Após a divulgação do Censo Demográfico 2022/2023, a Associação Médica Brasileira publicou, no dia 12 de setembro de 2023, a versão atualizada da Demografia Médica 2023, divulgada inicialmente em fevereiro. A atualização ocorre após o resultado do Censo mostrar que a população brasileira atual é de 203 milhões de pessoas, ou seja, 10 milhões a menos do que as estimativas de 2021 do IBGE, as quais foram utilizadas para realizar a versão mais recente da Demografia Médica.
A Demografia Médica subsidia o planejamento de políticas públicas de assistência à saúde, de desenvolvimento profissional e de formação médica. Com a atualização, o relatório revela que o país possui 2,69 médicos por mil habitantes, número superior ao divulgado anteriormente, de 2,56 médicos por mil habitantes. Confira abaixo as demais atualizações.
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Aumento na projeção de médicos para o futuro
Segundo atualização da Demografia Médica Brasileira (DMB) 2023, divulgada em 12 de setembro de 2023, o Brasil possui 545.767 médicos, de acordo com dados do Conselho Federal de Medicina (CFM). Esse número equivale à taxa de 2,69 médicos para cada grupo de 1.000 habitantes, próxima a taxa encontrada nos Estados Unidos (2,6) e Canadá (2,7) e superior à taxa do Japão (2,5) e Coreia do Sul (2,5).
Além disso, a atualização da DMB projeta, para 2035, mais de 1,3 milhão de médicos no país. Anteriomente, o número chegava a pouco mais de 1 milhão de médicos. Ou seja, até 2035, as previsões da Demografia Médica no Brasil apontam, no mínimo, densidade superior a 4,81 médicos por 1.000 habitantes, taxa que era de 4,4 antes da divulgação da versão mais recente do Censo Demográfico.
Distribuição médica no território brasileiro
O Distrito Federal – que possuia 5,53 médicos por mil habitantes – segue como UF com maior densidade de médicos, agora com 6,13 médicos por mil habitantes. Por outro lado, o Maranhão ocupa o posto, anteriormente do Pará, de estado brasileiro com menor concentração de médicos por mil habitantes, com taxa de 1,17.
Confira a distribuição médica atualizada no território brasileiro, organizado do estado com a menor razão de registros médicos por 1.000 habitantes para a maior:
Estado | Habitantes | % em relação ao total de habitantes do país | Registros médicos | % em relação ao total de médicos do país | Razão médico por mil habitantes |
---|---|---|---|---|---|
Maranhão | 6.775.152 | 3,34 | 7.960 | 1,33 | 1,17 |
Pará | 8.116.132 | 4,00 | 10.798 | 1,81 | 1,33 |
Amapá | 733.508 | 0,36 | 1064 | 0,18 | 1,45 |
Amazonas | 3.941.175 | 1,94 | 6058 | 1,02 | 1,54 |
Acre | 830.026 | 0,41 | 1.445 | 0,24 | 1,74 |
Roraima | 636.303 | 0,31 | 1.141 | 0,19 | 1,79 |
Bahia | 14.136.417 | 6,96 | 27.836 | 4,66 | 1,97 |
Ceará | 8.791.688 | 4,33 | 18.836 | 3,16 | 2,14 |
Alagoas | 3.127.511 | 1,54 | 6.693 | 1,12 | 2,14 |
Mato Grosso | 3.658.813 | 1,80 | 8.167 | 1,37 | 2,23 |
Rio Grande do Norte | 3.302.406 | 1,63 | 7.624 | 1,28 | 2,31 |
Pernambuco | 9.058.155 | 4,46 | 20.904 | 3,50 | 2,31 |
Piauí | 3.269.200 | 1,61 | 7.662 | 1,28 | 2,34 |
Sergipe | 2.209.558 | 1,09 | 5.388 | 0,90 | 2,44 |
Tocantins | 1.511.459 | 0,74 | 3.869 | 0,65 | 2,56 |
Rondônia | 1.581.016 | 0,78 | 4.227 | 0,71 | 2,67 |
Goiás | 7.055.228 | 3,47 | 19.843 | 3,32 | 2,81 |
Paraíba | 3.974.495 | 1,96 | 11.504 | 1,93 | 2,89 |
Mato Grosso do Sul | 2.756.700 | 1,36 | 8.066 | 1,35 | 2,93 |
Santa Catarina | 7.609.601 | 3,75 | 22.882 | 3,83 | 3,01 |
Paraná | 11.443.208 | 5,64 | 35.150 | 5,89 | 3,07 |
Rio Grande do Sul | 10.880.506 | 5,36 | 35.377 | 5,93 | 3,25 |
Minas Gerais | 20.538.718 | 10,11 | 67.729 | 11,35 | 3,30 |
Espírito Santo | 3.833.486 | 1,89 | 13.285 | 2,23 | 3,47 |
São Paulo | 44.420.459 | 21,88 | 158.719 | 26,60 | 3,57 |
Rio de Janeiro | 16.054.524 | 7,91 | 67.293 | 11,28 | 4,19 |
Distrito Federal | 2.817.068 | 1,39 | 17.276 | 2,89 | 6,13 |
Mesmo com a atualização do estudo, a desigualdade na distribuição dos profissionais permace inalterada e pode ser vista ao comparar as porcentagens referentes à quantidade de habitantes do estado e à quantidade de registros médicos ativos.
Embora o Maranhão abrigue 3,34% do total da população brasileira, apenas 1,17% do total de médicos em atuação estão presentes no estado. Por outro lado, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal abarcam 31,16% da população total do país, enquanto dispõem de 40,76% do total de médicos disponíveis.
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