Resumo de Venvance®: indicações, cuidados e mais!

Olá, querido doutor e doutora! O Venvanse (dimesilato de lisdexanfetamina) é um medicamento utilizado no tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e do Transtorno de Compulsão Alimentar (TCA) em adultos. Atua como estimulante do sistema nervoso central, promovendo melhora na atenção, concentração e controle da impulsividade. Sua formulação de liberação gradual garante efeito prolongado e previsível, permitindo uso único diário e boa adesão ao tratamento.

O início de ação costuma ocorrer cerca de duas horas após a ingestão, com duração que pode se estender por até 12 horas.

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O que é Venvance

Venvanse é o nome comercial do dimesilato de lisdexanfetamina, um medicamento classificado como estimulante do sistema nervoso central. Ele atua modulando substâncias químicas cerebrais, especialmente dopamina e noradrenalina, que influenciam a atenção, o controle de impulsos e o comportamento.

É indicado principalmente para o tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) em crianças a partir de 6 anos, adolescentes e adultos, além do Transtorno de Compulsão Alimentar (TCA) em adultos.

Por ser um pró-fármaco da dextroanfetamina, o Venvanse só se torna ativo após ser metabolizado no organismo, o que proporciona liberação gradual e efeito mais prolongado ao longo do dia. Essa característica ajuda a reduzir oscilações de concentração e sintomas de “rebote” que podem ocorrer com outros estimulantes.

Indicações e dosagens

Indicações clínicas

O Venvanse é indicado para o tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) em crianças a partir de 6 anos, adolescentes e adultos. O medicamento ajuda a melhorar a concentração, reduzir a impulsividade e controlar a hiperatividade, favorecendo o desempenho escolar, profissional e social.

Também é aprovado para o tratamento do Transtorno de Compulsão Alimentar (TCA) em adultos, auxiliando na redução dos episódios de ingestão compulsiva e promovendo maior controle alimentar.

Dosagem e administração

A dose inicial recomendada é de 30 mg por via oral, uma vez ao dia, pela manhã, com ou sem alimentos. Caso seja necessário, o médico pode ajustar gradualmente a dose em aumentos de 10 mg a 20 mg por semana, até alcançar o efeito desejado. A dose máxima diária é de 70 mg.

As cápsulas devem ser engolidas inteiras com água ou, se necessário, abertas e misturadas em iogurte, água ou suco de laranja, sendo consumidas imediatamente após o preparo.

Recomenda-se evitar a administração à tarde ou à noite, pois pode causar dificuldade para dormir. Em caso de esquecimento, a dose deve ser tomada pela manhã assim que possível, nunca devendo ser duplicada.

Contraindicações

O uso do Venvanse é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade conhecida à lisdexanfetamina, a outras anfetaminas ou a qualquer componente da fórmula. Também não deve ser administrado em associação com inibidores da monoamina oxidase (IMAOs), nem nos 14 dias subsequentes à suspensão desses medicamentos, devido ao risco de crise hipertensiva grave.

Está contraindicado em pessoas com doenças cardíacas estruturais, hipertensão moderada ou grave, arteriosclerose avançada ou hipertireoidismo, pois o uso pode agravar essas condições. Pacientes com glaucoma, agitação intensa, ansiedade excessiva ou histórico de abuso de substâncias também não devem utilizar o medicamento.

O Venvanse não foi estudado em crianças menores de 6 anos nem em adultos acima de 55 anos, portanto o uso nessas faixas etárias não é recomendado.

Durante a gravidez e lactação, o medicamento deve ser evitado, salvo sob orientação médica rigorosa, uma vez que pode causar danos ao feto e interferir na amamentação.

Efeitos adversos

Efeitos comuns

Durante o uso do Venvanse, podem ocorrer redução do apetite, dor de cabeça, insônia, boca seca, irritabilidade, náusea e dor abdominal leve. Em geral, esses sintomas são leves a moderados e tendem a melhorar com o tempo ou após ajuste da dose.

Alterações cardiovasculares

Alguns pacientes podem apresentar aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca. Em casos raros, há relatos de palpitações, dor torácica e fenômeno de Raynaud, com alteração da coloração dos dedos em contato com o frio.

Efeitos neuropsiquiátricos

Podem surgir ansiedade, agitação, variação de humor ou piora de tiques motores e vocais. Raramente, podem ocorrer episódios psicóticos, mania, euforia ou alucinações, o que exige suspensão imediata e avaliação médica.

Alterações gastrointestinais e metabólicas

Entre os efeitos mais relatados estão diarreia, constipação, perda de peso e redução do crescimento em crianças. O acompanhamento regular do peso e da estatura é recomendado durante o tratamento prolongado.

Reações alérgicas e graves

Casos isolados de urticária, angioedema e reações cutâneas graves, como síndrome de Stevens-Johnson, foram descritos. Diante de qualquer reação alérgica ou lesão de pele extensa, o medicamento deve ser interrompido imediatamente e o paciente, encaminhado para avaliação médica de urgência.

Características farmacológicas

Composição e classe terapêutica

O Venvanse contém dimesilato de lisdexanfetamina, um estimulante do sistema nervoso central pertencente à classe das anfetaminas. Está disponível em cápsulas de 30 mg, 50 mg e 70 mg, desenvolvidas para garantir liberação controlada e duração prolongada do efeito terapêutico.

Farmacodinâmica

A lisdexanfetamina é um pró-fármaco, ou seja, é biologicamente inativa até ser metabolizada no organismo. Após a absorção, é convertida em dextroanfetamina, que aumenta a liberação e inibe a recaptação de dopamina e noradrenalina nas terminações nervosas. Esse aumento dos neurotransmissores no córtex pré-frontal melhora a atenção, o controle da impulsividade e a motivação, atuando de forma eficaz nos sintomas do TDAH e do Transtorno de Compulsão Alimentar.

Farmacocinética

Após administração oral, o medicamento é rapidamente absorvido no trato gastrointestinal. O início do efeito ocorre em cerca de duas horas, e sua ação pode durar até 12 horas, permitindo uso único diário. A meia-vida da dextroanfetamina varia entre 10 e 13 horas em adultos.

A eliminação ocorre principalmente pelos rins, sendo aproximadamente 96% excretada na urina. Pacientes com insuficiência renal grave devem receber doses menores. A presença de alimentos pode atrasar levemente o tempo para atingir o pico plasmático, mas não altera a eficácia global do medicamento.

Perfil clínico

A conversão lenta e controlada da lisdexanfetamina reduz o risco de uso indevido e confere efeito estável ao longo do dia, minimizando oscilações de concentração ou “picos” de estímulo. Essa característica torna o Venvanse uma opção terapêutica segura e previsível, com boa tolerabilidade e adesão em tratamentos prolongados.

Advertências e precauções

Risco cardiovascular

Antes de iniciar o tratamento com Venvanse, é fundamental realizar uma avaliação clínica e cardiovascular completa, incluindo histórico de doença cardíaca, arritmias, hipertensão ou morte súbita na família. O uso deve ser evitado em pacientes com cardiopatias estruturais ou arritmias graves, pois há risco de eventos cardíacos sérios. Durante o tratamento, recomenda-se monitorar pressão arterial e frequência cardíaca regularmente.

Saúde mental e comportamento

O Venvanse pode desencadear ou agravar sintomas psiquiátricos, como ansiedade, irritabilidade, agressividade, mania ou episódios psicóticos, mesmo em doses terapêuticas. Pacientes com transtorno bipolar, depressão grave ou histórico de psicoses devem ser acompanhados com cautela. Se surgirem alucinações, comportamento anormal ou agitação intensa, o medicamento deve ser suspenso e o paciente reavaliado.

Crescimento e metabolismo

Em crianças e adolescentes, o medicamento pode causar redução do apetite, perda de peso e lentificação do crescimento. O acompanhamento periódico de peso e estatura é recomendado, com ajuste da dose ou interrupção temporária se houver impacto significativo.

Uso e dependência

Por se tratar de uma anfetamina, o Venvanse apresenta potencial de abuso e dependência psicológica. O médico deve avaliar o histórico de uso de substâncias e orientar o paciente sobre o uso correto. O armazenamento deve ser seguro, evitando acesso por outras pessoas.

Interações medicamentosas

Inibidores da monoamina oxidase (IMAOs)

O uso do Venvanse é contraindicado com IMAOs ou nas duas semanas seguintes à suspensão desses medicamentos, devido ao risco de crise hipertensiva grave e síndrome serotoninérgica. Essa associação pode provocar aumento perigoso da pressão arterial, hipertermia e confusão mental.

Antidepressivos e ansiolíticos

O medicamento pode interagir com ISRS, IRSN, tricíclicos e buspirona, aumentando a chance de toxicidade serotoninérgica, caracterizada por agitação, tremores, taquicardia e febre. O uso concomitante deve ser feito com cautela e sob acompanhamento médico rigoroso.

Antipsicóticos e anti-hipertensivos

Antipsicóticos podem reduzir o efeito estimulante do Venvanse, enquanto o medicamento pode diminuir a eficácia de fármacos anti-hipertensivos, como betabloqueadores e alfametildopa. É necessário monitoramento da pressão arterial e ajuste de dose, conforme resposta clínica.

Substâncias serotoninérgicas e estimulantes

O uso simultâneo com tramadol, triptanos, lítio, fentanil ou erva-de-são-joão pode potencializar o risco de síndrome serotoninérgica. Já a combinação com outros estimulantes do sistema nervoso central, como cafeína em excesso, metilfenidato ou descongestionantes com pseudoefedrina, pode aumentar os riscos de taquicardia, insônia e ansiedade.

Ácido ascórbico e bicarbonato de sódio

Substâncias que acidificam a urina, como o ácido ascórbico (vitamina C), podem reduzir a eficácia do medicamento, acelerando sua eliminação. Por outro lado, compostos alcalinizantes, como bicarbonato de sódio, podem aumentar a concentração plasmática da dextroanfetamina, elevando o risco de efeitos adversos.

Álcool e outras substâncias depressoras

O consumo de bebidas alcoólicas durante o uso do Venvanse pode intensificar os efeitos cardiovasculares e neuropsiquiátricos, além de mascarar sinais de intoxicação. A associação deve ser evitada.

Superdosagem ou intoxicação

Manifestações clínicas

A superdosagem de Venvanse pode causar sintomas graves de estimulação excessiva do sistema nervoso central e do sistema cardiovascular. Entre os sinais mais comuns estão agitação intensa, tremores, confusão mental, taquicardia, hipertensão, náusea, vômito, febre e midríase (dilatação das pupilas).

Em casos mais severos, podem ocorrer alucinações, convulsões, arritmias, colapso circulatório, rabdomiólise, hipertermia e coma. Após o pico de agitação, é possível observar fadiga extrema e depressão mental, reflexo da exaustão do sistema nervoso.

Conduta imediata

Diante de suspeita de superdosagem, o paciente deve buscar atendimento médico de urgência ou ser encaminhado imediatamente a um serviço de emergência hospitalar. Não há antídoto específico para a lisdexanfetamina; o tratamento é suporte clínico intensivo, focado na manutenção das vias aéreas, controle da temperatura, hidratação adequada e estabilização cardiovascular.

Tratamento hospitalar

Benzodiazepínicos podem ser utilizados para controlar agitação, ansiedade e convulsões.

Em casos de hipertensão severa, recomenda-se o uso de vasodilatadores (como nitroprussiato ou nicardipina) e evitar betabloqueadores isolados, que podem piorar o quadro por vasoconstrição reflexa.

O paciente deve permanecer sob monitorização cardíaca contínua, com avaliação de função renal, eletrólitos e enzimas musculares para prevenir complicações como insuficiência renal aguda.

A hemodiálise não é eficaz, pois a dextroanfetamina possui ampla distribuição tecidual.

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Referências Bibliográficas

TAKEDA PHARMA LTDA. Venvanse: bula para o paciente. Jaguariúna: Takeda, 2022. Disponível em: https://www.takeda.com.br. Acesso em: 13 out. 2025.

DYNAMED. Lisdexamfetamine Dimesylate (Vyvanse®): drug monograph. EBSCO Information Services, 2025. Disponível em: https://www.dynamed.com/drug-monograph/lisdexamfetamine-dimesylate. Acesso em: 13 out. 2025.