Resumo de psoríase: manifestações clínicas, diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo de psoríase: manifestações clínicas, diagnóstico, tratamento e mais!

Os principais aspectos referentes à psoríase, que aparecem nos atendimentos e como são cobrados nas provas de residência médica, você verá aqui! Reconhecer as lesões é de extrema importância e adoram cair na sua prova multimídia.

Dicas do Estratégia para provas

Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes ao tema deste resumo.

  • A psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele.
  • A forma mais comum é em placas eritematosa e descamativa.
  • O sinal de Auspitz ou “orvalho sangrante” são sinais típicos cobrados em provas.
  • Agente tópicos incluem emolientes e corticoides tópicos, associado ou não a fototerapia.
  • Agentes sistêmicos incluem retinóicos, imunossupressores e agentes biológicos. 

Inscreva-se em nossa newsletter!

Receba notícias sobre residência médica e revalidação de diplomas, além de materiais de estudo gratuitos e informações relevantes do mundo da Medicina.

Definição da doença

A psoríase é uma doença dermatológica crônica, caracterizada por um processo inflamatório crônico da epiderme e proliferação acelerada.  

Epidemiologia e fisiopatologia de psoríase

A psoríase é relativamente comum e sua prevalência varia entre 0,5 a 11,4%. A prevalência mundial em adultos varia de 0,9 a 8,5% e 2% em crianças. No Brasil, a prevalência é de 1,3%, variando entre 0,9 a 1,1%, nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e 1,9% no Sul e Sudeste.

Acomete qualquer faixa etária, com maior incidência entre 30 a 40 anos e 50 a 70 anos, sem distinções quanto ao gênero. Além disso, a psoríase pode começar em qualquer idade, embora seja menos comum em crianças do que em adultos. As idades de pico para o início são entre 30 e 39 anos e entre 50 e 69 anos. 

Ponto importante: A exposição ao sol é fator protetor para a psoríase. Por este motivo, países distantes da linha do equador tem maior prevalência da doença. 

Epidemiologia da Psoríase

Outros fatores de risco atribuíveis ao desenvolvimento da psoríase incluem predisposição genética, considerada um dos principais contribuintes, e fatores ambientais e comportamentais. Em particular, taxas elevadas de tabagismo, obesidade e uso de álcool são encontradas entre indivíduos com a doença. Medicamentos e infecções também foram identificados como potenciais fatores desencadeantes ou exacerbadores da psoríase. 

Ponto importante: das medicações, os mais implicados com o desenvolvimento da doença são betabloqueadores, lítio e medicamentos antimaláricos. 

Em relação a fisiopatologia, sabe-se atualmente que a psoríase é uma doença imunomediada complexa, na qual há linfócitos T, células dendríticas e citocinas. O tipo da resposta é Th1, Th17 e Th22 e as principais citocinas envolvidas no processo inflamatório são IL 23, IL-17 e fator de necrose tumoral (TNF).

Manifestações clínicas da psoríase

A identificação das lesões é extremamente importante, pois o quadro cutâneo possibilita o diagnóstico clínico. Além das lesões, o prurido também é frequente e presente em mais de 80% dos casos. Pode envolver qualquer área do corpo e piora à noite. Calor, estresse, sudorese e pele seca são fatores de piora. 

Ponto importante: Indivíduos com psoríase estão em risco de artrite psoriática e várias outras comorbidades. Exemplos de outras comorbidades ligadas a ela incluem obesidade, síndrome metabólica, hipertensão, diabetes e doença aterosclerótica. 

Os principais subtipos de psoríase incluem: em placas crônicas (vulgar), gutata, pustulosa e eritrodérmica. 

Psoríase em placas 

Tipo de lesão: Em 90% dos pacientes, a forma de apresentação é em placas, caracterizada por pápulas e placas eritematosas e descamativas, simétricas. As escamas são tipicamente secas, branco-prateadas e, apesar de espessas, facilmente desprendidas (sinal da vela) por meio de raspagem (curetagem de Brocq).

O acometimento preferencial de superfícies extensoras, bem como outras áreas de maior atrito, pode ser explicado pelo fenômeno de Koebner (isomórfico), com surgimento de lesões em sítios de trauma. Existe ainda o fenômeno de Koebner reverso, quando lesões psoriásicas sofrem algum trauma (são biopsiadas, por exemplo) e regridem. 

Local de acometimento: predominantemente em superfícies extensoras, como joelhos e cotovelos. Outras áreas tipicamente afetadas são couro cabeludo, região lombosacra, umbilical, palmas e plantas.

Placa descamativa em face extensora de braço.

Ponto importante: O aparecimento de sangramentos puntiformes, após destacamento das escamas (conhecido como sinal de Auspitz ou orvalho sangrante, apesar de não específico) é clássico na psoríase vulgar.

Sinal do orvalho sangrante

As unhas são acometidas em 50% dos casos. A gravidade das lesões cutâneas articulares se correlacionam com acometimentos de leito ungueal. 

Psoríase gutata

Tipo de lesão: A psoríase gutata é caracterizada pelo aparecimento abrupto de múltiplas pápulas e placas pequenas e psoriáticas. As pápulas e placas geralmente têm menos de 1 cm de diâmetro, dando aspectos em gotas. 

Local de acometimento: O tronco e as extremidades proximais são os principais locais de envolvimento.

Psoríase gutata

Psoríase pustular 

Tipo de lesão: A psoríase pustular é uma forma que pode ter complicações com risco de vida. A variante mais grave (o tipo von Zumbusch de psoríase pustulosa generalizada) apresenta o início agudo de eritema generalizado, descamação e camadas de pústulas superficiais. 

Local de acometimento: Aparecem lesões com pus principalmente nos pés e nas mãos (forma localizada) ou espalhadas pelo corpo. Esta forma pode estar associada a mal-estar, febre, diarreia, leucocitose e hipocalcemia. Anormalidades renais, hepáticas ou respiratórias e sepse são complicações potenciais. 

Psoríase pustular

Psoríase eritrodérmica

Tipo de lesão e local de acometimento: É uma manifestação incomum que pode ser aguda ou crônica, caracterizada por eritema generalizado e descamação envolvendo a maior parte ou toda a superfície corporal. Há alto risco para infecção/sepse e anormalidades hidroeletrolíticas devido à perda de líquidos.

Psoríase eritrodérmica

Lista de manifestações:

  • Placas eritematosas e descamativas
  • Pústulas 
  • Lesões em forma de gotas (gutata)
  • Eritrodermia 
  • Prurido

Diagnóstico de psoríase

O diagnóstico é clínico na maior parte dos casos, por isso a importância de saber identificar estas lesões. No entanto, existem situações que mimetizam outras doenças eritematodescamativas. A dermatoscopia revela sinais que podem corroborar o diagnóstico, além de auxiliar na avaliação da resposta ao tratamento.

Os achados histológicos são inespecíficos, mas quando associados aos achados clínicos fornecem pistas para o diagnóstico. Na lesão ativa podemos ter acantose regular (hiperplasia psoriasiforme), paraqueratose, agranulose, papilas dérmicas alongadas, contendo capilares dilatados e tortuosos, além de infiltrado predominante de linfócitos na derme papilar. 

Peça histológica de lesão psoriásica

Tratamento de psoríase

Existem várias terapias tópicas e sistêmicas disponíveis para o tratamento da psoríase. As modalidades de tratamento são escolhidas com base na gravidade da doença e comorbidades relevantes.

O tratamento tópico está indicado para todas as formas da doença, sendo tratados inicialmente com corticosteróides tópicos e emolientes. Em relação aos corticoides tópicos, o propionato de clobetasol a 0,05% e o dipropionato de betametasona 0,05 mg/g são os mais usados, por período de duas a quatro semanas ou de forma intermitente, para diminuir os possíveis efeitos colaterais. A maioria dos pacientes com psoríase em placas moderada a grave deve ser inicialmente tratada com fototerapia. 

As alternativas incluem alcatrão, retinóides tópicos (tazaroteno), vitamina D tópica e antralina. Para áreas faciais ou intertriginosas, tacrolimus ou pimecrolimus tópicos podem ser usados ​​como alternativas ou como agentes poupadores de corticosteróides. 

Se houver falha no tratamento, pode ser lançado mão de agentes sistêmicos em combinação. Os agentes sistêmicos incluem retinóides (acitretina), metotrexato, ciclosporina e agentes biológicos de modificação imunológica, como etanercept , adalimumabe e infliximabe. 

Curso Extensivo Residência Médica

Veja também:

Referências bibliográficas:

Créditos da imagem em destaque

Você pode gostar também