Foi publicado hoje (08) o novo levantamento de informações sobre a formação e atuação profissional de médicos no país: a Demografia Médica 2024, 7ª edição do estudo. A pesquisa é realizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e leva em consideração o último ano base, 2023, dispondo de dados até janeiro de 2024. Os dados obtidos através da Demografia Médica subsidiam o planejamento de políticas públicas de assistência à saúde, de desenvolvimento profissional e de formação médica. Confira mais abaixo.
Com a nova edição do estudo, o Brasil oficialmente atinge a marca de 575.930 médicos ativos, ou seja, uma proporção de 2,81 profissionais por mil habitantes. A taxa é a maior já registrada no país, sendo que, desde o início da década de 1990, quando o país contava com 131.278 médicos, a quantidade mais que quadruplicou. Já em comparação com o aumento da população, o número de médicos aumentou oito vezes mais: os médicos alcançaram crescimento médio de 5% ao ano entre 1990 e 2023, contra 1% ao ano para a população em geral.
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Distribuição pelo território brasileiro
Seguindo o cenário dos últimos anos, embora haja o aumento do número de profissionais, estes não estão bem distribuídos pelo país. Enquanto o Sudeste alcança uma proporção de médicos até superior à média nacional, com 3,76 médicos por mil habitantes, o Norte detém apenas 1,73 médicos por mil habitantes, a menor proporção do país.
REGIÃO | % DE MÉDICOS NO TERRITÓRIO | % DA POPULAÇÃO NO TERRITÓRIO |
---|---|---|
Sudeste | 51% | 41% |
Nordeste | 19,3% | 26,8% |
Sul | 15,8% | 14,8% |
Centro-Oeste | 9% | 8,1% |
Norte | 4,9% | 9,3% |
Mais mulheres na medicina
A edição anterior da Demografia Médica Brasileira — lançada em fevereiro de 2023 e com base em dados de 2022 — projetava que as mulheres seriam a maioria entre os médicos no Brasil já em 2024. Entretanto, até janeiro de 2024, a igualdade na quantidade geral de registros médicos entre os sexos ainda não havia sido alcançada, embora esteja cada vez mais próxima.
Na primeira edição do estudo, com dados de 2009, as mulheres representavam 40,5% do contingente de médicos no Brasil. Já em 2022, o registro de mulheres aumentou, fazendo com que as médicas representassem 48,6% dos profissionais. Com a nova edição do levantamento, até janeiro de 2024, as mulheres representavam 49,92% do total. A Demografia Médica 2024 segue estimando que, ainda neste ano, o número de médicas ultrapassará o de médicos.
Vale ressaltar que, entre os médicos com 39 anos ou menos, as mulheres já representam a maioria: 58% do total.
Aumento no número de escolas médicas
A nova edição do estudo mostra outra crescente no Brasil: o número de escolas médicas. Os dados mais recentes apontam que, atualmente, existem 389 escolas médicas espalhadas pelo país. A quantidade é a segunda maior do mundo, atrás somente da Índia. Desde 1990, a quantidade de faculdades de medicina no Brasil quase quintuplicou. No período, o país contava com 78 escolas médicas.
Em publicação oficial, o CFM destacou sua preocupação com a velocidade de abertura destas novas escolas e no aumento de vagas já existentes.
“O aumento no número de faculdades de medicina e a expansão das vagas nos cursos existentes contribuíram significativamente para o aumento do contingente de médicos disponíveis no mercado. Contudo, este cenário também suscitou questionamentos sobre a qualidade da formação médica oferecida. Sabemos que quantidade significativa de cursos estão em municípios que não atendem critérios mínimos para a boa formação de futuros médicos. De forma complementar, há ainda a carência de médicos capacitados ao ensino, ou seja, estamos tornando a medicina brasileira precária.”
Presidente do CFM, José Hiran Gallo
Assim, acima da quantidade de profissionais, a preocupação do órgão seria na formação de médicos de boa qualidade e com princípios éticos para atender a população.
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*Matéria com informações da Agência Brasil e Conselho Federal de Medicina