Resumo sobre Transtorno de Personalidade Esquizoide: definição, critérios diagnósticos e mais!

Resumo sobre Transtorno de Personalidade Esquizoide: definição, critérios diagnósticos e mais!

E aí, doc! Vamos falar sobre mais um assunto? Agora vamos comentar sobre o Transtorno de Personalidade Esquizoide, um dos tipos de transtornos de personalidade.

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Definição de Transtorno de Personalidade Esquizoide

O Transtorno de Personalidade Esquizoide (TPE) é uma condição psicológica caracterizada por um padrão persistente de distanciamento social e restrição na expressão emocional em contextos interpessoais. 

Pessoas com TPE tendem a evitar interações sociais próximas e preferem atividades solitárias. Elas frequentemente parecem indiferentes ou frias em relação aos outros e têm dificuldade em demonstrar emoções, tanto positivas quanto negativas. 

Esse padrão de comportamento geralmente se manifesta no início da vida adulta e é estável ao longo do tempo, afetando diversas áreas da vida dos indivíduos.

Indivíduos com TPE não apenas evitam situações sociais que envolvem interação significativa, mas também têm pouco interesse em estabelecer relacionamentos pessoais próximos. Essa falta de motivação para interações sociais pode levar à percepção de que são distantes ou isolados. 

Embora o transtorno seja relativamente raro, estudos indicam que afeta mais homens do que mulheres. Além disso, pessoas com TPE têm maior probabilidade de desenvolver sintomas de depressão, possivelmente devido ao impacto emocional e social de sua condição. 

Prevalência

A prevalência do Transtorno de Personalidade Esquizoide é relativamente baixa em contextos clínicos. Estudos indicam diferentes estimativas de prevalência: uma subamostra do National Comorbidity Survey Replication sugere uma prevalência de 4,9%, enquanto dados do National Epidemiologic Survey on Alcohol and Related Conditions de 2001-2002 indicam uma prevalência de 3,1%. 

O desenvolvimento e curso do TPE podem se tornar aparentes já na infância ou adolescência. Crianças e adolescentes com este transtorno frequentemente experimentam solidão, dificuldades de relacionamento com os colegas e baixo rendimento escolar. Esses fatores podem marcar essas crianças e adolescentes como diferentes, tornando-os sujeitos a provocações e aumentando o isolamento social. 

Fatores de risco e prevalência

Há uma prevalência aumentada deste transtorno entre familiares de indivíduos com esquizofrenia ou transtorno da personalidade esquizotípica, sugerindo um possível componente hereditário na etiologia do TPE. 

Compreender esses fatores pode ser crucial para o desenvolvimento de estratégias de intervenção e suporte para aqueles que vivem com este transtorno.

Características diagnósticas do Transtorno de Personalidade Esquizoide

O Transtorno da Personalidade Esquizoide é identificado por um padrão abrangente de afastamento das relações sociais e uma expressão emocional limitada em interações interpessoais. Esse comportamento geralmente começa no início da vida adulta e se manifesta em diversos contextos.

Pessoas com esse transtorno não demonstram desejo de intimidade e parecem indiferentes a oportunidades de desenvolver relações próximas. Elas não encontram muita satisfação em fazer parte de uma família ou de grupos sociais (Critério A1). 

Preferem estar sozinhas e frequentemente escolhem atividades solitárias em vez de interações sociais (Critério A2). Elas tendem a se envolver em tarefas mecânicas ou abstratas, como jogos de computador ou matemática, e têm pouco interesse em experiências sexuais com outras pessoas (Critério A3). 

Essas pessoas também encontram prazer em poucas atividades, ou em nenhuma (Critério A4), e não se sentem especialmente recompensadas por experiências sensoriais, corporais ou interpessoais, como caminhar na praia ou ter relações sexuais.

Esses indivíduos normalmente não têm amigos próximos ou confidentes, exceto possivelmente um parente de primeiro grau (Critério A5). Eles são indiferentes à aprovação ou crítica dos outros e não se importam com a opinião alheia (Critério A6). Frequentemente, não percebem as sutilezas das interações sociais e podem não reagir adequadamente a gentilezas, o que os faz parecer socialmente desajeitados ou superficiais. 

Eles geralmente apresentam um comportamento “insípido”, sem reações emocionais visíveis, e raramente respondem reciprocamente a gestos ou expressões faciais, como sorrisos ou acenos (Critério A7). Relatam raramente experimentar emoções intensas, como raiva ou alegria, e parecem frios e distantes. No entanto, em situações raras onde se sentem confortáveis em se abrir, podem admitir sentir dor, especialmente relacionada a interações sociais.

Critérios diagnósticos

É fundamental compreender os critérios diagnósticos e as características essenciais do TPE para identificar e oferecer suporte adequado às pessoas que vivenciam essa condição psicológica complexa. De acordo com o DSM-5, esses são os critérios diagnósticos:

A. Um padrão difuso de distanciamento das relações sociais e uma faixa restrita de expressão de emoções em contextos interpessoais que surgem no início da vida adulta estão presentes em vários contextos, conforme indicado por quatro (ou mais) dos seguintes:

  • Não deseja nem desfruta de relações íntimas, inclusive ser parte de uma família.
  • Quase sempre opta por atividades solitárias.
  • Manifesta pouco ou nenhum interesse em ter experiências sexuais com outra pessoa.
  • Tem prazer em poucas atividades, por vezes em nenhuma.
  • Não tem amigos próximos ou confidentes que não sejam os familiares de primeiro grau.
  • Mostra-se indiferente ao elogio ou à crítica de outros.
  • Demonstra frieza emocional, distanciamento ou embotamento afetivo.

B. Não ocorre exclusivamente durante o curso de esquizofrenia, transtorno bipolar ou depressivo com sintomas psicóticos, outro transtorno psicótico ou transtorno do espectro autista, e não é atribuível aos efeitos psicológicos de outra condição médica.

Cuidados no diagnóstico

O diagnóstico de Transtorno da Personalidade Esquizoide não deve ser feito se os comportamentos ocorrem exclusivamente durante episódios de esquizofrenia, transtorno bipolar ou depressivo com sintomas psicóticos, outro transtorno psicótico ou transtorno do espectro autista. 

O diagnóstico não deve ser atribuído aos efeitos fisiológicos de uma condição médica neurológica (como epilepsia do lobo temporal) ou outra condição médica.

Características que auxiliam o diagnóstico

Indivíduos com Transtorno da Personalidade Esquizoide podem apresentar dificuldades específicas na expressão de emoções, especialmente a raiva, mesmo quando provocados diretamente. Essa dificuldade contribui para a percepção de que carecem de emoção. Suas vidas podem parecer sem rumo, dando a impressão de que estão “à deriva” em relação a seus objetivos. Essas pessoas frequentemente reagem de maneira passiva a circunstâncias adversas e têm dificuldade em lidar adequadamente com eventos importantes da vida.

Devido à falta de habilidades sociais e ao desinteresse em experiências sexuais, indivíduos com esse transtorno têm poucos amigos, raramente namoram e, em geral, não se casam. O funcionamento profissional pode ser comprometido, especialmente quando o trabalho exige envolvimento interpessoal. No entanto, podem ser bem-sucedidos em atividades que permitam isolamento social. 

Particularmente em resposta ao estresse, esses indivíduos podem experimentar episódios psicóticos breves, com duração de minutos a horas. Em alguns casos, o transtorno da personalidade esquizoide pode preceder transtornos mais graves, como o transtorno delirante ou esquizofrenia. Além disso, essas pessoas podem desenvolver transtorno depressivo maior.

O transtorno da personalidade esquizoide frequentemente coexiste com outros transtornos de personalidade, como os transtornos da personalidade esquizotípica, paranoide e evitativa.

Diagnóstico diferencial do Transtorno da Personalidade Esquizoide

  • Outros transtornos mentais com sintomas psicóticos;
  • Transtorno do espectro autista;
  • Transtornos por uso de substância;
  • Outros transtornos da personalidade e traços de personalidade.

Veja também

Referências

American Psychiatric Association (APA). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

MIGUEL, Euripedes Constantino e GENTIL, Valentim e GATTAZ, Wagner Farid. Clínica psiquiátrica. . Barueri: Editora Manole, 2011

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