O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (10), em coletiva de imprensa realizada na sede da Pasta em Brasília, a criação de 3.500 bolsas voltadas à formação e à atuação de médicos especialistas no Sistema Único de Saúde (SUS). A medida integra a iniciativa Agora Tem Especialistas e visa ampliar a cobertura assistencial em regiões com carência de profissionais, além de reduzir a fila por consultas, exames e cirurgias especializadas.
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Expansão da residência médica
Das 3.500 bolsas anunciadas na coletiva de imprensa, 3.000 serão destinadas à formação em programas de residência médica, cuja seleção e execução seguirão o cronograma da CNRM. O início das atividades está previsto para março de 2026. A distribuição das vagas priorizará regiões com déficit de especialistas, como a Amazônia Legal, o Nordeste e localidades abaixo da média nacional.
O Ministério da Saúde poderá alocar essas bolsas tanto em novos programas quanto em programas já existentes, desde que haja ampliação comprovada na oferta de vagas. Com o intuito de garantir a qualidade da formação, até R$ 200 mil serão repassados às Comissões Estaduais de Residência Médica, responsáveis pela avaliação dos programas nos estados e seus respectivos processos seletivos. Além disso, haverá apoio financeiro a coordenadores e preceptores, com foco inicial nas especialidades de Anestesiologia, Patologia e Radioterapia.
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Provimento imediato de especialistas no SUS
As outras 500 bolsas anunciadas serão destinadas ao provimento imediato de médicos especialistas, por meio de um edital inédito do programa Mais Médicos Especialistas. Os profissionais selecionados deverão possuir título reconhecido pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) ou pela Associação Médica Brasileira (AMB).
Esses médicos atuarão em unidades do SUS com carga horária de 20 horas semanais e receberão bolsas de até R$ 10 mil por mês. A atuação se dará em áreas estratégicas para a rede pública de saúde, com início previsto para setembro de 2025.
De acordo com Felipe Proenço, Secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, os médicos especialistas que ocuparão as 500 vagas disponibilizadas pelo programa contarão com o apoio de instituições de referência no país. Embora já sejam especialistas, esses profissionais terão acesso a suporte técnico, imersões presenciais, mentorias e acompanhamento pedagógico contínuo oferecidos por polos formadores, como:
- Hospital Moinhos de Vento.
- Hospitais Universitários Federais da Rede Ebserh;
- AC Camargo Cancer Center;
- Beneficência Portuguesa de São Paulo (BP);
- Hcor;
- Hospital Albert Einstein;
- Hospital Alemão Oswaldo Cruz;
- Hospital Sírio-Libanês; e
- Hospital Moinhos de Vento.
A intenção é basicamente qualificar os médicos especialistas com foco nas demandas reais do SUS.
Mais Médicos Especialistas
O edital de adesão para estados e municípios está previsto para esta quarta-feira (11), etapa necessária para a seleção das 500 bolsas de provimento imediato. Os gestores locais deverão indicar os serviços de saúde com capacidade instalada para receber os especialistas, com base nas demandas regionais do SUS, especialmente em áreas como oncologia e cirurgias eletivas.
O programa Mais Médicos Especialistas terá como prioridade as seguintes especialidades:
- Oncologia;
- Ginecologia;
- Cardiologia;
- Cirurgia Geral;
- Anestesiologia; e
- Apoio diagnóstico.
Cronograma — Mais Médicos Especialistas 2025
1ª Etapa – Edital de Adesão Mais Médicos Especialistas (munícipios/instituições)
- Publicação no DOU: junho de 2025;
- Adesão via e-Gestor: junho de 2025; e
- Resultado final: julho de 2025.
2ª Etapa – Edital Mais Médicos Especialistas (profissionais)
- Publicação no DOU: julho de 2025;
- Inscrições: julho de 2025; e
- Resultado final: setembro de 2025.
Investimento e impacto esperado
O investimento total do Ministério da Saúde nesta iniciativa será de R$ 260 milhões. Trata-se de uma ação estratégica que responde diretamente aos dados da Demografia Médica 2025, estudo que revelou desequilíbrios significativos na distribuição de especialistas no Brasil. Atualmente, apenas 10% dos médicos especialistas atuam exclusivamente no SUS, o que reforça a urgência de medidas estruturantes.
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