A residência médica em Anestesiologia no Hospital Governador Celso Ramos (HGCR), em Florianópolis, destaca-se pela tradição e pela ampla diversidade de experiências práticas que oferecem ao médico em formação uma base sólida na especialidade.
Para entender melhor como é a rotina dos residentes, a distribuição dos rodízios e plantões, além das oportunidades oferecidas pelo programa ao longo dos três anos, o Estratégia MED conversou com Bruno Naconecy, residente do primeiro ano de Anestesiologia na instituição. Continue a leitura para conhecer todos os detalhes dessa residência!
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Processo seletivo e entrada no programa
A residência em Anestesiologia do HGCR faz parte do processo seletivo da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), um dos maiores seletivos de residência médica do sul do país. Por meio dele, os candidatos podem escolher diversos hospitais em diferentes estados, mas muitos optam diretamente pelo Celso Ramos pela tradição e qualidade do serviço.
O hospital é um dos mais antigos e respeitados centros de formação em Anestesiologia de Santa Catarina e atrai residentes não apenas pela estrutura, mas também pelo histórico de excelência, especialmente na área de bloqueios regionais, pela qual sempre foi referência nacional e latino-americana.
Estrutura hospitalar e campos de prática
O HGCR é um hospital geral com cerca de 200 leitos e um centro cirúrgico composto por oito salas principais, além de espaços dedicados a subespecialidades como Oftalmologia. Sendo referência em trauma, Neurocirurgia, Ortopedia e diversas áreas cirúrgicas, o HGCR concentra grande parte do aprendizado dos residentes, especialmente no primeiro ano.
No entanto, a residência não se limita apenas a ele: ao longo do programa, o médico circula por outros hospitais da cidade, como a Maternidade Carmela Dutra (Obstetrícia e Ginecologia) e o Hospital Infantil Joana de Gusmão (Pediatria), além de unidades voltadas a cirurgias cardíacas e torácicas. Essa variedade garante contato com diferentes equipes, culturas institucionais e, principalmente, com um grande número de procedimentos.
Organização da residência e rotina por ano
No R1, o residente permanece majoritariamente no Celso Ramos, com foco no centro cirúrgico. São cerca de nove meses de prática direta em anestesia cirúrgica, um mês de UTI, um estágio em Oftalmologia voltado para bloqueios regionais e férias. O dia a dia é bastante prático, com grande volume de intubações, bloqueios e monitorizações, proporcionando ao residente uma curva de aprendizado intensa logo nos primeiros meses.
Já no R2, a formação se expande para outros hospitais, oferecendo estágios em áreas como Obstetrícia, Ginecologia, Pediatria, transplantes hepáticos, além de cirurgias cardíacas e torácicas. Esse segundo ano marca o contato com casos mais complexos e diversificados, além da oportunidade de vivenciar diferentes ambientes de trabalho dentro da Anestesiologia.
No R3, há ênfase em subespecialidades avançadas e procedimentos de alta complexidade. Os residentes participam de cirurgias robóticas, estágios específicos em bloqueios regionais e contato com práticas modernas como a ecocardiografia transesofágica intraoperatória, realizada pelos próprios anestesiologistas. O programa ainda oferece um estágio optativo, geralmente utilizado para complementar experiências em áreas menos disponíveis em Florianópolis, como cirurgias cardíacas pediátricas de alta complexidade.
Carga horária e plantões
A carga horária média semanal é de cerca de 60 horas, semelhante nos três anos de residência, o que evita sobrecarga excessiva no R1. Os residentes cumprem em torno de 17 sobreavisos por ano, distribuídos entre dias de semana e finais de semana, sempre com direito a pós-plantão de 24 horas. Esse modelo garante não apenas descanso adequado, mas também tempo para resolver questões pessoais. Curiosamente, alguns residentes até se oferecem para assumir plantões extras, justamente para aproveitar a folga do dia seguinte.
Parte teórica
Apesar da forte ênfase prática, a residência mantém um calendário teórico estruturado. Há discussões semanais de casos clínicos, sempre acompanhadas por residentes mais experientes e preceptores, além do “clube do artigo”, em que se analisam criticamente estudos recentes, incluindo aspectos metodológicos e estatísticos. Essa rotina estimula a leitura científica e prepara para a Prova de Título de Especialista em Anestesiologia (TEA), bastante valorizada na área.
Clima entre os residentes
O ambiente no serviço costuma ser descrito como acolhedor e colaborativo. Os staffs são disponíveis para esclarecer dúvidas e, muitas vezes, desafiam os residentes com perguntas ou problemas clínicos que estimulam o raciocínio crítico. Entre os próprios residentes, há uma forte rede de apoio, o que contribui para enfrentar o ritmo puxado dos primeiros anos.
Mercado de trabalho após a residência
O mercado de trabalho para anestesiologistas formados no Celso Ramos é bastante favorável. Por ser o programa mais antigo de Santa Catarina, muitos ex-residentes hoje ocupam cargos de chefia em diferentes hospitais, o que facilita a inserção dos recém-formados. Além disso, a cidade e a região metropolitana oferecem ampla demanda por anestesiologistas, seja em grandes cirurgias hospitalares, seja em procedimentos ambulatoriais ou em áreas em expansão, como dor e cuidados paliativos.
Descubra mais sobre o programa de residência médica em Anestesiologia no Hospital Governador Celso Ramos (HGCR) com o bate-papo “Vida de Residente” entre a professora Ana Luiza Viana e Bruno Naconecy, atual residente da especialidade na instituição, no vídeo abaixo:
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