O Ministério da Saúde amplia a vacinação contra HPV para homens de até 45 anos com imunossupressão.
O Ministério da Saúde determinou, em junho de 2022, a ampliação da faixa etária do público passível de vacinação contra o Papilomavirus humano (HPV), incluindo homens de até 45 anos com imunossupressão. O comunicado normatiza a prática para todos os estados da Federação.
Isso significa que homens de até 45 anos transplantados, em tratamento oncológico ou que vivem com HIV podem se imunizar, seguindo a recomendação da Sociedade Brasileira de Imunizações acatada pelo Programa Nacional de Imunização e pelo Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis.
Navegue pelo conteúdo
HPV Entre Imunossuprimidos
A imunossupressão crônica representa um dos principais fatores de acometimento e persistência do HPV e, também, para a progressão de lesões pré-cancerosas e neoplasias.
Entre os homens, vivendo com HIV/Aids ou transplantados, o risco de desenvolver cânceres associados ao HPV é, aproximadamente, quatro vezes maior em relação aos sem a doença ou transplante.
Pessoas vivendo com HIV/Aids, transplantados de células tronco-hematopoiéticas e órgãos sólidos e indivíduos em tratamento para câncer (radio e/ou quimioterapia) estão ainda mais vulneráveis ao acometimento dessas doenças.
Vacina HPV Quadrivalente e Prevenção
O papilomavirus humano (HPV) é a infecção sexualmente transmissível (IST) mais frequente em todo o mundo e está associado ao desenvolvimento da grande maioria de neoplasias de colo de útero e outros tumores em homens e mulheres. O câncer de colo do útero é a segunda neoplasia maligna mais comum no mundo e, no Brasil, este é o quarto tipo de câncer com mais casos entre mulheres.
Por isso o MS, seguindo as recomendações das sociedades científicas, determinou a ampliação da faixa etária na cobertura vacinal de HPV, já que a vacinação é uma das formas mais efetivas para a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis causadas pelo papilomavirus humano.
A vacina HPV quadrivalente previne cânceres relacionados aos HPV 16 e 18; de colo do útero; vulva e vagina; câncer peniano e cânceres de orofaringe e anal em homens e mulheres, além das verrugas genitais nos dois sexos relacionadas ao HPV 6 e 11.
Até a publicação da nova norma ministerial, a vacina HPV quadrivalente contra os HPV 6,11,16,18 estava disponível para:
- meninas de 9 a 14 anos;
- meninos de 11 a 14 anos;
- mulheres imunossuprimidas de 9 a 45 anos; e
- homens imunossuprimidos de 9 a 26 anos.
Agora, homens imunossuprimidos de 27 a 45 anos também terão acesso ao imunizante, representando um acréscimo relevante da população.
Já o esquema de imunização tradicional de crianças e adolescentes permanece inalterado. Confira:
ESQUEMA VACINAL HPV |
Para Meninas • Administrar duas doses, com intervalo de 6 meses entre as doses, nas meninas de 9 a 14 anos 11 meses e 29 dias. |
Para Meninos • Administrar duas doses, com intervalo de 6 meses entre as doses, nos meninos de 11 a 14 anos 11 meses e 29 dias. |
Pessoas com Imunossupressão • Administrar 3 doses, com intervalo de 2 meses entre a 1ª e a 2ª dose e intervalo de 6 meses entre a 2ª e a 3ª. |
A vacina pode ser administrada simultaneamente com outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação do PNI, sem interferências na resposta de anticorpos a qualquer vacina. Esta vacina é contraindicada na gestação. |
Confira detalhes do esquema vacinal na aula aberta ministrada pelo professor de Ginecologia do Estratégia MED, Dr. Carlos Eduardo Martins, no nosso canal do Youtube, dia 15 de julho de 2022, às 18h. Ou acompanhe a transmissão diretamente aqui no Portal, clicando a seguir:
Prevalência do HPV
A mudança no esquema vacinal representa um importante passo para a prevenção de IST, considerando o grande número de casos de HPV a cada ano. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, anualmente, surjam pelo menos 700 mil novos casos no mundo e, no Brasil, devem existir pelo menos 9 milhões de pessoas com o vírus.
Em publicação da Lancet Oncology de 2012, dos 12,7 milhões de casos de câncer no mundo, cerca de 610 mil foram causados pelo HPV. Destes, 10% dos casos de mulheres com câncer estão associados ao vírus. Já os casos de câncer entre os homens, segundo dados do Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC), o HPV estaria associado a 5% e, ainda:
- 99% dos casos de câncer de colo de útero;
- 90% dos casos de câncer anal;
- 70% dos casos de câncer de boca; e
- 40% dos casos de câncer de pênis.
No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que no ano de 2020 surgiram 16.710 novos casos de câncer de colo do útero, resultando em 6.627 óbitos.
Leia o comunicado do Ministério da Saúde sobre o assunto clicando no botão abaixo:
Papilomavirus Humano (HPV)
O HPV possui mais de 100 tipos que podem infectar a pele e as mucosas de homens e mulheres. Destes tipos, pelo menos 40 estão relacionados às infecções genitais e anais. Sua principal forma de transmissão é pela via sexual, havendo ou não penetração. A maioria dos infectados é assintomática, mas podem desencadear IST como verrugas genitais, podendo evoluir para o câncer.
A prevalência do tema nas provas de Residência Médica e Revalida é importante e o Banco de Questões do Estratégia MED possui mais de 1500 questões só sobre este assunto. Conheça o maior banco de questões de Residência e Revalida clicando no banner: