Tireoide: anatomia, fisiologia, histologia e mais!

Tireoide: anatomia, fisiologia, histologia e mais!

Quer relembrar os principais pontos sobre a tireoide, seja para a graduação ou para as provas de residência médica? Leia esse artigo que o Estratégia MED preparou especialmente para você, futuro residente!

Anatomia da tireoide

A tireoide está localizada profundamente aos músculos esternotireoideo e esterno-hioideo, na parte anterior do pescoço. Sua altura é no nível das vértebras C5 e T1 e é formada por dois lobos: o direito e o esquerdo.  

Um fino istmo une os lobos tireoidianos sobre a traqueia. Esse órgão é circundado por uma cápsula fibrosa, ancorada à cartilagem cricoide e aos anéis traqueais por tecido conjuntivo denso. 

A tireoide é a maior glândula endócrina no corpo humano e produz hormônios tireoidianos, que controlam a velocidade do metabolismo e calcitonina, que controla o metabolismo de cálcio. 

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Vasos sanguíneos da tireoide

A tireoide é um órgão ricamente vascularizado, cuja irrigação é feita pelas artérias tireoideas superiores e inferiores. As artérias tireoideas superiores são ramos das artérias carótidas externas, ao passo que as inferiores são ramos dos troncos tireocervicais que advém das artérias subclávias.

10% das pessoas têm uma terceira artéria que irriga a tireoide, a artéria tireoidea ima, que se origina do tronco braquiocefálico, do arco da aorta ou das artérias carótida comum, direita, subclávia ou torácica interna.

Já a drenagem venosa da tireoide é feita pelo plexo venoso tiroideo, presente na face anterior da glândula tireoidea. As veias tireoideas superiores drenam os pólos superiores da tireoide, já as veias tireoideas médias drenam a região intermédia dos lobos e, por  fim, as  veias tireoideas inferiores drenam os polos  inferiores.

As veias tireoideas superiores e médias seguem para a veia jugular interna,  ao passo que as veias tireoideas inferiores drenam para as veias braquiocefálicas.

Inervação da tireoide

A inervação da tireoide se origina dos gânglios simpáticos cervicais superiores, médios e inferiores. Essas fibras nervosas têm função vasomotora, pois promovem  vasoconstrição. A atividade secretora da tireoide é controlada pelo TSH – um hormônio hipofisário.

Drenagem linfática

Os vasos linfáticos da tireoide seguem pelo tecido conjuntivo interlobular e se dirigem aos linfonodos pré-laríngeos, pré-traqueais e para-traqueais. Os pré-laríngeos drenam para os linfonodos cervicais superiores e os demais para os linfonodos cervicais profundos inferiores.

Histologia da tireoide

A principal unidade funcional e estrutural da tireoide é o folículo tireoidiano, que se assemelha a um cisto, com uma parede formada por epitélio simples ou colunar baixo, denominado epitélio folicular. 

Nos folículos, há uma massa gelatinosa chamada de coloide, que está em contato com as superfícies apicais das células foliculares. A membrana basal se repousa em uma lâmina basal.

O parênquima tireoidiano é formado por um epitélio composto de dois tipos celulares:

  1. Células foliculares (ou principais): produzem os hormônios tireoidianos e se coram por HE; e
  2. Células parafoliculares (ou células C): localizam-se na periferia do epitélio folicular e secretam calcitonina. Coram-se por HE.

Fisiologia da tireoide

Nas células folicularesprodução das enzimas para a síntese dos hormônios tireoidianos, como produzem a tireoglobulina. Tais produtos são empacotados em vesículas e secretadas no centro do folículo.

Quando o íon de iodo entra no coloide, a tireoide peroxidase remove um elétron do íon e a adiciona à tirosina da molécula de tireoglobulina. A adição de um iodo produz a monoiodotirosina – MIT. Quando há a adição de um segundo iodo, forma-se a diiodotirosina – DIT

MIT e DIT acoplados formam a triiodotironina ou T3, já a união de dois DITs formam a tetraiodotironina – T4 ou tiroxina. O complexo tireoglobulina – T3/T4 retorna para as células foliculares, onde enzimas liberam os hormônios da tireoglobulina. T3 e T4 então se difundem para fora das células foliculares e entram no plasma. 

O papel do TSH é hipertrofiar as células foliculares, com objetivo de aumentar a produção de hormônios tireoidianos. Se a regulação estiver funcionando corretamente, com a elevação plasmática de T3 e T4, há inibição da secreção de TSH.

Já a calcitonina é um peptídeo produzido pelas células C da tireoide e é liberada quando a concentração de cálcio plasmático aumenta. A função desse hormônio é diminuir a reabsorção óssea e aumentar a excreção de cálcio pelos rins. Entretanto, aparentemente o seu papel é secundário no equilíbrio de cálcio em humanos. 

Importância clínica

A tireoide tem grande importância clínica, pois os hormônios tireoidianos são fundamentais na infância, para o desenvolvimento e crescimento normais e são muito relevantes para a qualidade de vida adulta, pois o excesso ou a redução dos hormônios tireoidianos causam diversos sintomas, como intolerância ao calor ou frio, palpitações, letargia, entre outros.  

Principais problemas que acometem o órgão

As principais afecções que atingem a tireoide são o hipertireoidismo, o hipotireoidismo e o câncer de tireoide. Além disso, a tireoide pode, por diversos motivos, sofrer uma hipertrofia descontrolada, denominada bócio.  

Principais exames da tireoide

Os principais exames realizados na prática clínica são a ultrassonografia de tireoide, a cintilografia desse órgão e a biópsia, em especial a punção por agulha fina, que recolhe material a ser encaminhado para análise histopatológica.

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Veja também:

Referências bibliográficas:

  • MOORE,  Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7ª  edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
  • ROSS, Michael H. Histologia: texto e atlas. 7ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
  • SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 5ª edição. Porto Alegre: Artmed Editora, 2010.
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