A especialidade de Medicina Física e Reabilitação, também conhecida como Fisiatria, é relativamente nova. Ela foi reconhecida como uma especialidade médica no Brasil apenas em 1954, e tem a Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação como representante e responsável pela formação de especialistas. Para entender melhor como funciona a especialidade, o Estratégia MED conversou com Diego Ricardo, residente do segundo ano na área. Siga no texto para saber mais!
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O papel do Médico de Medicina Física e Reabilitação
O fisiatra se especializa na avaliação e tratamento de condições que limitam a função física dos pacientes. Diferente de outras especialidades, o fisiatra baseia-se principalmente em um exame físico detalhado para diagnosticar problemas, utilizando exames de imagem apenas quando necessário.
Assim, o médico especializado em Medicina Física e Reabilitação atua como um coordenador de reabilitação, ajustando o tratamento de acordo com as necessidades individuais de cada paciente. Esse profissional avalia as particularidades de cada caso, pois a reabilitação varia de pessoa para pessoa.
Em processos de reabilitação, a colaboração da família é essencial, especialmente em situações complexas como a reabilitação pós-AVC, em que muitas vezes é necessária uma reestruturação do ambiente familiar e apoio psicológico. Então, o especialista precisa ficar atento caso a família do paciente também necessite de amparo.
O fisiatra é também frequentemente procurado para avaliar dores e limitações funcionais. Ao contrário do ortopedista, que pode se concentrar na estrutura óssea, o fisiatra avalia o funcionamento completo do corpo, identificando a raiz do problema através de palpação e exame físico detalhado. A abordagem permite um tratamento mais holístico e menos dependente de exames de imagem.
Pacientes do fisiatra
Os pacientes geralmente chegam ao fisiatra por encaminhamento de ortopedistas, neurologistas e fisioterapeutas. A especialidade abrange desde pequenas incapacidades, como dores musculares, até grandes incapacidades, como reabilitação pós-AVC. O fisiatra desenvolve planos de reabilitação personalizados, utilizando técnicas como a aplicação de toxina botulínica para tratar espasticidade, ajudando a melhorar a amplitude de movimento e a função dos membros.
Cada paciente é avaliado individualmente para determinar o melhor tratamento. Por exemplo, no caso de amputados, o fisiatra avalia a capacidade do paciente de usar próteses, considerando fatores como o nível da amputação e a saúde cardiovascular. Essa avaliação cuidadosa é importante, pois a adaptação a uma prótese pode ser complexa e nem todos os pacientes são candidatos viáveis.
Além de atender pacientes em reabilitação de AVC ou outras condições graves, os fisiatras também tratam pessoas com lesões musculares. Eles realizam um exame físico detalhado para entender a lesão e ajustar o tratamento, ajudando o paciente a retornar à sua rotina normal o mais rápido possível.
Abordagem Multidisciplinar
O fisiatra trabalha em colaboração com uma equipe multidisciplinar, que pode incluir fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, neurologistas, fonoaudiólogos, enfermeiros e estomaterapeutas. Além disso, o profissional pode atuar tanto em ambulatórios quanto em hospitais e centros de reabilitação. Em consultórios particulares, embora a equipe multidisciplinar não esteja presente no dia a dia, o médico encaminha pacientes a outros especialistas conforme necessário. A Medicina do Esporte também é uma área de colaboração frequente, especialmente para pacientes idosos que precisam de orientação para iniciar atividades físicas de forma segura.
Mercado de trabalho para fisiatras no Brasil
O mercado de trabalho para fisiatras no Brasil é promissor e apresenta uma alta demanda devido ao baixo número de profissionais na área. A formação em Fisiatria é oferecida por poucas instituições no país, de acordo com o painel da Educação em Saúde, no total são 168 vagas autorizadas pela CNRM disponíveis no Brasil, o que contribui para a escassez de especialistas. Os fisiatras atuam principalmente com procedimentos intervencionistas, incluindo bloqueios neuromusculares, ondas de choque, infiltrações, viscosuplementação e aplicação de toxina botulínica. Esse foco em procedimentos ambulatoriais é considerado o “ganha-pão” da profissão.
Para os médicos que preferem não se envolver em atividades cirúrgicas, a Fisiatria oferece diversas opções de atuação, como trabalho em enfermarias e centros de reabilitação, onde podem coordenar equipes multidisciplinares. A diversidade de áreas de atuação torna a especialidade atraente para aqueles que buscam um equilíbrio entre prática clínica e procedimentos técnicos.
A remuneração na Fisiatria é considerada atrativa. Profissionais recém-formados têm reportado um bom retorno financeiro, com a possibilidade de atuar em diversas áreas, abrir consultórios particulares e manter uma qualidade de vida equilibrada. A especialidade não exige plantões noturnos frequentes, o que contribui para uma rotina mais tranquila, com poucas interrupções fora do horário de trabalho.
Caminho para a Especialização
A residência em Fisiatria tem duração de três anos. Em São Paulo, instituições como o Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) e o Hospital das Clínicas da FMUSP são referências na formação desses especialistas. Segundo Diego, após a conclusão da residência, apesar do receio de alguns profissionais de retornarem a cidade natal após uma especialização na capital, os fisiatras podem retornar às suas regiões de origem, ampliando a disseminação da especialidade pelo país, sem medo de encontrar tantas dificuldades na hora de procurar uma oportunidade na área.
Descubra mais sobre a especialidade de Medicina Física e Reabilitação com o bate-papo entre a professora Ana Luiza Viana e Diego Ricardo, residente dessa especialidade no IAMSPE, no vídeo abaixo:
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Confira mais informações sobre Medicina Física e Reabilitação:
- Como é a Residência Médica de Medicina Física e Reabilitação no IAMSPE
- Medicina Física e Reabilitação: o que é, rotina, mercado e mais!
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