Como é a residência em Medicina de Emergência no Hospital Santa Marcelina
Estratégia Med | Foto: Freepik

Como é a residência em Medicina de Emergência no Hospital Santa Marcelina

Para saber mais sobre a especialidade o Estratégia MED conversou com Giovanna Rita, residente do primeiro ano do programa na instituição

A residência médica em Medicina de Emergência no Hospital Santa Marcelina apresenta uma série de experiências e desafios que ajudam o médico a moldar sua formação na especialidade. Para conhecer melhor a residência, a rotina dos residentes de Emergência através dos anos, os procedimentos do programa, bem como a distribuição dos plantões e rodízios, o Estratégia MED conversou com a Dra. Giovanna Rita, residente do primeiro ano do programa na instituição. Continue no texto para saber mais!

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A residência em Medicina de Emergência no Hospital Santa Marcelina

O Hospital Santa Marcelina, localizado na zona leste de São Paulo, no distrito de Itaquera, é uma instituição quaternária com cerca de 700 a 800 leitos, dos quais 111 são destinados à UTI. Esse hospital de grande porte atende uma vasta área da cidade e parte da região metropolitana, sendo uma referência importante para a saúde pública na cidade. A residência em Medicina de Emergência no Santa Marcelina tem duração de três anos, com seis residentes admitidos anualmente.

A unidade de emergência do Santa Marcelina trata tanto pacientes clínicos quanto cirúrgicos em uma sala unificada, proporcionando aos residentes a oportunidade de lidar com uma ampla gama de especialidades. Há três anos, o hospital adotou o sistema de porta fechada para emergências. Assim, os pacientes atendidos são, em sua maioria, aqueles que já são acompanhados ambulatorialmente pelo hospital ou referenciados pelo SAMU, corpo de bombeiros, ou casos de demanda espontânea que passam pela triagem com sinais vitais críticos.

O sistema de porta fechada não prejudica a formação dos residentes, uma vez que o hospital atende uma população numerosa, garantindo um fluxo constante de pacientes. Assim, mesmo com a mudança, há pacientes suficientes para proporcionar uma experiência de aprendizado robusta para os residentes.

Confira mais informações sobre a especialidade! Medicina de Emergência: o que é, atuação, residência médica e mais

Primeiro ano de residência

No primeiro ano, os residentes focam na formação básica do emergencista, aprendendo sobre admissão de pacientes, principais patologias e investigações. As rotações incluem dois meses na sala vermelha, dois meses no Pronto Socorro (PS) da Clínica Médica, dois meses no PS da Cirurgia Geral, um mês no SAMU, além de estágios em Neurologia, POCUS (ultrassom no local de atendimento) no Hospital das Clínicas e Pediatria no Hospital Infantil Cândido Fontoura.

Desde o primeiro ano (R1), os residentes já realizam estágios em diferentes hospitais, o que enriquece a formação. Por exemplo, na emergência da Cirurgia Geral, os residentes de Medicina de Emergência atuam junto aos R1 de Cirurgia Geral, participando do atendimento inicial de emergências cirúrgicas como trauma, colangite e colecistite, além de integrarem a rotina de pronto socorro e sala vermelha.

Ainda no R1, os residentes aprendem e realizam procedimentos essenciais como intubação, colocação de cateter venoso central, toracocentese, drenagem de tórax, entre outros.

Segundo ano de residência

No segundo ano de residência (R2), os residentes passam mais tempo na sala vermelha, totalizando quatro meses. Além disso, realizam rodízios na UTI, no POCUS, em Ortopedia e Cuidados Paliativos. A Pediatria, atualmente no Cândido Fontoura, também faz parte do currículo, com previsão de mudanças nos próximos anos. Outras rotações incluem Neurologia, Anestesiologia e o Grupo de Resgate e Atenção às Urgências e Emergências (GRAU), proporcionando treinamento em Atendimento Pré-Hospitalar (APH).

A rotação em Anestesiologia permite aos residentes aprimorarem suas habilidades em intubação e outros procedimentos essenciais na emergência, complementando a formação dos residentes com técnicas práticas valiosas.

Terceiro ano de residência

No terceiro ano (R3), os residentes continuam na sala vermelha por dois meses, assumindo uma função semelhante à de chefe de sala, com uma visão mais global dos pacientes e responsabilidade na transferência de pacientes que não necessitam mais de cuidados críticos. Este ano é marcado por diversos estágios externos, incluindo Psiquiatria no Santa Marcelina de Itaquaquecetuba, UTI no Hospital Samaritano, Cardiologia no Instituto Dante Pazzanese, Otorrinolaringologia no Hospital Municipal Ermelino Matarazzo e Santa Casa de São Paulo, além de um estágio em Toxicologia no Centro de Assistência Toxicológica (CEATOX), altamente valorizado pelos residentes.

Plantões

Durante toda a residência, os plantões na sala vermelha são distribuídos em cinco turnos de 12 horas por semana, incluindo finais de semana, com compensação de folgas durante a semana. Em outros estágios, os plantões seguem a cronologia específica, mantendo uma carga horária semanal de 60 horas, sempre com dois a três plantões mensais na sala vermelha. Não há plantões noturnos para os residentes de emergência, essa responsabilidade recai sobre a Clínica Médica e a Clínica Geral.

Parte teórica

A rotina na emergência do Santa Marcelina é intensa, com grande fluxo de pacientes. No entanto, há um equilíbrio entre a prática e o aprendizado teórico. Os casos são constantemente discutidos com os chefes, que estão sempre disponíveis na sala vermelha. Além disso, os residentes ganham muita prática em procedimentos.

Toda quinta-feira, ocorre a “quinta acadêmica”, um dia dedicado ao aprendizado teórico. Todos os residentes de Emergência participam de aproximadamente seis horas de aula, independentemente do estágio. As atividades incluem discussões de casos, aulas ministradas por residentes de todos os anos e especialistas de diversas áreas, como Emergência, Clínica Médica, Clínica Geral e Neurologia.

Clima durante o programa

A convivência entre residentes e chefes no Hospital Santa Marcelina é descrita como tranquila e amigável. A proximidade é natural, considerando a intensidade do convívio desde o primeiro ano, e a quantidade reduzida de residentes facilita o conhecimento mútuo. A abertura para discussões e o desejo de ensinar por parte dos chefes e residentes mais velhos contribuem para um ambiente colaborativo e positivo.

Pontos positivos e negativos

A diversidade de casos na sala de emergência é destacada como um ponto forte, oferecendo uma experiência abrangente aos residentes. No entanto, a localização do hospital, na zona leste de São Paulo, pode ser um desafio para aqueles que não moram nas proximidades. A estrutura física também apresenta algumas limitações, como a falta de computadores suficientes, exigindo revezamento entre os residentes.

Apesar de ser um serviço público, a residente relata que nunca houve falta de medicação ou exames necessários. A unidade de AVC é bem equipada, contando com todos os exames essenciais e medicamentos, incluindo trombolíticos.

Mercado de trabalho

Os residentes formados no Santa Marcelina têm boa inserção no mercado de trabalho. Muitos emergencistas continuam próximos ao hospital, participando de aulas e mantendo contato com os novos residentes. As oportunidades no mercado são abundantes e variadas, com ex-residentes trabalhando em grandes hospitais, áreas de gestão e educação.

Descubra mais sobre o programa de residência médica em Medicina de Emergência no Hospital Santa Marcelina com o bate-papo Vida de Residente entre a professora Ana Luiza Viana e Giovanna Rita, atual residente dessa especialidade na instituição, no vídeo abaixo:

Por fim, se você quer ficar por dentro de mais conteúdos relevantes sobre a área médica, continue acompanhando o material preparado pelo Portal de Notícias do Estratégia MED. Aqui, você encontrará informações atualizadas sobre residências, carreira médica e muito mais.

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