ResuMED de HIV: o que é, transmissão e mais

ResuMED de HIV: o que é, transmissão e mais

Fala, futuro Residente! Quer saber tudo sobre HIV e suas doenças oportunistas? Nós do Estratégia MED preparamos um resumo exclusivo para você arrasar nas provas de Residência Médica.

O nosso compromisso hoje é tornar este tema bem mais compreensível para que você coruja, gabarite a prova!

O que é o HIV?

HIV é o vírus causador da Síndrome da Imunodeficiência Humana (SIDA). Em seu mecanismo de ação, eles infectam as células do sistema de defesa (linfócitos TCD4+), ou seja, afetam diretamente a capacidade do corpo em combater outras doenças, permitindo uma vulnerabilidade do nosso corpo em adquirir outras infecções (imunodeficiência). 

Dessa forma, existem 2 tipos de vírus:

Tipo 1 é o tipo mais comum do vírus, por ser mais facilmente transmitido e desenvolve-se de uma maneira mais rápida que o VIH2. E o tipo 2 que tem prevalência nos países do Oeste da África com um desenvolvimento mais lento.

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Formas de transmissão do HIV

  • Sexual: por meio de relações sexuais (vaginal, oral ou anal)
    desprotegidas (sem camisinha) com pessoas soropositivas, primordialmente aquelas com sinais de ativação da doença como o CD4+ elevado;
  • Sanguínea: pelo compartilhamento de objetos perfuro cortantes contaminados, como agulhas, alicates e etc;
  • Vertical: de mãe para filho durante a gestação, durante o parto ou durante a amamentação.

Epidemiologia do HIV

De acordo como boletim epidemiológico do fim do ano de 2019, o que vem se destacando é o aumento do número de homens, principalmente entre 15 e 24 anos, que estão se infectando pelo HIV.

Características gerais do vírus HIV

Diante da morfologia complexa desse vírus, as 5 principais estruturas se baseiam na glicoproteína transmembrana (gp41), proteína da célula hospedeira, espículas do envelope (gp120), proteína ribonucleica (p24) e o RNA.

Em resumo, após o 6º dia, em média, após a entrada do vírus na célula, é o momento que esse se encontra completamente montado a fim de infectar novas células, gerando os primeiros sintomas da infecção. 

Nos dias atuais, com o teste rápido necessitando apenas de uma gota de saliva, o resultado do exame, com uma alta sensibilidade, sai em 10 minutos.

O melhor mecanismo para monitorar a resposta ao tratamento antirretroviral é o monitoramento da TARV, ou seja, da carga viral. Deve ser feito a partir do momento que o indivíduo for diagnosticado. De acordo com a OMS, a carga viral indetectável é toda carga viral < 1000 cópias/ml (baixo risco de transmissão e progressão da doença quando o paciente alcança estes níveis).

HIV e as principais doenças oportunistas 

  1. Pneumocistose – Possui uma evolução subaguda, ou seja, acima de 3 semanas atrelado a uma febre baixa, dispneia progressiva aos esforços; tosse seca podendo gerar desconforto torácico cada vez pior. Em exame físico apresenta taquicardia, taquidispneia e cianose de extremidades. No exame de imagem é representado em padrão de vidro fosco. Tratamento: Sulfametoxazol + trimetoprim 21 dias. Alternativa: clindamicina + primaquina. Corticoide quando houver insuficiência respiratória aguda.

Diagnóstico diferencial com tuberculosa (TB).

  1. NeurotoxoplasmoseToxoplasma gondii. IgG positivo > 75% na população em geral. Clinicamente o paciente apresenta sinais e sintomas como meningite e hipertensão intracraniana, como cefaleia, náuseas e vômitos; rigidez nucal e confusão mental. Reage com uma imunodepressão grave. Diagnóstico diferencial com linfoma. O tratamento é baseado em 3 fases, sendo elas a indução, a consolidação e a manutenção. O uso do fluconazol é transverso à todas as fases.
  2. Candidíase oral e esofágica por citomegalovírus (CMV) – atenção, pois costumam ser as mais cobradas em provas. Presença de placas esbranquiçadas na cavidade oral que conseguem ser removidas com uma espátula, informação importante pois o fato de conseguir remover faz diagnóstico diferencial com leucoplasia pilosa oral, onde remove com a espátula. É um marcador precoce de imunossupressão. O tratamento é feito com fluconazol.

Profilaxia pós-exposição (PEP)

É um tipo de profilaxia importantíssima para termos ciência, principalmente para o uso pessoal na prática médica, pois é feita após uma situação de risco de transmissão do HIV. Para saber tal indicação, faz-se necessário a afirmação de 5 respostas para seguintes perguntas:

1. O tipo de exposição foi percutânea, através de membranas mucosas e cutâneas com pele não íntegra?

2. O material biológico envolvido foi sangue, sêmen, secreções vaginais, líquidos de serosas, líquido amniótico, líquor, líquido articular e leite materno?

3. Paciente fonte tem sorologia positiva ou desconhecida para o HIV?

4. Paciente exposto tem sorologia não reagente para HIV?

5. O acidente foi a menos de 72h?

O esquema recomendado para a PEP é o mesmo esquema que o Ministério da Saúde recomenda para tratamento inicial de pacientes infectados pelo HIV – TENOFOVIR (TDF) + LAMIVUDINA (3TC) + DOLUTEGRAVIR (DTG). A duração da PEP é de 28 dias.

Profilaxia pré-exposição (PREP)

Se consiste no uso profilático de tenofovir com entricitabina (droga que é muito parecida com a lamivudina) no intuito de reduzir o risco de infecção pelo HIV. As indicações são as seguintes:

Homens que fazem sexo com homens (HSH), pessoas trans e profissionais do sexo, se tiverem qualquer uma das indicações abaixo:

  1. Relação sexual desprotegida.
  2. Episódios recorrentes de IST’s.
  3. Uso frequente da PEP.

Parcerias sorodiscordantes, se:

  1. Relação sexual desprotegida.

Profilaxia de transmissão vertical

Assunto de extrema relevância para a prova! Primeiramente, é necessário se recordar do manejo do recém-nascido exposto e da gestante. O manejo da gestante para prevenir a transmissão vertical, depende do valor da carga viral (CV) na 34ª semana de gestação (no terceiro trimestre).

No caso do manejo do recém-nascido (RN), a primeira coisa a fazer é classificar o RN em alto ou baixo risco, porque a depender dessa classificação, a profilaxia vai mudar. Isso baseia-se em uma classificação atualizada.

Nos casos do alto risco, devemos iniciar o uso de ZIDOVUDINA (AZT) + LAMIVUDINA (3TC) + RALTEGRAVIR (RAL), esquema assumido com essas drogas em solução oral, devem ser mantidos por 28 dias. Nos casos de baixo risco devemos indicar somente o uso do AZT solução oral também por 28 dias.

IMPORTANTE! Amamentação é uma via de transmissão. 

Para você que tem interesse de saber mais sobre o assunto, o Ministério de Saúde dispõe de diretrizes atualizadas sobre tal assunto.

Aplicando os conhecimentos

Querido estudante, agora é a vez de avaliar seu conhecimento sobre o assunto.

Mulher de 26 anos comparece em unidade de saúde de Santo André (São Paulo) sem agendamento, por estar preocupada, pois no dia anterior realizou atividade sexual com um homem, sem fazer uso de preservativo do tipo barreira (ela faz uso de pílula anticoncepcional). A relação ocorreu há 48 horas, e ela não sabe informar a sorologia do parceiro, foi um encontro único e não mantiveram contato. Ela não tem queixas clínicas nem alterações ao exame físico. Em relação à conduta de profilaxia de pós-exposição ao HIV, a opção correta é:

A

Realizar o teste rápido para HIV, e em caso negativo, encaminhar para serviço dereferência para a profilaxia de pós-exposição.

B

Realizar o teste rápido para HIV, e em caso de resultado positivo, encaminhar paraserviço de referência para a profilaxia de pós-exposição.

C

Iniciar a profilaxia de pós-exposição ao HIV em serviço de referência, sem precisaraguardar o resultado do teste rápido para HIV.

D

Iniciar a profilaxia de pós-exposição ao HIV em serviço de referência, somente se alémdo teste rápido da paciente, for obtido o do parceiro

Gabarito, letra A. Alguns estudantes podem confundir com a letra B mas é claro que se a paciente positivar, o protocolo a ser seguido para uma pessoa infectada não seja o PEP. O tempo após a exposição precisa ser de até 72 horas para que a terapia seja eficaz.

Chegamos ao fim, futuro Residente. Gostou desse conteúdo e quer se aprofundar mais no assunto? O Portal EMED tem muito mais informações esperando por você. Certamente, com o nosso Banco de Questões MED e o Curso Extensivo MED você terá o diferencial necessário para atingir sua aprovação na desejada vaga de Residência Médica ou Revalida. Vamos vencer juntos mais esse grande desafio. Vem ser Coruja!

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