Resumo de Prick Test: conceito, indicações, procedimento e mais!
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Resumo de Prick Test: conceito, indicações, procedimento e mais!

Olá, querido doutor e doutora! O Prick Test, também conhecido como teste de puntura, é uma ferramenta amplamente utilizada para o diagnóstico de sensibilizações alérgicas mediadas por IgE. Empregado para identificar alergias respiratórias, alimentares, a medicamentos e venenos de insetos, esse procedimento oferece uma avaliação rápida e segura das respostas alérgicas em pacientes com histórico clínico sugestivo. Este resumo aborda os conceitos fundamentais, indicações, contraindicações, complicações e o passo a passo do procedimento, trazendo uma visão abrangente e detalhada para orientar profissionais de saúde na prática segura e eficaz desse método diagnóstico.

O Prick Test oferece uma abordagem direta e eficiente para identificar sensibilizações alérgicas, auxiliando no diagnóstico preciso e na orientação do manejo clínico do paciente.

Conceito de Prick Test 

O Prick Test, também conhecido como teste de puntura, é um método diagnóstico utilizado para identificar reações alérgicas mediadas por IgE em pacientes com histórico sugestivo de alergias, como rinite, asma, urticária e algumas alergias alimentares. A técnica consiste em aplicar pequenas quantidades de diferentes alérgenos na superfície da pele, geralmente no antebraço ou nas costas, e em seguida, utilizar uma lanceta para perfurar suavemente a pele, permitindo a entrada do alérgeno.

Indicações do Prick Test

O Prick Test é indicado principalmente para pessoas com suspeita de alergias mediadas por IgE, ajudando a identificar sensibilizações a alérgenos específicos. Este teste é recomendado nos seguintes casos: 

  1. Alergias respiratórias: indicado para pacientes com sintomas de rinite alérgica, rinoconjuntivite ou asma, principalmente quando há uma relação entre os sintomas e fatores ambientais, como pólen, ácaros ou pelos de animais. 
  1. Alergias alimentares: usado para investigar reações alérgicas a alimentos, como amendoim, leite, ovos, frutos-do-mar, entre outros. A sensibilidade e especificidade do teste variam conforme o alimento testado, sendo mais confiável para certos alimentos em comparação com outros. 
  1. Alergias a medicamentos: pode ser útil para identificar alergias a certos medicamentos, embora, em alguns casos, o teste intradérmico ou outros métodos possam ser mais adequados. 
  1. Alergias a insetos: para pacientes com histórico de reações alérgicas a picadas de insetos, o Prick Test pode identificar sensibilizações a venenos de abelhas, vespas e outros insetos. 
  1. Dermatite atópica: em pacientes com dermatite, especialmente em casos onde se suspeita de uma componente alérgica associada a fatores ambientais ou alimentares. 
  1. Acompanhamento e monitoramento de alergias: em crianças ou pacientes com histórico familiar de alergias, o teste pode ser repetido periodicamente para monitorar novas sensibilizações, especialmente quando surgem novos sintomas ou alterações no ambiente.

Contraindicações do Prick Test

O Prick Test possui algumas contraindicações que devem ser consideradas para garantir a segurança do paciente e a precisão dos resultados. As principais contraindicações incluem: 

  1. Uso de medicamentos que interferem nos resultados: pacientes em uso de anti-histamínicos, antidepressivos tricíclicos, corticosteroides tópicos (na área de teste) ou outros medicamentos que reduzam a reatividade cutânea devem interromper o uso conforme orientação médica antes do teste, pois esses medicamentos podem impedir a resposta alérgica local e gerar falsos negativos. 
  1. Dermatopatias extensas: pacientes com dermatite atópica grave, dermografismo ou lesões extensas na área de teste podem apresentar dificuldades na interpretação dos resultados devido a respostas cutâneas alteradas, ou intensificadas. 
  1. Histórico de reações anafiláticas recentes: em pacientes que sofreram reações anafiláticas graves nas últimas semanas, o teste pode gerar falsos negativos devido à refratariedade temporária da resposta imunológica. Nesses casos, recomenda-se aguardar pelo menos quatro a seis semanas antes de realizar o teste. 
  1. Asma não controlada: pacientes com asma grave ou mal controlada têm um risco aumentado de reações adversas, incluindo exacerbações de asma, durante o teste. Nesses casos, o Prick Test deve ser adiado até que a asma esteja controlada. 
  1. Gravidez: apesar de o risco de reação sistêmica ser baixo, o Prick Test é evitado durante a gravidez para minimizar qualquer possibilidade de complicações, uma vez que uma reação alérgica severa poderia exigir o uso de adrenalina, que tem efeitos sobre o útero. 
  1. Doenças cardiovasculares graves: pacientes com doenças cardíacas significativas, especialmente aqueles em uso de betabloqueadores, têm um risco maior de complicações se ocorrer uma reação sistêmica e podem ter uma resposta reduzida à adrenalina, usada em casos de emergência.

Complicações do Prick Test

Embora o Prick Test seja geralmente seguro, algumas complicações podem ocorrer, especialmente em pacientes com histórico de reações alérgicas graves. As principais complicações incluem: 

  1. Reações locais intensas: é comum o aparecimento de pápulas e eritema nos locais de aplicação dos alérgenos, mas, em alguns casos, essas reações podem ser mais intensas, causando coceira, dor ou inchaço significativo, que geralmente desaparecem em algumas horas. 
  1. Reações sistêmicas leves: alguns pacientes podem apresentar sintomas leves, como espirros, congestão nasal ou prurido nos olhos. Estes sintomas, apesar de desconfortáveis, são autolimitados e necessitam raramente de intervenção. 
  1. Anafilaxia: embora rara, essa é a complicação mais grave associada ao Prick Test, especialmente ao testar alérgenos como alimentos ou venenos de insetos. Anafilaxia é uma reação sistêmica grave que pode incluir dificuldade respiratória, inchaço de garganta, tontura, queda de pressão e, em casos extremos, choque. Devido ao risco, o teste deve ser realizado em ambiente com acesso imediato a equipamentos de emergência e por profissionais treinados para o manejo de anafilaxia. 
  1. Exacerbação de asma: em pacientes com asma, o Prick Test pode desencadear uma crise asmática, especialmente se a asma estiver mal controlada ou se o paciente for particularmente sensível aos alérgenos testados. 
  1. Falsos positivos ou negativos: alguns fatores podem interferir no resultado, como o uso recente de medicamentos, dermografismo ou a própria técnica de aplicação, o que pode levar a resultados enganosos. Isso pode resultar em uma avaliação incorreta da alergia do paciente, levando a tratamentos desnecessários ou à falta de tratamento adequado.

O Procedimento 

Preparação do Paciente 

  • Revisão do histórico médico: antes do teste, o profissional deve revisar o histórico do paciente, incluindo informações sobre condições alérgicas e uso de medicamentos que interfiram na reatividade cutânea. Medicamentos como anti-histamínicos e alguns antidepressivos podem reduzir a resposta do teste, e geralmente devem ser suspensos de 5 a 7 dias antes do procedimento; e 
  • Orientações prévias: explique ao paciente o que esperar durante o teste, incluindo possíveis reações locais (como coceira e inchaço) e sistêmicas, para garantir que estejam cientes do procedimento e das possíveis reações. 

Escolha da Área de Aplicação

  • Seleção da área: geralmente, o teste é realizado na parte interna do antebraço ou nas costas. Essas áreas são escolhidas pela facilidade de acesso e pela menor exposição a traumas, facilitando a avaliação da resposta alérgica; e 
  • Limpeza: limpe a pele com um produto suave, sem álcool, para evitar irritação e garantir que não haja resíduos que interfiram no teste.

Marcação dos Pontos

  • Usando uma caneta dermatológica ou um marcador específico, faça pontos na pele onde os alérgenos e os controles serão aplicados. A marcação ajuda a identificar com clareza cada alérgeno testado e facilita a interpretação dos resultados; e
  • Espaçamento entre os pontos: mantenha uma distância mínima de 2 cm entre cada ponto para evitar reações cruzadas e garantir a precisão na interpretação dos resultados. 
Preparação para o prick test. PMC

Aplicação dos Alérgenos

  • Controles positivo e negativo: aplique o controle positivo (histamina, que deve gerar uma pequena pápula indicando que a pele está reativa) e o controle negativo (solução salina, que não deve causar nenhuma reação significativa). Esses controles são essenciais para validar o teste; e
  • Alérgenos específicos: coloque uma gota de cada solução de alérgeno sobre os pontos previamente marcados. Os alérgenos comuns incluem pólen, ácaros, pelos de animais, alimentos e outros sensibilizantes.

Puntura da Pele

  • Utilizando uma lanceta específica para Prick Test, pressione levemente cada gota na pele, fazendo uma puntura superficial sem causar sangramento. O objetivo é introduzir o alérgeno na camada mais externa da pele para observar a reação sem aprofundar a puntura; e 
  • Troca de lanceta: utilize uma nova lanceta para cada alérgeno para evitar contaminações cruzadas entre as substâncias aplicadas.
Prick test com lanceta através de uma gota de extrato. PMC

Aguarde o Tempo de Reação

  • Após a aplicação, o paciente deve aguardar de 15 a 20 minutos, tempo necessário para as reações alérgicas ocorrerem. Durante esse período, o paciente é monitorado para garantir que não ocorra nenhuma reação adversa; e
  • Cuidados durante o tempo de espera: oriente o paciente a permanecer em repouso, evitando movimentações bruscas do braço (ou costas, caso a aplicação tenha sido nessa área) que interfiram nos resultados.

Leitura dos Resultados

  • Avaliação das reações: após o tempo indicado, observe cada ponto de aplicação. A presença de uma pápula (inchaço) com diâmetro igual ou superior a 3 mm, acompanhada de vermelhidão, indica uma reação positiva ao alérgeno testado. Reações muito pequenas ou inexistentes indicam geralmente resultado negativo; e 
  • Comparação com os controles: o controle positivo (histamina) deve gerar uma pápula como esperado, validando a reatividade da pele. O controle negativo (solução salina) não deve causar reação significativa; se houver reação, pode ser indicativo de dermografismo ou reatividade inespecífica, o que pode interferir na interpretação. 

Registro e Documentação

  • Documente cada reação, incluindo o tamanho e a intensidade das pápulas. Anote também qualquer reação sistêmica apresentada pelo paciente durante o teste; e 
  • Após o teste, informe o paciente sobre os cuidados locais, como evitar coçar as áreas de aplicação e aplicar um creme calmante, se necessário. Em caso de reações locais persistentes ou desconforto, um anti-histamínico tópico ou oral pode ser recomendado.

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Referências Bibliográficas 

  1. BIRCH, K.; PEARSON-SHAVER, A. L. Allergy Testing. StatPearls, 2023. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK537020/. Acesso em: 9 nov. 2024.
  1. Heinzerling, L., Mari, A., Bergmann, KC. et al. The skin prick test – European standards. Clin Transl Allergy 3, 3 (2013). https://doi.org/10.1186/2045-7022-3-3. Acesso em: 9 nov. 2024.
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