiliar na identificação.

Além disso, questionários de autorrelato, como o Cambridge Face Memory Questionnaire, o Kennerknecht 15-item questionnaire e o 20-item Prosopagnosia Index, também podem ser aplicados, mas apresentam baixa sensibilidade e especificidade, sendo considerados apenas complementares.

Exame de imagem

No campo dos exames de imagem, recursos como a tomografia por emissão de pósitrons (PET) e a ressonância magnética funcional (fMRI) têm permitido mapear as redes cerebrais relacionadas ao reconhecimento facial. 

Essas técnicas mostram o envolvimento de várias regiões, incluindo o lobo temporal anterior, córtex pré-frontal, córtex temporal inferior e médio, hipocampo, amígdala e, principalmente, a área fusiforme de faces (localizada no giro occipitotemporal). 

Observa-se que a ativação dessa área no hemisfério não dominante está ligada ao processamento visual global, enquanto no hemisfério dominante se relaciona a um processamento mais analítico. O córtex perirrinal, no lobo temporal medial, também participa do reconhecimento baseado em familiaridade.

Tratamento da Prosopagnosia

O tratamento da prosopagnosia ainda é um desafio, pois não existe uma terapia específica capaz de restaurar totalmente a capacidade de reconhecimento facial. As abordagens atuais concentram-se em estratégias de reabilitação e compensação, buscando minimizar o impacto funcional e social da condição.

Uma das principais medidas consiste no treinamento compensatório, em que o paciente aprende a utilizar pistas alternativas para identificar pessoas, como a voz, o corte de cabelo, o estilo de vestir, a postura corporal ou marcas particulares da face. Essas técnicas, apesar de não resolverem o déficit central, podem melhorar a autonomia e a adaptação no dia a dia.

Outro recurso envolve treinamentos de percepção e memória facial, com exercícios computadorizados ou programas específicos que estimulam o reconhecimento de características faciais. Os resultados, no entanto, variam bastante entre os pacientes e ainda carecem de maior comprovação científica.

No aspecto psicossocial, o acompanhamento psicológico pode ser fundamental para reduzir os efeitos da ansiedade, da depressão e do isolamento social, que são frequentes devido às dificuldades de interação. O suporte terapêutico auxilia na aceitação da condição e no desenvolvimento de habilidades sociais.

Pesquisas em andamento também investigam o papel de técnicas de neuroimagem funcional e de estimulação cerebral não invasiva, como a estimulação magnética transcraniana, para melhorar o desempenho no reconhecimento facial, mas essas intervenções ainda se encontram em caráter experimental.

Extensivo RM

O Estratégia MED é a plataforma ideal para quem busca aprovação na residência médica, oferecendo conteúdos atualizados, materiais completos e milhares de questões comentadas, com metodologia eficiente e foco no que realmente cai na prova.

Veja também!

Referências

Rocha Cabrero F, De Jesus O. Prosopagnosia. [Updated 2023 May 1]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2025 Jan-. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK559324/

Você pode gostar também