Como é a Residência de Medicina de Emergência na Escola de Saúde Pública do Ceará
Créditos: Estratégia MED

Como é a Residência de Medicina de Emergência na Escola de Saúde Pública do Ceará

Se você está pensando em seguir na especialidade de Medicina de Emergência, mas ainda não decidiu onde realizar a Residência Médica, esse texto é para você! O Estratégia MED te conta melhor como funciona o programa de Medicina de Emergência na Escola de Saúde Pública do Ceará, uma instituição pioneira e de renome no Nordeste. Saiba mais sobre o programa a seguir!

A residência de Medicina de Emergência na Escola de Saúde Pública do Ceará

Para entendermos melhor como funciona o programa de Medicina de Emergência na Escola de Saúde Pública do Ceará, o Estratégia MED conversou com Jean Lima Fontenelle, residente do primeiro ano da especialidade. Com 10 vagas anuais, a residência de Medicina de Emergência da instituição tem se destacado como uma das mais respeitadas no país, sendo pioneira na formação de especialistas desde o reconhecimento da especialidade em 2015. 

Com um ambiente colaborativo, preceptores atuantes e uma estrutura sólida, o programa proporciona uma formação ampla e diversa. Os rodízios ocorrem em hospitais renomados como Instituto Doutor José Frota (IJF), Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e Hospital do Coração, além de passagens por unidades de pronto atendimento, SAMU e hospitais especializados como o São José e o Albert Sabin.

A residência é estruturada para garantir uma formação completa, com foco em emergências e procedimentos críticos. Desde o R1, os residentes têm contato com procedimentos como intubação e drenagem de tórax, sendo preparados para atuar em situações de alto risco. A carga horária é respeitada, com uma média de 60 horas semanais, e a residência inclui tanto a prática intensiva quanto aulas teóricas.

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Rodízios

Os rodízios variam conforme o ano de residência. No R1, os residentes passam por áreas mais gerais, como Nefrologia e Infectologia, além de plantões em emergências pediátricas e clínicas. No R2, eles se aprofundam em Anestesiologia, pequenas cirurgias e gestão, enquanto o R3 foca em emergências específicas, como Obstetrícia e Oftalmologia, além de ter maior atuação em salas vermelhas.

Parte teórica e prática da residência

O programa de Medicina de Emergência é bem estruturado e focado tanto na parte teórica quanto prática. Segundo o entrevistado, as atividades teóricas ocorrem semanalmente, com aulas na segunda-feira à tarde, consideradas inegociáveis, independentemente da escala de rodízio dos residentes. Nessas aulas, são abordados temas fundamentais para a formação em Medicina de Emergência, como via aérea, ressuscitação, reanimação e tomadas de decisão. Além das aulas teóricas, há sessões práticas, e o ambiente conta com recursos como manequins de simulação e equipamentos adequados para o treinamento dos residentes.

Durante os rodízios, há discussões de casos e sessões clínicas, que variam conforme o hospital onde o residente está alocado. Essas atividades são realizadas com equipes mistas, incluindo internos, residentes e profissionais da saúde, sem distinção entre eles. O uso de uniforme verde, característico dos residentes de emergência, reforça a identidade do grupo.

Ele também fala sobre a relação com o ensino, mencionando que muitos profissionais da área de emergência acabam se envolvendo com educação, preceptoria e até mesmo com a publicação de livros e manuais. A residência também oferece a possibilidade de realizar mestrado e doutorado, o que é incentivado pelos preceptores. Ao final da residência, é necessário desenvolver um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), que também contribui para a formação acadêmica dos residentes.

O entrevistado menciona que o ambiente da residência estimula bastante a participação em congressos e eventos científicos, como o congresso da ABRAMEDE, que reúne emergencistas de todo o país.

Sobre as avaliações, o entrevistado menciona que os residentes passam por provas semestrais, tanto teóricas quanto práticas, que compõem a nota final do residente. Ao final dos três anos de residência, os profissionais recebem o título de emergencista, algo que, segundo ele, se tornou um diferencial importante no mercado de trabalho.

Estrutura da instituição

Jean também destaca a infraestrutura da Escola Cearense de Emergências Médicas, que é reconhecida pela qualidade de suas instalações, o que contribui para o aprendizado eficaz dos residentes.

Ele também destaca a preocupação da instituição com o bem-estar dos residentes, mencionando o acesso a psicólogos e sessões de terapia, algo que ele considera fundamental, especialmente para quem está entrando na residência e enfrentando desafios tanto profissionais quanto pessoais.

Carga horária e plantões 

Em relação à carga horária, Jean explica que dificilmente ultrapassa as 60 horas semanais, mas que isso pode variar de acordo com o rodízio, sendo mais puxado em serviços como o de Neurologia do HGF, onde as atividades podem ocupar o final de semana

Ele comenta que é possível trabalhar fora da residência, mas isso pode ser cansativo. Um diferencial da residência é que os residentes acabam rodando nos mesmos locais onde podem vir a trabalhar, o que facilita o networking e a oportunidade de plantões remunerados.

Pontos negativos

No entanto, como em qualquer programa, há áreas que podem ser melhoradas. Um dos principais desafios é a falta de recursos, uma questão inerente ao sistema de saúde. Muitas vezes, o que se estuda na teoria não está disponível na prática, exigindo adaptações no atendimento. Outro ponto é a necessidade de mais emergencistas atuando como preceptores. Em algumas regiões, é comum que residentes aprendam com especialistas de outras áreas, o que, embora seja útil, não substitui a importância de ter um emergencista ao lado. Esse é um aspecto que deve melhorar à medida que a especialidade continua a crescer.

A Emergência Pediátrica é outro campo que ainda pode evoluir. Atualmente, em Fortaleza, a residência de Pediatria é muito forte, mas ainda há espaço para a presença mais frequente de emergencistas nessa área. Embora o campo esteja em crescimento, há espaço para melhorias na estrutura disponível para os residentes que desejam atuar nesta subespecialidade.

Descubra mais sobre o programa de Residência Médica em Medicina de Emergência na Escola de Saúde Pública do Ceará com o bate-papo “Vida de Residente” entre o professor Guilherme Cardoso e Jean Lima Fontenelle, residente dessa especialidade na instituição, no vídeo clicando no botão abaixo:

A partir de 2024, para ingressar na residência médica da Escola de Saúde Pública do Ceará, o candidato precisa passar pelo Exame Nacional de Residência. Saiba mais: 

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