ResuMED de climatério e terapia hormonal!

ResuMED de climatério e terapia hormonal!

Como vai, futuro Residente! Você sabia que o tema climatério é extremamente frequente nas provas de Residência Médica, esse tema está em cerca de 7% das questões? Por isso, é extremamente importante que você esteja inteirado do assunto para alcançar sua tão sonhada vaga!

Nós do Estratégia MED preparamos um resumo exclusivo com tudo o que você precisa saber sobre o tema, desde suas definições até seu diagnóstico e tratamento. Para saber mais, continue a leitura. Bons estudos!

Inscreva-se em nossa newsletter!

Receba notícias sobre residência médica, revalidação de diplomas e concursos médicos, além de materiais de estudo gratuitos e informações relevantes do mundo da Medicina.

Introdução

Por definição, climatério, ou transição menopausal ou menopáusica, corresponde a fase de transição entre o período reprodutivo e não reprodutivo da mulher, de forma fisiológica, em que ocorrem modificações endocrinológicas e clínicas que levam a mulher a períodos menstruais cíclicos e regulares até a ausência total da menstruação.

Esse período de irregularidade menstrual dura cerca de quatro a sete anos, geralmente nas mulheres entre os 46 e 52 anos de idade.  

Existem alguns termos importantes, segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), que você deve saber para as provas de Residência:

  • Menopausa: data da última menstruação da mulher por falência ovariana.
  • Insuficiência ovariana prematura: ausência de menstruação antes dos 40 anos, associada ao aumento dos níveis de FSH.
  • Climatério: transição entre o período reprodutivo e o período não reprodutivo.
  • Perimenopausa: intervalo entre o início dos sintomas de irregularidade menstrual até o final do primeiro ano após a menopausa propriamente dita. 

Modificações fisiológicas

Falamos muito sobre as alterações fisiológicas que ocorrem na mulher durante esse período, mas de fato quais são essas alterações? Bom, primeiro é importante entender que esse momento é composto por diferentes fases e em cada uma delas ocorrem diferentes manifestações clínicas, alterações menstruais e hormonais. 

Modificações hormonais e função ovariana

Como você sabe, a função reprodutiva da mulher depende do funcionamento adequado do eixo hipotálamo-hipófise-ovário. 

Ao nascer, a mulher tem cerca de 2 milhões de óvulos em seus ovários, mas com o passar dos anos vão diminuindo drasticamente. Durante a transição menopáusica, ocorre um desequilíbrio nessa produção hormonal ovariana e no funcionamento do eixo hipotálamo-hipófise, justamente por conta da diminuição significativa da quantidade de folículos ovarianos. 

Essa diminuição leva a redução da produção de inibina beta, que desativa o feedback negativo sobre a hipófise, causando o aumento do FSH. Com isso, há uma resposta folicular por ação da gonadotrofina, com aumento dos níveis estrogênicos e aceleração da redução dos folículos ovarianos. 

A reserva folicular fica tão baixa, que não é possível produzir estradiol suficiente para ocorrero pico de LH, e consequentemente ocorra a ovulação, causando anovulação. 

Modificações endometriais

As modificações no endométrio estão diretamente relacionadas às alterações hormonais, especialmente aos níveis de estrogênio circulante. 

Inicialmente, o aumento de FSH e estrógeno levam a efeitos proliferativos, com encurtamento da duração dos ciclos e sangramento uterino aumentado. Porém, ao longo do tempo, os ciclos adquirem intervalos cada vez maiores, ou seja, anovulatórios, até chegar a amenorreia (ausência de menstruação).

Com a menopausa propriamente dita, o endométrio se torna atrófico, devido à ausência de ação estrogênica. 

Modificações vasomotoras

A maioria das mulheres apresenta sintomas vasomotores, afetando sua qualidade de vida. Entre eles, os mais aparentes são fogachos, suores noturnos e ondas de calor, que iniciam em média 2 anos antes da menopausa. 

O fogacho dura cerca de 1 a 5 minutos e é mais frequente durante a noite, predominantemente nas regiões de tronco, tórax, face e membros. O aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca com palpitações, ansiedade, irritabilidade e pânico também podem estar associados. 

Modificações cardiovasculares

O período pós menopausa e redução dos níveis de estrógeno propiciam o risco de doenças vasculares na mulher, devido ao estrogênio ser importante no metabolismo lipídico e na cascata de coagulação, 

Se os níveis de colesterol LDL e triglicérides aumentam e o HDL diminui, contribui para um perfil aterogênico, além do aumento de fibrinogênio natural com o envelhecimento, que leva a um estado de hipercoagulabilidade. 

Como dito anteriormente, pode ocorrer aumento da pressão arterial, também pelo hipoestrogenismo. 

Modificações urogenitais e sexuais

O hipoestrogenismo leva à atrofia geniturinária, que causa  sintomas como disúria, urgência miccional e ITU recorrente, além da perda vaginal de água, colágeno e tecido adiposo, dando aspecto de rugosidade. Além disso, ocorre o aumento do pH vaginal, contribuindo para o desenvolvimento de infecções. 

Diagnóstico

O diagnóstico de menopausa tem como objetivo promover melhor bem-estar e saúde às pacientes, evitando possíveis riscos para outros problemas de saúde.

Essencialmente, é um diagnóstico clínico, com uma boa anamnese e exame físico, mas devem ser solicitados exames complementares para excluir diagnósticos diferenciais e confirmar a menopausa. A dosagem de FSH pode ser necessária em alguns casos. 

Além disso, exames como dosagem de TSH e T4, perfil lipídico, perfil glicêmico, exames de metabolismo ósseo e de rastreamento como mamografia, colposcopia e colpocitologia são importantes para rastrear possíveis comorbidades relacionadas à menopausa.

Terapia hormonal 

É indicada para os sintomas vasomotores que interfiram na qualidade de vida da paciente e para a atrofia vulvovaginal, além de prevenir e tratar osteoporose em casos específicos. Recomenda-se ser feita no que chamamos de janela de oportunidade, correspondente até os 60 anos e antes dos 10 anos de menopausa. 

Há uma grande discussão entre seus riscos e benefícios. Seus benefícios incluem a prevenção de massa óssea e da atrofia vulvovaginal, tratar os sintomas geniturinários e melhorar o risco cardiovascular. Porém, entre seus riscos estão a incidência de câncer de mama,  trombose e doenças biliares. 

É contraindicada nos seguintes casos:

  • Doença hepática descompensada;
  • CÂncer de mama atual ou prévio;
  • Lesão precursora de cÂncer de mama;
  • Câncer de endométrio;
  • Sangramento vaginal de causa desconhecida;
  • Porfiria;
  • Doença cerebrovascular;
  • Doença coronariana;
  • Doença trombótica ou tromboembólica venosa atual ou prévia;
  • Lúpus eritematoso sistêmico; e
  • Meningioma.

Regimes terapêuticos

Não há um tempo máximo para uso da terapia hormonal, ela pode ser dividida entre estrogênica isolada, recomendado para mulheres histerectomizadas,  ou estroprogestativa, recomendada para mulheres com útero. 

A terapia com estrogênios pode ser via oral, intradérmica ou tópica, sendo a intradérmica de menor risco a efeitos secundários, e a tópica utilizada para a atrofia urogenital. Já os progestagênios atuam na atrofia endometrial, reduzindo o risco de hiperplasia endometrial. 

Outro método utilizado é a tibolona, um esteróide sintético com efeito no alívio dos sintomas vasomotores, atrofia vaginal e perda de massa óssea, além de ter efeito positivo na sexualidade, bem-estar e humor da paciente. 

Terapia não hormonal

Por contraindicações, algumas pacientes podem fazer o uso de medicações não hormonais para tratar os sintomas do climatério. Entre os medicamentos usados podem ser antidepressivos inibidores seletivos, anti-hipertensivos e anticonvulsivantes. 

Gostou do conteúdo? Não se esqueça de fazer parte do time Estratégia MED acessando a nossa plataforma! Lá você encontra tudo o que precisa sobre diversos temas para as provas de Residência Médica, com acesso à videoaulas, resumos, materiais, simulados, bancos de questões e muito mais exclusivamente para você, futuro Residente! Não deixe de conferir!

Não se esqueça de compartilhar com um amigo futuro residente também. Afinal, quem estuda junto, passa junto! 

Curso Extensivo Residência Médica

Veja também:

Você pode gostar também