Demografia Médica 2025: Brasil comparado a outros países
Estratégia Med | Foto: Freepik

Demografia Médica 2025: Brasil comparado a outros países

Confira como o Brasil se posiciona no cenário global da medicina com os dados da Demografia Médica 2025

Um retrato comparativo da força de trabalho médica brasileira frente ao cenário internacional revela um país em transição, onde avanços importantes convivem com desafios estruturais. O capítulo 4 da mais recente edição da Demografia Médica no Brasil 2025, elaborado pela pesquisadora Renata Alonso Miotto, coloca o Brasil sob análise ao lado de até 50 nações, por meio de 11 indicadores internacionais de demografia médica.

Os dados, colhidos principalmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mostram onde o Brasil se destaca — e onde ainda caminha atrás. Siga no texto para saber mais!

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Densidade médica no Brasil

O número de médicos por mil habitantes continua sendo o indicador mais utilizado mundialmente para avaliar a oferta de profissionais de saúde. No Brasil, essa taxa atingiu 2,98 em 2023, superando países como Estados Unidos e Coreia do Sul, mas ainda abaixo da média dos países da OCDE, que é de 3,70. Na classificação entre 47 países avaliados, o Brasil ocupa apenas a 33ª posição. O destaque negativo vai para o Peru, com a menor taxa da América do Sul (1,65), e positivo para a Áustria (5,53) e Noruega (5,16), que lideram o ranking global. Confira o gráfico completo com os dados abaixo:

Embora Grécia e Portugal liderem o ranking, suas taxas provavelmente estão superestimadas devido à contabilização de médicos licenciados, independentemente de estarem ou não em atividade.

Formação de novos médicos

No quesito número de médicos graduados por 100 mil habitantes, o Brasil tem apresentado crescimento, alcançando uma taxa de 16,06 médicos por mil habitantes, superando a média global e se aproximando de países europeus como a Áustria (16,19) e Portugal (15,99).

População médica jovem e cada vez mais feminina

Ao contrário do que ocorre em muitos países europeus, onde o envelhecimento da força médica pressiona os sistemas de saúde, o Brasil mantém um perfil relativamente jovem. Em 2023, apenas 26,8% dos médicos brasileiros tinham 55 anos ou mais, índice inferior à média da OCDE e de países como Japão (40%). Essa juventude resulta, em parte, do aumento recente de egressos dos cursos de medicina.

*Não há dados disponiveis para o ano de 2016.

Além disso, a feminização da medicina avança no Brasil: as mulheres já representam cerca de 50% dos profissionais, patamar similar ao de muitos países desenvolvidos.

Porcentagem de médicos especialistas e desempenho desigual por área

Entre os países que compõem a OCDE, aproximadamente 77% dos médicos em atividade são especialistas. No Brasil, esse percentual é de 59,1%, situando-se abaixo da média observada entre os países analisados, que é de 62,9%.

*Não há dado disponível para 2012.

O país tem registrado uma expansão significativa na oferta de vagas em cursos de graduação em Medicina. Contudo, caso essa ampliação não seja acompanhada por um crescimento proporcional nas vagas de Residência Médica ou na emissão de títulos de especialista reconhecidos pelas respectivas sociedades profissionais, projeta-se um aumento na proporção de médicos generalistas, concomitante à desaceleração na formação de especialistas.

Concentração de médicos em áreas urbanas

A concentração de médicos em áreas urbanas com mais de 250 mil habitantes é outro ponto crítico. O Brasil registra 3,85 médicos por mil habitantes nessas regiões, abaixo da média da OCDE (4,55). A desigualdade territorial no acesso aos serviços médicos, especialmente em regiões do Norte e Nordeste, continua sendo um gargalo estrutural do sistema de saúde brasileiro.

Consultas médicas per capita ao ano

Em 2019, o brasileiro realizou, em média, 3,1 consultas médicas ao ano — menos da metade da média da OCDE, que é de 7. O número de atendimentos por médico também foi inferior: 1.260 por ano no Brasil, contra 1.788 na média da OCDE. Embora abaixo da média global, o Brasil se manteve próximo de países como Estados Unidos e Itália nesse indicador.

Demografia Médica 2025

A Demografia Médica 2025, coordenada pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), foi divulgada no dia 30 de abril de 2025. Em sua 8ª edição, o estudo apresentou um panorama atualizado sobre a formação e a atuação dos médicos no Brasil. Clique no botão abaixo para conferir o estudo na íntegra:

Confira também: Brasil terá 635 mil médicos até o fim do ano; confira os principais dados da Demografia Médica 2025

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