Quer conhecer mais sobre a Influenza, doença muito comum da prática clínica, principalmente no cenário atual; e que pode cair na sua prova de residência? Leia esse artigo que o Estratégia MED preparou especialmente para você!
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Aspectos Gerais
A influenza é a “famosa gripe” que ocorre em surtos anuais de gravidade variável. No ano de 2009, a H1N1, foi responsável por uma pandemia e nos dias atuais os estudos estão se voltando para para tal doença devido a algumas repercussões maiores e sintomas que se confluem com a COVID-19. É um vírus que devido a sua alta variabilidade genética causam epidemia anuais recorrentes atingindo todas as faixas etárias e com potencial de causar complicações em idosos, crianças e gestantes.
O vírus influenza é da família orthomyxoviridae e possui 3 sorotipos: Influenza A, B e C. O influenza do tipo A é o maior responsável pelas epidemias. É um vírus RNA. Duas proteínas de superfície são de grande importância para entendermos tanto a fisiopatogenia quanto o mecanismo de ação dos fármacos. São elas:
- H – hemaglutinina: vírus adentre a célula hospedeira do epitélio respiratório.
- N – neuraminidase: sítio de ação de alguns fármacos.
Manifestações Clínicas da Influenza
A sintomatologia clínica típica do influenza tem início súbito e se apresenta, basicamente, por meio de dois fatores:
- Sistêmicos – febre, mialgia, prostração;
- Respiratórios – tosse não produtiva, dor de garganta, coriza e disfonia.
Normalmente é cobrado em provas a diferenciação tanto da influenza (gripe) de infecção de vias aéreas superiores (IVAS) quanto da influenza em relação a pneumonia bacteriana.
Diferenciação da influenza da IVAS – normalmente a IVAS possuem apenas sintomas respiratórios.
Diferenciação da influenza da pneumonia bacteriana – ambas provocam sintomas sistêmicos, entretanto a pneumonia bacteriana resulta em tosse produtiva e dor torácica ventilatório-dependente enquanto a influenza ocasiona tosse não produtiva, dor de garganta, disfonia e/ou coriza.
Sinais de agravamento da influenza
- Dispneia, taquipneia ou hipoxemia;
- Persistência ou aumento da febre por mais de 3 dias ou retorno após 48 horas de período afebril;
- Alteração do sensório (confusão mental, sonolência, letargia);
- Hipotensão arterial (sistólica abaixo de 90 mmHg e/ou diastólica abaixo de 60 mmHg);
- Diurese abaixo de 400 mL em 24 horas;
- Exacerbação dos sintomas gastrointestinais em crianças
- Desidratação;
- Exacerbação de doença pré-existente;
- Miosite comprovada por aumento de CPK;
- Elevação da creatinina sérica acima de 2,0 mg/dL.
Distinção entre a Síndrome Gripal e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)
Síndrome Gripal – Febre de início súbito + tosse ou dor de garganta + cefaleia, mialgia ou artralgia;
SRAG – Síndrome Gripal + SpO2 < 95% OU desconforto respiratório ou aumento da FR OU piora nas condições clínicas de doença de base OU hipotensão arterial
Amantadina e Rimantadina
Você pode estar se perguntando o que tais fármacos estão fazendo nesse resumo tendo em vista que são usados, por exemplo, para o tratamento do Parkinson. No entanto, foi visto sua excelente ação “virustática”, excepcionalmente para o vírus do tipo A, ou seja, possui ação antiviral além da antiparkinsoniana.
Efeitos adversos possuem sinais e sintomas brandos: náusea, vômitos, hiporexia, insônia, tontura e nervosismo. Contraindicações: gestantes e lactantes.
Nesse caso, podem ser usados tanto para o tratamento quanto para a profilaxia sazonal de doenças respiratórias por vírus influenza A, porém não são drogas de 1ª linha.
Oseltamivir (tamiflu) e Zanamivir
São as drogas de escolha para Influenza por meio da ação inibitória da neuraminidase, ou seja, impedindo que o vírus saia da célula hospedeira para a contaminação de outras células, diminuindo a liberação viral e sua disseminação. Possuem cobertura tanto contra os vírus Influenza do tipo A quanto do tipo B.
Possuem apresentação oral e inalatória.
Efeitos adversos do oseltamivir mais comuns são desconforto abdominal e náusea.
Contraindicações do oseltamivir: Gestante (categoria B) e < 1 ano.
Contraindicações do zanamivir: Gestante (categoria C) e < 5 anos.
Atenção! São citadas as contra indicações particulares de cada um devido aos seus mecanismos, por isso deve ser algo relevante de ser lembrado para a prova e para a prática clínica.
Uso do antibiótico
É indicado, além do antiviral? Precisamos lembrar que antibióticos não têm ação contra vírus. Em contrapartida, diante das diferenciações que fizemos acima entre acometimento viral e bacteriano como a pneumonia, os olhos precisam estar atentos para a evolução e apresentação da doença do paciente. Se houver, por exemplo, acometimento pulmonar extenso e/ou insuficiência respiratória bem como a persistência ou piora do quadro infeccioso após 3 a 5 dias, pode gerar a necessidade de associar o antibiótico.
Observações gerais em relação ao uso de antirretrovirais
- Seu uso é essencialmente indicado por meio de fatores ou condições de risco para algumas complicações;
- A necessidade de uma internação hospitalar ou não são baseadas em sinais de agravamento, onde alguns critérios clínicos indicam deterioração clínica em pacientes com influenza, como desidratação, alteração do sensório, dispneia e muitos outros que precisam ser cuidadosamente estudados;
- A terapia não diminui a resposta imune à vacina.
Imunização
É um tema que vez ou outra cai em prova, portanto faz-se necessário saber que ela é composta de vírus inativados, o que garante segurança para uso mesmo em imunossuprimidos e gestantes.
É uma vacina atualizada TODOS os anos devido à variação antigênica. É indicada anualmente para crianças com idade de 6 meses a menores de 6 anos, indivíduos com 55 anos ou mais, profissionais de saúde, professores, bem como membros de forças de segurança e de salvamento, população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional, povos indígenas, portadores de doenças crônicas e/ou imunossupressão, gestantes e puérperas.
Quimioprofilaxia
Consiste no uso de antiviral com o objetivo de reduzir o risco de infecção por influenza após exposição de risco. Tal terapia pode reduzir o risco de infecção do vírus em 70% a 90%, desde que iniciada em até 48 horas após a exposição. Os medicamentos são os mesmos indicados no tratamento com algumas mudanças na posologia. Oseltamivir, nesse caso, deve ser administrado 1x ao dia, durante 10 dias.
Atualização sobre a Influenza durante a pandemia do COVID-19
Como as duas doenças são ocasionadas por um vírus, muitas das manifestações clínicas estão entrando em conflito com a COVID-19, promovendo uma maior preocupação da população e uma superlotação dos serviços de saúde.
Diversos estudos estão agindo em decorrência dessa proximidade de sintomatologia e ao surgimento de uma nova variante, H3N2, durante a pandemia do COVID-19. Para que a clínica seja diferenciada, a BVS e a UNA-SUS disponibilizam alguns sintomas clássicos e motivos de ida ao hospital. É um tema atual que pode estar, e certamente estará, em suas provas.
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