Os sinais clínicos que compõem a síndrome de Klinefelter foram observados em adultos pela primeira vez por Klinefelter e colaboradores em 1942. No entanto, foi apenas em 1959 que sua etiologia foi definida e recebeu o nome de seu primeiro observador.
Confira os principais aspectos referentes a esta síndrome genética, que aparecem nos atendimentos e como são cobrados nas provas de residência médica!
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Dicas do Estratégia para provas
Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes à síndrome de Klinefelter.
- É causada por uma aneuploidia do cromossomo sexual X, com 80 a 90% apresentando o cariótipo 47, XXY.
- As principais queixas é o hipogonadismo e infertilidade.
- Até 50% dos indivíduos não são diagnosticados em vida.
- O diagnóstico é definido pela análise do cariótipo.
- A reposição androgênica com testosterona é a base do tratamento, mas não corrige infertilidade.
Definição da doença
A síndrome de Klinefelter é uma alteração genética na qual pelo menos um cromossomo X extra é adicionado ao cariótipo masculino normal (46,XY), sendo a causa mais comum de hipogonadismo primário.
O reconhecimento e o tratamento da síndrome de Klinefelter são importantes para a prevenção ou tratamento de suas consequências, como micropênis, dificuldades de aprendizagem, puberdade atrasada, infertilidade e osteoporose.
Epidemiologia e fisiopatologia de
A prevalência da síndrome de Klinefelter é de aproximadamente 1 a 2,5 por 1.000 meninos e homens. No entanto, até 50% dos pacientes com esta condição são diagnosticados em vida.
A síndrome resulta da adição de cromossomos sexuais X em um homem XY. A maior parte das mutações formam o cariótipo 47, XXY, ou seja, com um cromossomo X extra. No entanto, pode ocorrer mosaicismo (46,XY/47,XXY) em até 10% dos casos, além de outras aneuploidias mais raras (48,XXXY, 48,XXYY, 49,XXXXY) já foram descritas.
O erro ocorre devido a não disjunção durante a meiose materna ou paterna do cromossomo X durante a produção de óvulos ou espermatozóides. A não disjunção materna e paterna ocorre em igual proporção na síndrome de Klinefelter. No caso do mosaicismo, a não disjunção ocorre após a fertilização, durante o desenvolvimento fetal inicial.
#Relembre: O mosaicismo representa que a alteração genética está presente em algumas células ou tecidos e o cariótipo normal em outras células ou tecidos. Homens com síndrome de Klinefelter em mosaico têm um fenótipo mais brando.
Manifestações clínicas da síndrome de Klinefelter
O principal achado nos pacientes com a síndrome é o hipogonadimso, marcado por testículos pequenos, azoospermia e o aumento das gonadotrofinas, em especial do hormônio folículo estimulante (FSH).
A depender do fenótipo, presença de mosaicismo outros achados e comorbidades podem estar presentes, incluindo:
- Puberdade atrasada
- Ginecomastia
- Pilificação pubiana e corporal diminuídas
- Micropênis
- Alta estatura e aumento da envergadura em relação à estatura
- Distúrbios de aprendizado
- Doenças psiquiátrica
- Doença venosa periférica
- Obesidade abdominal e síndrome metabólica
- Maior risco de doenças cardiovasculares, autoimunes e certos tipos de câncer
#Ponto importante: A SK é a causa genética mais frequente de infertilidade masculina, ocorrendo em 11% dos homens azoospérmicos e 4% dos homens inférteis.
Diagnóstico da síndrome de Klinefelter
Nos pacientes com hipogonadismo, infertilidade ou sintomas citados acima, a síndrome de Klinefelter é diagnosticada pelo exame do cariótipo, no qual a partir de uma amostra de sangue é possível determinar a constituição cromossômica do indivíduo. Como vimos, a SK é uma aneuploidia envolvendo o cromossomo sexual X.
Tratamento da síndrome de Klinefelter
A terapia com testosterona é o componente mais importante do manejo de longo prazo de meninos púberes e homens adultos com síndrome de Klinefelter, pois corrige a deficiência androgênica, embora não recupere a fertilidade. Os benefícios incluem redução das consequências do hipogonadismo e, ao longo prazo, reduz comorbidades, melhora autoestima, aumenta a libido, aumenta a força física e a densidade óssea e reduz fadiga e irritabilidade.
Os neonatos e pré-púberes o cipionato ou enantato de testosterona é utilizado no tratamento de micropênis. A dose intramuscular é de 25 mg injetados 1x por mês, por três doses. No entanto, algumas literaturas sugerem não iniciar a terapia com testosterona em meninos pré-púberes, pois os benefícios potenciais nas funções comportamentais, sociais e cognitivas são superados pelos riscos de início precoce da puberdade e diminuição da altura adulta
No caso dos meninos em fase puberal de 11 a 18 anos o objetivo é virilização gradual e cuidadosa, para evitar o fechamento precoce de epífises ósseas e, como consequência, diminuir o crescimento e a altura.
No mais novos, entre 11 a 12 anos, a testosterona intramuscular deve ser iniciada em doses baixas, 50 a 100 mg a cada duas até quatro semanas e aumentar progressivamente até atingir dose de adulto, 1 ampola a cada 3-4 semanas ou até que o crescimento cesse ou até os 18 aos 19 anos de idade.
As opções para homens inférteis devido à síndrome de Klinefelter incluem adoção, inseminação da parceira com esperma de doador ou coleta de esperma com extração microscópica de esperma testicular (microTESE) e uso de técnicas de reprodução assistida para inseminação.
Veja também:
- Resumo sobre a mitose: ciclo celular, alterações e mais!
- Resumo de síndrome de Turner: diagnóstico, tratamento e mais!
- Resumo de síndrome de down: diagnóstico, tratamento e mais!
Referências bibliográficas:
- Alvin M Matsumoto, MDBradley D Anawalt, MD. Clinical features, diagnosis, and management of Klinefelter syndrome. Disponível em Uptodate.
- Protocolo Clínico Hospital Universitário Walter Cântido – UFC. Síndrome de Klinefelter. 2020. Disponível em Link
- Tincani, Bruna J. et al. Síndrome de Klinefelter: diagnóstico raro na faixa etária pediátrica. Jornal de Pediatria [online]. 2012, v. 88, n. 4 [Acessado 23 Dezembro 2022], pp. 323-327. Disponível em: https://doi.org/10.2223/JPED.2208
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