Como é a Residência Médica de Ginecologia e Obstetrícia no HGF
Créditos: Estratégia MED

Como é a Residência Médica de Ginecologia e Obstetrícia no HGF

Para conhecer melhor a rotina dos residentes de Ginecologia e Obstetrícia no HGF, o Estratégia MED conversou com Marina Alves, residente do terceiro ano de Ginecologia e Obstetrícia na instituição

Neste texto, exploramos a experiência da residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital Geral de Fortaleza (HGF) a partir da dinâmica dos anos de residência, o clima entre os residentes, a organização dos plantões, a parte teórica oferecida e os pontos positivos e desafios encontrados ao longo do programa. Descubra com o Estratégia MED por que o HGF se destaca como uma escolha significativa para aqueles que desejam se especializar em Ginecologia e Obstetrícia.

A residência em Ginecologia e Obstetrícia no HGF

Para conhecer melhor a rotina dos residentes de Ginecologia e Obstetrícia no HGF, o Estratégia MED conversou com Marina Alves, residente do terceiro ano de Ginecologia e Obstetrícia na instituição. Marina compartilhou sua experiência desde a aprovação até a rotina na residência no HGF, em Fortaleza, no Ceará.

O HGF oferece um ambiente robusto para a formação médica em Ginecologia e Obstetrícia. Com uma estrutura sólida, o serviço de maternidade dentro do hospital geral conta com uma emergência obstétrica composta por 11 leitos estáveis, seguidos por 29 leitos de enfermaria e 15 leitos na sala de parto. A estrutura também inclui a “Ilha 10”, que abriga oito ambulatórios equipados para atendimento gineco-obstétrico.

No que tange às salas cirúrgicas, o centro obstétrico possui três salas, duas dedicadas a cirurgias e a terceira para partos de maior risco. As cirurgias ginecológicas ocorrem em salas do centro cirúrgico, sem uma sala específica designada.

O clima entre os residentes é acolhedor e colaborativo, principalmente devido à natureza da Obstetrícia, que é intensamente vivenciada durante a residência.

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Rotina através dos anos

No primeiro ano de residência, os residentes passam por um ciclo de sete meses em Obstetrícia e cinco meses em Ginecologia. Esse formato difere de outras residências, com um mês padrão que inclui rodízio entre emergência obstétrica, sala de parto, ambulatório e enfermaria. Na Ginecologia, o foco é um pouco diferente, com horários regulares tanto no centro cirúrgico quanto no ambulatório e na enfermaria, proporcionando uma experiência mais consistente ao longo do mês.

A hierarquia de procedimentos é uma preocupação menor para os residentes, destacando-se uma atmosfera colaborativa e sem competição excessiva. Principalmente durante o primeiro ano, os residentes têm a oportunidade de participar ativamente de procedimentos, principalmente em Obstetrícia, em que o volume de casos é significativo. A Ginecologia também oferece uma experiência valiosa, com os residentes do R1 auxiliando em cirurgias do R2, o que os prepara bem para os desafios futuros.

O R1 tem uma distribuição equilibrada entre diferentes áreas, incluindo emergência obstétrica, sala de parto, enfermaria e ambulatório, o que ajuda a diluir a carga horária e proporciona uma experiência mais variada e menos exaustiva. Essa dinâmica de rotação permite que os residentes respirem entre os períodos intensos de plantão, contribuindo para um ambiente de aprendizado mais sustentável.

No segundo ano, o foco se divide igualmente entre seis meses de Ginecologia e seis meses de Obstetrícia. Na Obstetrícia, os rodízios são semelhantes ao primeiro ano, com uma diminuição na carga horária de sala de parto e emergência obstétrica. Destaca-se a mudança nos ambulatórios, que agora lidam mais com pacientes de perfil clínico, provenientes de outras clínicas do hospital.

Na Ginecologia, o R2 concentra-se em cirurgias específicas, realizando tanto procedimentos abertos quanto, atualmente, mais procedimentos por vídeo. Essa mudança na prática cirúrgica permite uma vivência mais completa durante o segundo ano, com os residentes auxiliando não apenas nas cirurgias do próprio ano, mas também nas do terceiro ano, preparando-os para a progressão na residência.

Já no terceiro ano, os rodízios são significativamente diferentes. Na Obstetrícia, os residentes se concentram exclusivamente na enfermaria, deixando de lado a emergência obstétrica e a sala de parto durante o dia. Os ambulatórios do R3 lidam com pacientes de alto risco, apresentando uma carga significativa de atendimentos. Desde o primeiro ano, os residentes têm exposição à ultrassonografia, com um aumento no volume de ultrassonografias e consultas ambulatoriais durante o terceiro ano. Além disso, os R3 dedicam 15 dias à enfermaria, oferecendo suporte aos colegas dos anos anteriores.

Como funcionam os plantões

No primeiro ano, os residentes realizam cerca de 35 plantões por ano, incluindo plantões de final de semana e feriados, além de assumirem algumas prescrições. No segundo ano, esse número diminui, totalizando em média cinco plantões por mês. Já no terceiro ano, os residentes realizam cerca de três plantões mensais.

Uma característica única dos plantões no HGF é que os residentes se concentram apenas no centro obstétrico, onde estão envolvidos em procedimentos cirúrgicos e partos. Enquanto isso, na emergência obstétrica, a equipe de staff assume o turno noturno, proporcionando uma divisão de responsabilidades e uma carga horária mais equilibrada.

Embora haja semanas em que os residentes possam trabalhar mais de 60 horas, quando considerado o mês como um todo, a carga horária não costuma ultrapassar esse limite, mesmo no primeiro ano. No segundo ano, as horas semanais ficam em torno de 50 a 60 horas, enquanto no terceiro ano, devido ao maior foco em ambulatórios, a carga horária semanal é reduzida para cerca de 40 a 45 horas.

Apesar da flexibilidade nos horários, a alocação de plantões é feita por sorteio mensal, o que pode dificultar a previsibilidade. No entanto, os residentes geralmente conseguem conciliar seus plantões com atividades externas, como trabalhos adicionais, mediante uma gestão eficaz do tempo e possíveis trocas de plantão.

Parte teórica e recursos

A parte teórica na residência médica do HGF é organizada com sessões clínicas regulares. Todas as segundas e sextas-feiras são reservadas para sessões fixas, com as segundas dedicadas à Ginecologia. Estas sessões começam com aulas ministradas pela equipe ou residentes, seguidas de discussões de artigos e cirurgias realizadas na semana anterior. Na Obstetrícia, há colaborações com outras clínicas, principalmente a Neonatologia, em que os residentes também ministram aulas e participam de sessões conduzidas por staffs.

Em relação aos recursos pessoais e materiais, embora o HGF seja um hospital público e, portanto, sujeito a algumas limitações, é considerado rico em comparação com outros hospitais de risco habitual. Embora ocasionalmente haja falta de profissionais ou insumos básicos, como luvas e aventais, a prioridade dada à Obstetrícia muitas vezes garante que as necessidades sejam atendidas, ainda que a Ginecologia possa enfrentar desafios adicionais devido à natureza eletiva de seus procedimentos. Em geral, o hospital busca solucionar as limitações conforme elas surgem, garantindo que as atividades da residência continuem sem interrupções significativas.

Pontos positivos e negativos

Um ponto positivo é a preparação abrangente proporcionada aos residentes, com a oportunidade de adquirir habilidades cirúrgicas sólidas e lidar com um volume significativo de casos obstétricos de alto risco. Além disso, a ausência de um R+ reduz a competição por procedimentos, permitindo que os residentes assumam responsabilidades mais cedo em suas carreiras.

No entanto, há áreas que podem ser melhoradas. A carga acadêmica pode ser afetada devido à necessidade de lidar com múltiplas responsabilidades, e a falta de leitos fixos na Ginecologia pode às vezes dificultar a realização de procedimentos planejados. 

Quanto ao mercado de trabalho após a residência, muitos residentes optam por ingressar diretamente no mercado, com a Obstetrícia oferecendo oportunidades abundantes. Enquanto isso, a Ginecologia pode exigir um pouco mais de tempo para estabelecer-se de forma independente, mas tanto Fortaleza quanto cidades do interior do estado têm demanda por profissionais da área.

Descubra mais sobre o programa de residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no HGF com o bate-papo “Vida de Residente” entre a professora Ana Luiza Viana e Marina Alves, atual residente dessa especialidade na instituição, no vídeo abaixo:

Por fim, se você quer ficar por dentro de mais conteúdos relevantes sobre a área médica, continue acompanhando o material preparado pelo Portal de Notícias do Estratégia MED. Aqui, você encontrará informações atualizadas sobre residências, carreira médica e muito mais.

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