Resumo de vitamina K: indicações, farmacologia e mais!

Resumo de vitamina K: indicações, farmacologia e mais!

Visão geral

A vitamina K é uma vitamina lipossolúvel utilizada como terapia medicamentosa de para controlar e tratar o sangramento devido ao distúrbio de coagulação pela deficiência desta vitamina, como ocorre comumente pela anticoagulação com varfarina. 

A deficiência de vitamina K em adultos saudáveis ​​é rara, geralmente está associada a defeitos de absorção, como ocorre em cirurgia bariátrica, doença biliar, desnutrição, fibrose cística, uso prolongado de antibióticos de amplo espectro ou utilização de medicações que antagonizam sua função. 

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Fontes e Metabolismo 

A absorção da vitamina ocorre no intestino delgado e depende da ação proteolítica de enzimas pancreáticas e solubilização das gorduras pelos sais biliares. Por este motivo, a correta absorção depende das funções pancreáticas e biliares intactas, além de mecanismos efetivos de absorção de gordura. Nos enterócitos, onde é incorporada aos quilomícrons, facilitando assim a absorção nos linfáticos intestinais e a circulação portal para o transporte para o fígado, local onde é reembalado em lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL).

Funções e deficiência

Existe na forma natural de vitamina K1 (filoquinona) e vitamina K2 (menaquinona, MK-4 a MK-10). Enquanto a vitamina K1 é encontrada principalmente em vegetais de folhas verdes, bem como no azeite e no óleo de soja, a vitamina K2 (menaquinona) é encontrada em pequenas quantidades no frango, manteiga, gema de ovo e queijo. 

A vitamina K afeta as vias de coagulação dentro do corpo, pois é essencial para a atividade de várias enzimas carboxilase nas células hepáticas e, portanto, necessária para a ativação dos fatores de coagulação VII, IX, X e protrombina. A deficiência desta vitamina prejudica o processo de coagulação, levando a problemas de sangramento. 

Além disso, outras proteínas do corpo também contêm resíduos de carboxiglutamato e dependem da vitamina K, como as proteínas S e C que exercem atividade antitrombótica, algumas proteínas envolvidas na mineralização óssea, incluindo a osteocalcina. Pesquisas recentes ligaram a deficiência desta vitamina a problemas de osteoporose e fibrose cística. 

Indicações e dosagem

Existem algumas indicações claras de reposição, como para o tratamento da deficiência induzida por antagonistas ou anticoagulantes semelhantes à cumarina. O principal antagonista da vitamina K é a varfarina. 

Ela é utilizada no tratamento em condições que limitam a absorção de vitamina  e seja clinicamente observada a deficiência desta vitamina.  Essas condições incluem icterícia obstrutiva, fístula biliar, colite ulcerativa, doença celíaca, ressecção intestinal, fibrose cística do pâncreas, enterite regional ou interferência induzida por drogas com o seu metabolismo, como salicilatos e terapia antibacteriana. 

#Ponto importante: a vitamina K não corrige a deficiência do fator de coagulação devido à disfunção do parênquima hepático e não é normalmente usada para sangramento por varizes. 

Outra indicação é para profilaxia e tratamento do sangramento por deficiência de vitamina K do recém-nascido, anteriormente conhecido como doença hemorrágica do recém-nascido. Os recém-nascidos correm o risco de deficiência de vitamina K porque seu fígado imaturo não utiliza a vitamina K com eficiência. 

Dosagem e administração 

Para suplementação em pacientes com deficiência de vitamina K a administração oral de vitamina K1, na dose sugerida de 1 a 2 mg, é a via preferencial. Em casos de coagulopatia grave com INR elevado, pode ser administrada uma dose oral de 5 a 10 mg, com dose máxima de 25 mg. A suplementação oral levará cerca de 24 horas para alcançar o efeito máximo. 

A vitamina K1 também pode ser administrada via parenteral (EV ou subcutânea). A dose para administração é de 10 a 20 mg, uma vez, podendo repetir em 48 a 72 horas se a coagulopatia persistir. a forma EV deve ser administrada lentamente, não menos de 30 minutos. O efeito geralmente ocorre dentro de 2 a 4 horas após a administração de uma dose intravenosa e o efeito máximo para administração intravenosa é de 6 a 12 horas. 

Para pacientes com coagulopatia em uso de varfarina, a dose oral ou parenteral de reposição varia de 2,5 a 10 mg, dependendo do INR e da gravidade do sangramento. Deve-se mensurar o INR após 6 a 12 horas e administrar outra dose conforme necessário. 

#Ponto importante: Altas doses de vitamina K podem causar resistência à varfarina por mais de 1 semana. Se o paciente necessitar de anticoagulação, um agente alternativo não dependente de vitamina K pode ser utilizado

Em crianças recém-nascidas com sangramentos e distúrbios de coagulação devem ser tratadas imediatamente com vitamina K parenteral ( fitonadiona ), 1 a 2 mg por via intravenosa ou subcutânea. A dose de vitamina K deve normalizar o perfil de coagulação em duas a três horas. 

Excesso de vitamina K

Atualmente, não há toxicidade conhecida associada a altas doses da vitamina K, por isso não foi definido um limite superior tolerável para consumo e deve ser guiado pela melhora clínica ou INR.  

A menadiona, uma forma sintética solúvel em água da vitamina K, causou anemia hemolítica, hiperbilirrubinemia, icterícia e kernicterus em lactentes e, por este motivo, foi banida das vendas sem receita nos Estados Unidos. 

O uso de vitamina K requer cautela em recém-nascidos, pacientes com hipoprotrombinemia hereditária, insuficiência renal, casos de super anticoagulação devido a heparinas e hipersensibilidade à vitamina K. 

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Referências bibliográficas:

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