Resumo sobre Oxigenoterapia: O que é, dispositivos de oxigenação e mais!

Resumo sobre Oxigenoterapia: O que é, dispositivos de oxigenação e mais!

E aí, doc! Vamos falar sobre mais um assunto? Agora vamos comentar sobre a oxigenoterapia, que tem como objetivo principal promover uma boa ventilação e oxigenação ao paciente.

O Estratégia MED está prestes a introduzir um novo conceito valioso, proporcionando uma contribuição significativa para enriquecer seus conhecimentos e impulsionar seu desenvolvimento profissional. 

Está preparado? Vamos lá!

Definição de Oxigenoterapia

A oxigenoterapia é o processo de oferecer oxigênio para um paciente que está com um desconforto respiratório ou não está conseguindo atingir a meta de oxigenação. 

O ar que respiramos contém apenas 21% de oxigênio, o que é suficiente para pessoas saudáveis. No entanto, para aqueles com problemas pulmonares, essa quantidade pode não ser adequada.

Certas condições pulmonares impedem que os pacientes obtenham a quantidade necessária de oxigênio (< 90% de saturação) por meio da respiração normal, resultando em dificuldade respiratória.

Inscreva-se em nossa newsletter!

Receba notícias sobre residência médica, revalidação de diplomas e concursos médicos, além de materiais de estudo gratuitos e informações relevantes do mundo da Medicina.

Indicação de Oxigenoterapia

O uso de oxigênio é recomendado para pacientes com baixos níveis de oxigênio no sangue, evidenciados por uma pressão arterial de oxigênio (PaO2) ≤ 55 mmHg ou saturação de oxigênio (SatO2) ≤ 88% em gasometria arterial em ar ambiente. 

Se houver poliglobulia ou cor pulmonale associados, as indicações são PaO2 menor que 60 mmHg e/ou SatO2 menor que 90%. No entanto, é crucial que a administração de oxigênio seja feita adequadamente, pois o uso indevido pode causar toxicidade e efeitos colaterais. Portanto, a prescrição de oxigênio deve ser realizada por profissionais capacitados.

Dispositivos para realizar oxigenoterapia

Esses equipamentos são usados em pacientes que possuem uma ventilação espontânea. É importante avaliar qual será mais eficaz para o paciente.

Cânula nasal

A cânula nasal de baixo fluxo é comumente usada como a primeira opção para suplementação de oxigênio em pacientes com déficit leve de oxigênio, com taxas de fluxo de 2 a 4 L por minuto. Tradicionalmente, acreditava-se que a cânula nasal oferecia no máximo 6 L por minuto, resultando em FiO de 35 a 40%. 

No entanto, a cânula nasal de alto fluxo (CNAF), como Optiflow e Vapotherm, agora oferece FiO quase 100% com taxas de 40 a 70 L por minuto. A CNAF aquece e umidifica o oxigênio, tornando as altas taxas de fluxo mais toleráveis. 

Embora a CNAF seja eficaz no suporte de pacientes com insuficiência respiratória, seu papel na pré-oxigenação antes da intubação não está totalmente claro. A CNAF apresenta benefícios como a eliminação do espaço morto na via aérea superior, redução do trabalho respiratório e aplicação de modestas quantidades de pressão positiva expiratória final (PEEP). 

A eficácia do oxigênio em alto fluxo por cânula nasal padrão na pré-oxigenação é incerta na literatura, mas pode ser eficaz e tolerada a curto prazo.

Máscara simples facial

Uma máscara facial simples, sem reservatório externo, tem um volume de oxigênio limitado por cada respiração (cerca de 100-150 mL) com taxas de fluxo tradicionalmente entre 4 e 10 L por minuto. A FiO2 varia consideravelmente com essas taxas mais baixas, sendo geralmente limitada a cerca de 50%. 

No entanto, evidências sugerem que altas concentrações de oxigênio (FiO2 > 90%) podem ser alcançadas com taxas de fluxo elevadas (≥ 40 L por minuto). Apesar disso, especialistas preferem o uso de máscaras não reinalantes (MNR) devido a limitações na máscara facial simples, como o efeito Venturi e a turbulência em altas taxas de fluxo. A MNR é considerada mais eficaz na pré-oxigenação antes de situações de emergência.

Máscara Venturi

As máscaras de Venturi, embora classificadas como dispositivos de “alto fluxo” de oxigênio suplementar, não devem ser confundidas com dispositivos de oferta de oxigênio em alta concentração. Projetadas para taxas de fluxo de oxigênio entre 12 e 15 L por minuto, essas máscaras têm a capacidade de proporcionar uma FiO2 máxima de 50%. 

O principal benefício reside na capacidade de oferecer uma FiO2 consistente, controlando a entrada de ar ambiente. São considerados dispositivos de oferta de oxigênio com “controle de precisão” em vez de dispositivos de alto fluxo. 

Embora mais comuns em unidades de terapia intensiva (UTI) do que em departamentos de emergência (DE), são especialmente úteis quando é crucial administrar quantidades tituláveis de oxigênio suplementar ou quando há preocupação com a administração excessiva de oxigênio, como em casos de doença pulmonar obstrutiva crônica. Essas máscaras podem proporcionar FiO2 na faixa de 24 a 50%.

Máscara não reinalante

Uma máscara não reinalante (MNR) é uma versão aprimorada da máscara facial simples, contendo uma bolsa-reservatório de 500 a 1.000 mL, permitindo que o paciente inspire oxigênio a 100%. Essas máscaras também incluem válvulas unidirecionais ao lado da máscara, abrindo-se durante a expiração e fechando-se durante a inspiração para limitar a entrada de ar ambiente. 

Para alcançar uma FiO2 elevada com baixas taxas de fluxo em uma MNR, é necessário garantir uma vedação adequada da máscara, funcionamento consistente das válvulas unidirecionais e garantir que todo o ar inspirado venha do reservatório. 

Na prática, a vedação da máscara e o funcionamento das válvulas são frequentemente inconsistentes, resultando na entrada de ar ambiente e limitando a eficácia, geralmente oferecendo uma FiO2 máxima de cerca de 70% com uma taxa de fluxo de 15 L por minuto. 

No entanto, ao usar uma taxa de fluxo muito elevada (taxa “flush” ≥ 40 L por minuto), é possível alcançar uma FiO2 quase 100%. 

Dispositivo bolsa-máscara-válvula

Oferece uma quantidade elevada de oxigênio a uma taxa máxima de fluxo, garantindo uma concentração significativamente alta de oxigênio. Recomenda-se utilizar o fluxo de oxigênio na taxa máxima (conhecida como “flush rate”, com a esfera metálica do fluxômetro no nível máximo). Além de proporcionar uma concentração elevada de oxigênio, pode ser empregado para administrar ventilações em situações de parada respiratória.

Resumo de dispositivos de oxigenoterapia

DispositivoFiO2FluxoConsiderações
Cânula NasalVaria: 35-40% a 100%2-4 L por minutoComum para déficit leve de oxigênio. CNAF oferece FiO2 quase 100% com taxas de 40-70 L por minuto.
Máscara Simples FacialVaria: 50% a > 90%4-10 L por minutoEficaz a altas taxas (≥ 40 L/min) para FiO2 > 90%. Preferência por MNR devido a limitações, como efeito Venturi.
Máscara VenturiMáxima: 50%12-15 L por minutoOferece FiO2 consistente; útil para administração controlada de oxigênio. Mais comum em UTIs e para DPOC.
Máscara Não ReinalanteAté 70% a 100%15 L por minuto ou “flush”Efetiva com vedação adequada e válvulas funcionando. Taxas muito altas alcançam FiO2 próxima de 100%.

De olho na prova!

Não pense que esse assunto fica fora das provas, seja da faculdade, concurso ou residência. Veja um exemplo logo abaixo:

PR – HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE – HPP – 2024

Diante de um quadro de DPOC exacerbado na emergência, qual seria o alvo de saturação de oxigênio e qual o dispositivo de escolha para atingir esse alvo?

A) Alvo superior a 94%, sendo indicado o uso do cateter nasal.

B) Alvo Superior a 94% sendo indicado uso de máscara não reinalante com reservatório.

C) Alvo entre 88% e 92%, sendo indicado uso de máscara e Venturi.

D) Alvo entre 88% e 92% sendo indicado uso de máscara não reinalante com reservatório.

Opção correta: Alternativa “C”

Comentário da questão:

O oxigênio suplementar é um componente crítico da terapia aguda da DPOC exacerbada. A administração de oxigênio suplementar deve atingir uma SpO2 de 88 a 92% ou uma tensão arterial de oxigênio (PaO2) de aproximadamente 60 a 70 mmHg, para minimizar o risco de agravamento da hipercapnia com excesso de oxigênio suplementar. 

Existem vários dispositivos disponíveis para fornecer oxigênio suplementar durante uma exacerbação da DPOC: 

As máscaras Venturi permitem um limite superior preciso para a FiO2, o que pode ser preferível para pacientes com risco de hipercapnia. As máscaras Venturi podem fornecer uma FiO2 de 24, 28, 31, 35, 40 ou 50%. 

A cânula nasal pode fornecer taxas de fluxo de até 6 L por minuto com uma FiO2 associada de aproximadamente 40%). São mais confortáveis e convenientes para o paciente, principalmente durante a alimentação oral. 

Quando é necessária uma FiO2 mais alta, máscaras faciais simples podem fornecer uma FiO2 de até 55% usando taxas de fluxo de 6 a 10 L por minuto. Entretanto, variações na ventilação minuto e arrastamento inconsistente de ar ambiente afetam a FiO2 quando máscaras faciais simples (ou cânulas nasais) são usadas. 

Máscaras sem reinalação com reservatório, válvulas unidirecionais e vedação facial hermética podem fornecer uma concentração inspirada de oxigênio de até 90%, mas geralmente não são necessárias neste cenário.

Curso Extensivo Residência Médica

Veja também!

Referências

Brown III, C. A., Sakles, J. C., Mick, N. W. (Organizadores). (2019). Manual de Walls para o Manejo da Via Aérea na Emergência (5ª ed.). Porto Alegre: Artmed.

STUDART NETO, A. et al. Medicina de emergência: abordagem prática. In: VELASCO, I. T. et al. (Editores). 16. ed., rev., atual. e ampl. Santana de Parnaíba [SP]: Manole, 2022.

Você pode gostar também
Anamnese
Leia mais

Anamnese: tudo sobre!

Quer descobrir tudo sobre a anamnese? O Estratégia MED separou para você as principais informações sobre o assunto.…