Resumo sobre TDAH: diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo sobre TDAH: diagnóstico, tratamento e mais!

O TDAH é um transtorno que afeta principalmente crianças em idade escolar, que compromete o aprendizado, relacionamentos interpessoais, atividades diárias e outros prejuízos à vida dos indivíduos acometidos. Por isso, confira os principais aspectos referentes a esta condição, que aparecem nos atendimentos e como são cobrados nas provas de residência médica!

Dicas do Estratégia para provas

Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes à TDAH.

  • É caracterizado por padrões persistentes de desatenção e/ou hiperatividade e impulsividade
  • Geralmente há predomínio de um tipo: desatento ou hiperartivo/impulsivo.  
  • Para diagnóstico é necessário preencher os critérios diagnósticos, sendo mais utilizado o DSM. 
  • O tratamento é multidisciplinar, com terapia comportamental e medicamentos 
  • Os estimulantes são os fármacos de escolha, como metilfenidato, dexanfetaminas e atomoxetine.

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Definição da doença

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) está classificado na categoria de transtornos hipercinéticos e é uma desordem neurobiológica caracterizada por dificuldade de atenção, hiperatividade e, em alguns casos, controlar comportamentos impulsivos, com início na primeira infância, mas que pode perdurar para a vida adulta. 

Epidemiologia e fisiopatologia do TDAH

A prevalência estimada em crianças para o TDAH é de 2 a 18%. A prevalência em crianças em idade escolar é estimada entre 9 e 15%, tornando-se um dos distúrbios mais comuns da infância. Nos adultos, a estimativa feita a partir de entrevistados com idade entre 18 e 44 anos em dez países nas Américas, Europa e Oriente Médio, pesquisa da Organização Mundial da Saúde (MOS), demonstrou prevalência de 3,4%.  

Importante salientar que os valores dependem dos critérios diagnósticos aplicada e na população estudada (por exemplo, atenção primária versus encaminhamento), sendo que em torno de 40 a 80% dos portadores de TDAH ainda preencherão critérios diagnósticos na adolescência inicial, adolescência tardia ou vida adulta.

O transtorno parece ser mais prevalente no sexo masculino, com proporção variando de de 4:1 para o tipo hiperativo a 2:1 no tipo desatento. No entanto, vem sendo identificado aumento na incidência de casos de meninas. 

A patogênese do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade em adultos não é conhecida. Os déficits mais perceptíveis na área da atenção, em geral, sugerem o envolvimento do circuito frontoestriatal dopaminérgico no cérebro. Os achados mais comuns em estudos de neuroimagem são volumes menores no córtex frontal, cerebelo e estruturas subcorticais e anormalidades nos circuitos pré-frontais, reforçando a alteração estrutural do cérebro como fator predisponente. 

É uma síndrome heterogênea, de etiologia multifatorial, dependente de fatores genéticos-familiares. O risco em pais e irmãos de crianças com TDAH aumenta de duas a oito vezes, com herdabilidade estimada em 76% com base em dados agrupados de estudos com gêmeos. 

Os fatores ambientais consistentemente associados ao TDAH incluem mãe fumante durante a gravidez, estresse emocional ou adversidade familiar durante a gravidez e início da vida, baixo peso ao nascimento (<1.500 g), hipoxemia, encefalite, trauma, exposição ao chumbo e injúrias cerebrais causadas por distúrbios metabólicos. 

Manifestações clínicas do TDAH

As características clínicas do TDAH são padrões persistentes de desatenção e/ou hiperatividade e impulsividade que interferem no funcionamento ou no desenvolvimento. A depender do predomínio dos sintomas, o transtorno pode ser observado de três diferentes formas:

  • Tipo desatento:  A principal queixa é a desatenção durante as atividades.  É caracterizado por capacidade reduzida de focar a atenção e velocidade reduzida de processamento cognitivo e resposta. Comum os relatos de:
    • erros por falta de cuidado
    • dificuldade em manter a atenção em uma conversa
    • parece não ouvir, mesmo quando abordado diretamente 
    • dificuldade em seguir instruções
    • desorganização
    • esquece atividades diárias e objetos importantes com frequência.
  • Tipo hiperativo/ impulsivo: é caracterizado pela incapacidade de ficar parado ou inibir o comportamento, às vezes difícil de distinguir da hiperatividade fisiológica da criança. Os relatos são:
    • inquietação excessiva;
    • mexer as mãos e os pés;
    • remexer-se na cadeira ou dificuldade em permanecer sentada;
    • corre sem destino, sobe nos móveis ou muros;
    • dificuldade em engajar-se numa atividade silenciosamente;
    • fala excessivamente, responde perguntas antes delas serem formuladas;
    • Interrupção ou intrusão na conversa de outras pessoas; 
  • Tipo misto: quando o indivíduo apresenta os dois conjuntos de critérios desatento e hiperativo/impulsivo;

Diagnóstico de TDAH

O diagnóstico é clínico, baseado na identificação de sintomas e comportamentos consistentes com os critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria (DSM). Os sintomas do paciente devem ser persistentes e graves o suficiente para ter contribuído para prejuízo psicossocial significativo. 

Crédito: LARROCA e DOMINGOS, 2012

Tratamento de TDAH

O TDAH é uma condição crônica e o tratamento deve ser focado no controle dos sintomas, na melhoria do relacionamento interpessoal e atividades diárias. No caso das crianças, o cuidado é também direcionado a psicopedagogia escolar e transição para a vida adulta. 

As terapias comportamentais não só reduzem o efeito nos sintomas ou desempenho da criança com TDAH, mas, ao se combinar terapia comportamental e medicação, o seu desempenho melhora e a quantidade necessária de medicação estimulante diminui. 

O uso de fármacos é fundamental para o tratamento do TDAH, proporcionando melhor dos sintomas em  80% dos casos, sendo os estimulantes as drogas de primeira linha para pacientes sem comorbidades. As três opções mais recomendadas são metilfenidato, dexanfetaminas e atomoxetine. Inicialmente, a medicação deve ser tomada sete dias/semana. 

Deve-se iniciar com dose mínima e ir aumentando progressivamente, até a dose com máximo efeito possível e mínimos efeitos adversos. O monitoramento da resposta clínica e efeitos adversos podem ser feitos em intervalos de três ou quatro meses. 

No caso dos adultos, o tratamento ideal envolve a combinação de medicamentos estimulantes e terapia cognitivo-comportamental (TCC) direcionada à disfunção executiva. O manejo farmacológico inicial com uma anfetamina em vez de metilfenidato é preferível, mas pode ser trocado em casos de resposta inadequada. 

Por mais que a incidência de morte súbita associada ao metilfenidato e anfetaminas sejam consideradas baixas e similares às taxas nacionais gerais americanas, os estimulantes estão associados a aumento de visitas a serviços de atendimento médico devido a sintomas cardíacos. Deve ser monitorados esses sintomas, com especial atenção nos adultos.  

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Veja também:

Referências bibliográficas:

  • ANDRADE, Cristiane Ruth Mendonça; et, al. Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Rev Med Minas Gerais 2011.  
  • SENO, Marília Piazzi. Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH): o que os educadores sabem?. Rev. psicopedag.,  São Paulo ,  v. 27, n. 84, p. 334-343,   2010 .   Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862010000300003&lng=pt&nrm=iso
  • David Brent;; Oscar Bukstein; Mary V Solanto. Management of attention deficit hyperactivity disorder in adults. Uptodate.
  • Kevin R Krull. Attention deficit hyperactivity disorder in children and adolescents: Clinical features and diagnosis. Uptodate. 
  • Crédito da imagem em destaque: Pixabay
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