Como é a Residência Médica de Anestesiologia no HGF

A residência médica em Anestesiologia no Hospital Geral de Fortaleza (HGF) apresenta uma série de experiências e desafios que ajudam o médico a moldar sua formação na especialidade. Para conhecer melhor a residência, a rotina dos residentes de Anestesiologia através dos anos, os procedimentos do programa, bem como a distribuição dos plantões e rodízios, o Estratégia MED conversou com Guilherme Cardoso, residente do primeiro ano do programa na instituição. Continue no texto para saber mais!

A residência em Anestesiologia no HGF

O HGF é um dos maiores hospitais do Nordeste, especializado em emergências complexas como Neurocirurgia, Neurologia, Cirurgia Geral, Cirurgia Vascular e Urologia. O centro cirúrgico conta com 16 salas, sendo 13 dedicadas a cirurgias eletivas e três a emergências, além de áreas para hemodinâmica e exames como endoscopia, CPRE, ressonância e tomografia. O HGF também possui duas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) cirúrgicas, com um total de 17 leitos.

Rotina através dos anos

No primeiro mês, os residentes acompanham residentes mais experientes para aprender a rotina do pré-operatório e organização das salas. Os 11 meses seguintes incluem dois meses na emergência (de segunda a sexta, das 7h às 19h), quatro meses na Cirurgia Geral, e rodízios em especialidades como Ginecologia, UTI pós-cirúrgica e exames. Há também um período de treinamento no Hospital Geral Waldemar de Alcântara.

Procedimentos no R1

Os residentes no primeiro ano (R1) realizam frequentemente intubações, inserções de cateteres arteriais e venosos centrais guiadas por ultrassom, e raqui-anestesia, especialmente em emergências e no centro obstétrico. A anestesia peridural e a broncoscopia são também práticas comuns e bem suportadas pelo equipamento disponível no hospital.

Rodízios do R2

No segundo ano de residência (R2), os médicos residentes ampliam sua experiência com rodízios externos. Dois meses são passados no Hospital Geral Dr. César Cals, focados em Obstetrícia, devido ao grande volume de procedimentos. Este hospital terciário oferece uma experiência diversificada e a oportunidade de aprendizado com outros profissionais.

Além disso, os residentes passam um mês no Instituto Dr. José Frota (IJF) e um mês na Unidade Pós-Cirúrgica de Alta Complexidade (OPAC). Também há dois meses na Radiologia Intervencionista, quando se realizam embolizações e outros procedimentos de Neurologia e vascular. Já o rodízio em Urologia no HGF, um centro de referência, é especialmente notável, com casos de alta complexidade, como uma recente cirurgia que envolveu circulação extracorpórea.

No R2, também há rodízios de um ou dois meses em Ortopedia no HGF, um setor em crescimento. Os residentes também praticam bloqueios de plexo, frequentemente guiados por ultrassom, tanto em emergências quanto em procedimentos eletivos. A disponibilidade de ultrassom facilita essa prática. O treinamento em bloqueios é complementado pelo rodízio no IJF, que tem maior volume de procedimentos.

Rodízios do R3

No terceiro ano (R3), os residentes continuam a diversificar suas experiências com mais rodízios externos. Eles passam dois meses no Hospital de Messejana, focados em cirurgia cardíaca, e dois meses no Hospital Albert Sabin, com ênfase em Pediatria. Outros rodízios incluem Neurologia, Oftalmologia, Dor e Parestesia, além de tempo adicional no IJF. Há também um mês eletivo e férias. Esses rodízios são projetados para compensar quaisquer deficiências no treinamento oferecido pelo HGF.

Carga horária

A carga horária semanal dos residentes é geralmente de 60 horas. Durante os rodízios de emergência, os residentes trabalham de 7h às 19h, cinco dias por semana, sem plantões de fim de semana. Nos rodízios eletivos, a carga horária varia conforme a duração das cirurgias. Além disso, durante o mês das eletivas do R1, há um plantão de 12 horas por semana, podendo ser nos turnos da sexta à noite até domingo à noite, e um turno semanal dedicado a aulas teóricas.

Os residentes cumprem a carga horária exigida pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), com sessões de casos clínicos quinzenais e aulas semanais específicas para cada ano de residência.

Diferencial do HGF

Nas residências em Fortaleza, os residentes nunca estão sozinhos nas salas de cirurgia, sempre contando com a supervisão de profissionais experientes. Esse acompanhamento constante é crucial para o aprendizado e a segurança. Os supervisores, comprometidos com o ensino, oferecem uma rica diversidade de experiências e estão sempre presentes para discutir e explicar os aspectos científicos e complexos da anestesia, como a indução e a recuperação hemodinâmica.

Dica para aspirantes a Anestesiologia

Para quem quer seguir Anestesiologia, é crucial optar por centros credenciados pela SBA. Esses centros realizam provas trimestrais e uma avaliação anual, assegurando uma formação rigorosa e contínua. Com 19 pontos temáticos, as avaliações são exigentes, mas garantem um ritmo organizado de estudos e um serviço acadêmico bem estruturado. Mesmo após a prova de residência, os residentes continuam a fazer exames regularmente, mantendo o aprendizado e a atualização constante.

Descubra mais sobre o programa de residência médica em Anestesiologia no HGF com o bate-papo “Vida de Residente” entre a professora Ana Luiza Viana e Guilherme Cardoso, atual residente dessa especialidade na instituição, no vídeo abaixo:

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