Resumo de sepse: manifestações clínicas, diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo de sepse: manifestações clínicas, diagnóstico, tratamento e mais!

Quer entender mais sobre a sepse, tema importantíssimo para a prática clínica e muito cobrado nas provas de residência? Veja esse artigo do Estratégia MED para mais informações!

Dicas do Estratégia MED para provas

Caso precise aproveitar o máximo do seu tempo para ler esse artigo, foque nos seguintes tópicos:

  • Quadro clínico da sepse
  • Conduta terapêutica perante o paciente com sepse

Definição de sepse

Sepse é uma síndrome que corresponde a uma resposta inflamatória desregulada a uma infecção e promove disfunção em diversos órgãos e sistemas. É uma condição com alta taxa de mortalidade e que precisa de intervenção rápida para resolução. 

Epidemiologia e fisiopatologia da sepse

Nas unidades de terapia intensiva brasileiras, a incidência de sepse é de 36 casos para 1000 pacientes por dia, com mortalidade de cerca de 55% dos pacientes afetados.

fatores de risco que indicam pior evolução, como extremos de idade, imunocomprometimento, diabetes, etilismo, câncer e condições que afetem a integridade da pele. 

aumento da sepse em todo mundo, devido a alguns fatores, como aumento de pacientes com algum tipo de imunocomprometimento, surgimento de bactérias multirresistentes e aumento da expectativa de vida.

A causa mais frequente de sepse é a pneumonia, porém há outros focos importantes, como infecções abdominais, bacteremias e infecções do trato genitourinário. As bactérias mais comuns entre os pacientes com sepse são o Staphylococcus aureus, Pseudomonas sp. e Escherichia coli.

A sepse acontece quando a liberação de mediadores inflamatórios em resposta à infecção excede os limites do foco inicial, o que causa uma resposta generalizada. 

diversos fatores envolvidos, como efeito direto dos microrganismos, grande liberação de citocinas inflamatórias como TNF-alfa e IL-1 e ativação do complemento. 

Manifestações clínicas da sepse

A sepse apresenta queixas infecciosas, com relação ao foco inicial, como tosse produtiva, dor abdominal difusa ou disúria, associadas a sintomas e sinais mais sistêmicos, como febre, hipotensão, taquicardia e taquipneia. 

A sepse pode levar a um choque séptico, que deve ser identificado e tratado precocemente e de maneira intensiva, por ter altíssima mortalidade. 

Alguns sinais importantes do choque séptico são hipotensão arterial, taquicardia, aumento do tempo de enchimento capilar, livedo, cianose de extremidades, alteração de estado mental, queda do débito urinário e pele fria, descorada e pegajosa. 

Diagnóstico de sepse

A sepse é diagnosticada quando há aumento de 2 pontos ou mais no escore SOFA – detalhado abaixo – associada a infecção suspeita ou confirmada. Já o choque séptico é diagnosticado pela necessidade de vasopressor para PAM ≥ 65mmHg e lactato > 2 mmol/L na ausência de hipovolemia.

Escore SOFA (Organ Failure Assessment Score)

01234
PaO2/FiO2≥ 400<400<300<200<100
Plaquetas (x10³)≥ 150000< 150000<100000<50000<20000
Bilirrubinas mg/dL<1,21,2-1,92,0-5,96-11,9>12
Pressão Arterial PAM ≥ 70PAM < 70Dopamina <5 µg/kg/min ou dobutaminaDopamina 5,1-15 ou noradrenalina ou adrenalina ≤ 0,1 µg/kg/minDopamina > 15 ou noradrenalina ou adrenalina > 0,1
Glasgow15 13-1410-126-9<6
Creatinina (mg/dL) e/ou diurese (mL/dia)<1,21,2-1-92-3,43,5-4,9<500>5<200

O quick SOFA (qSOFA) tem baixa especificidade, mas baixa sensibilidade para sepse, de modo que pode ser usado para suspeita de sepse, mas não faz diagnóstico. O qSOFA ≥ 2 aumenta a chance de estarmos frente a um paciente em sepse, sendo que cada um dos seguintes fatores tem um ponto:

  1. Frequência respiratória ≥ 22 irpm;
  2. Alteração do nível de consciência; e 
  3. Pressão arterial sistólica ≤ 100 mmHg.

Tratamento da sepse

A antibioticoterapia deve ser iniciada imediatamente após a suspeita ou diagnóstico da sepse ou choque séptico, preferencialmente na primeira hora da apresentação da condição.  

Inicialmente, o antibiótico escolhido é empírico e deve ser orientado para os agentes mais comuns de sepse e qual é o foco inicial da infecção. Preferencialmente antes do início da medicação, devem ser colhidas hemoculturas e culturas em outros sítios apropriados, para isolamento do microorganismo. Contudo, a coleta de culturas não deve atrasar a antibioticoterapia.

Por fim, é fundamental o suporte às disfunções, como intubação orotraqueal na insuficiência respiratória. Para os pacientes com sinais de má perfusão, recomenda-se a reposição volêmica com 30 ml/kg de cristaloide nas primeiras horas, preferencialmente ringer lactato. 

Além disso, devemos objetivar a pressão arterial média de 65 mmHg, com indicação de drogas vasoativas, se necessário. A medicação preferencial nesse caso é a noradrenalina.

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Seleção de artigos EMED:

Referências bibliográficas:

  • Medicina de emergência : abordagem prática / editores Irineu Tadeu Velasco … [et al.]. – 14. ed., rev., atual. e ampl. – Barueri [SP] : Manole, 2020.
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