ResuMED de Síndrome do olho vermelho: causas, exames, tratamento e mais!

ResuMED de Síndrome do olho vermelho: causas, exames, tratamento e mais!

Futuros Residentes, a Síndrome do olho vermelho é uma queixa comum na prática ambulatorial e há várias outras patologias que podemos pensar além da conjuntivite. Com este material vocês terão uma noção de como será a abordagem inicial e quais são os sinais de alarme para um possível encaminhamento ao especialista. Vem com a gente!

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Características gerais da Síndrome do Olho Vermelho

A vermelhidão nos olhos é uma emergência oftalmológica comum, principalmente por se tratar de uma área altamente sensível. É uma síndrome que pode causar coceira, sensibilidade à luz, lacrimejamento, irritação, queimação, visão embaçada e dor.

Mesmo com os poucos dados epidemiológicos sobre o olho vermelho, a conjuntivite (alérgica ou viral) é, provavelmente, a causa mais comum desse acometimento na comunidade. Entretanto, podem ocorrer diversas outras condições mais graves.

Avaliação inicial da Síndrome do olho vermelho

  1. Apresenta vermelhidão em ambos os olhos ou apenas um?
  2. Existe sensação de corpo estranho?
  3. Há dificuldade em manter o olho aberto?
  4. Houve trauma?
  5. Existe fotofobia?
  6. A visão foi afetada?
  7. Existe secreção?
  8. Usa lentes de contato?
  9. Como o paciente está em geral?

Exame Físico

O Exame geral é sempre a primeira e mais importante avaliação do profissional. Nesse caso, deve incluir cabeça e pescoço em busca de sinais de perturbações associadas, como infecção do trato respiratório superior, rinite alérgica, exantema zoster, dentre outros.

Para a realização de um exame oftalmológico mais apropriado deve envolver uma medida formal de acuidade visual e geralmente requer uma lanterna, coloração com fluoresceína e lâmpada de fenda.

Nesse momento faz-se importante colher o histórico, que é baseado nos antecedentes oftalmológicos, na saúde em geral e no uso de medicamentos e colírios.

Causas e etiologias

Uma patologia razoavelmente frequente e que gera bastante aflição por deixar toda a região do olho avermelhada é a hiposfagma ou hemorragia conjuntival. Isto é, um pequeno vaso que rompeu e gerou uma hemorragia local. Por ser no olho gera grande receio, mas a conjuntiva mesmo absorve com duas semanas, em média. Um outro acometimento é a episclerite, ou seja, uma inflamação na episclera e é mais comum em mulheres. A queixa é baseada em um desconforto, mas com visão preservada tendo como tratamento um anti-inflamatório não esteroidal (AINE) ou corticóide tópico por 7 a 14 dias.

Um outro problema de caráter mais grave é a eslerite, pois o paciente irá alegar que acordou por conta da dor. Nesse caso, fica o alerta do primeiro sintoma digno de URGÊNCIA, dor

Uveíte – uma das causas de PANUVEÍTE no Brasil é a toxoplasmose. É um acometimento do olho como um todo. E aqui fica nossa atenção para mais um sinal de URGÊNCIA, baixa de visão.

Blefarite – o sinal clínico é como umas “caspas” na pálpebra, causando inflamação. Possui duas causas e o tratamento é baseado na higienização da pálpebra e compressa morna. Pode levar ao hordéolo que é o “teçol”, onde é uma glândula que inflamou. Tratamento é compressa morna e algum corticóide e antibiótico tópico por até 7 dias. 

Ceratite herpética – é um diagnóstico direcionado ao especialista pois para identificar faz-se necessário um colírio específico. Acometimento unilateral.

Ceratite infecciosa – infecção notória inclusive à olho nu é muito comum em uso irregular de lentes de contato.

Agora iremos citar a patologia que mais leva a sintomatologia do olho vermelho, a conjuntivite, tendo seus principais sinais:

  • Hiperemia;
  • Edema palpebral e da conjuntiva;
  • Hemorragia conjuntival;
  • Lacrimejamento;
  • Secreção

E os principais sintomas que chamam atenção:

  • Prurido;
  • Ardência;
  • Sensação de corpo estranho;
  • Fotofobia;
  • Visão borrada.

Primordialmente, conjuntivite baseia-se na inflamação da conjuntiva, podendo ocorrer em qualquer grupo etário, sem predileção por sexo. Se baseia em três causas principais, são elas: bacteriana, viral (mais comum) e alérgica.

O contágio da viral naturalmente é o contato direto, normalmente com as mãos. Ação que pode levar ao contágio do outro olho ou o olho de outra pessoa. Existe uma complicação importante chamada pseudomembrana, pode estar presente tanto na conjuntiva superior quanto na conjuntiva inferior e seu tratamento precisa ser a retirada. O surgimento dessa membrana é a causa mais relevante para a prescrição do corticoide. Ademais, os cuidados são os básicos de higiene local, compressas frias e colírio lubrificante se houver desconforto. 

Atenção! O colírio de corticóide usado por tempo prolongado pode desenvolver catarata ou glaucoma, portanto faz-se necessário um cuidado em sua prescrição.

A conjuntivite bacteriana tem a presença de pus em sua apresentação. Ficar atento a não resposta da antibioticoterapia em pacientes sexualmente ativos, pois pode se tratar de uma IST.

Já a conjuntivite mais comum em crianças e pré-adolescentes, que apresenta piora na primavera, são aquelas de caráter alérgico pois são característicos em pacientes atópicos, isto é, com rinite alérgica, dermatite de contato, bronquite, dentre outros. O sintoma de destaque é a quemose, ou seja, o edema da conjuntiva. Além disso, o prurido estar bem presente. Nesse caso, a parte principal do tratamento é fazer o controle dos alérgenos bem como antialérgicos e corticoide fraco. 

Sinais de alerta

Os achados a seguir requerem um cuidado especial:

  • Dor súbita e grave e vômito
  • Exantema zóster
  • Diminuição da acuidade visual
  • Úlcera de córnea
  • Ramificação, lesão da córnea dendrítica
  • Pressão ocular > 40 mmHg
  • Ineficácia do colírio de fenilefrina

Exames

Normalmente são dispensáveis. Culturas virais podem ajudar se houver suspeita de herpes simples ou herpes-zóster quando o diagnóstico não estiver clinicamente esclarecido. Gonioscopia é realizada em pacientes com glaucoma. Testes para as doenças autoimunes podem ser úteis em pacientes com uveíte e sem nenhuma causa óbvia, como trauma.

Tratamento do Síndrome do olho vermelho

Diante dos exemplos dados podemos concluir que o tratamento se baseia na causa, porém o olho vermelho em si não requer tratamento. Vasoconstritores tópicos não são recomendados.

Pontos-chave do conteúdo

  • Os casos, em maioria, trata-se de uma conjuntivite.
  • Dor e fotofobia verdadeira sugerem outros diagnósticos mais graves.
  • Em pacientes com dor, o exame com a lâmpada de fenda com fluoresceína e tonometria são fundamentais.
  • A persistência de dor, apesar de um anestésico ocular de um paciente com um exame de fluoresceína normal, sugere uveíte anterior, esclerite ou glaucoma agudo de ângulo fechado.

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