A jornada na Residência Médica de Psiquiatria no Hospital de Saúde Mental é uma imersão dinâmica e desafiadora, em que os residentes exploram uma ampla gama de áreas de atuação. Desde os primeiros anos, os residentes são introduzidos à rotina clínica e hospitalar, participando de plantões noturnos e emergenciais, além de se envolverem em ambulatórios especializados como os de transtornos ansiosos, psicoterapia e neuropsiquiatria. Para saber ainda mais sobre o programa, continue nesse texto!
A residência em Psiquiatria no Hospital de Saúde Mental
Para entendermos melhor como funciona o programa de Psiquiatria no Hospital de Saúde Mental, o Estratégia MED conversou com Caio Jucá, atual R3 da especialidade. O hospital, localizado em Messejana, Fortaleza, é uma referência na área, oferecendo atendimento especializado em saúde mental.
Fundado em 1963, o Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), ou o Hospital de Saúde Mental de Messejana – como é conhecido, é uma unidade assistencial de saúde vinculada à Secretaria do Estado do Ceará. Com cerca de 160 leitos de internação, além de unidades de Hospital Dia e desintoxicação, o hospital desempenha um papel crucial no tratamento de pacientes com transtornos psiquiátricos na região.
O destaque do hospital é seu Pronto-Socorro, o único do estado a oferecer atendimento psiquiátrico 24 horas, com portas abertas para todos os que necessitam. Com uma demanda significativa, o Pronto-Socorro é frequentemente procurado por pacientes em situações de emergência.
Rotina no R1
Durante o primeiro ano de residência, os residentes participam de estágios em diferentes áreas do hospital, organizados em grupos para garantir uma experiência abrangente e enriquecedora. Cada grupo segue um horário determinado, especialmente nas enfermarias do hospital. Com duas enfermarias femininas e uma masculina, cada grupo de residentes cuida de aproximadamente 12 leitos, dependendo do número de residentes por grupo.
Além das enfermarias, os residentes também têm a oportunidade de trabalhar no Hospital Dia, um diferencial do programa. O Hospital Dia permite que os pacientes recebam tratamento durante o dia e retornem para casa à noite e nos finais de semana. Esta configuração facilita uma observação mais próxima dos pacientes, promovendo interação entre residentes, pacientes e familiares.
No que diz respeito aos ambulatórios, os residentes têm uma variedade de experiências. Ainda durante o primeiro ano, há três turnos de ambulatório geral, atendendo uma ampla gama de pacientes encaminhados de outras unidades de saúde. Além disso, há um foco específico em transtornos ansiosos e um ambulatório de Neurologia para casos supervisionados por neurologistas.
A programação semanal inclui também sessões clínicas, grupos de discussão, aulas de psicofarmacologia, psicopatologia e abordagens psicoterapêuticas, como psicanálise, logoterapia e terapia cognitivo-comportamental (TCC). Estas atividades enriquecem o conhecimento teórico e prático dos residentes, proporcionando um ambiente de aprendizado completo e interdisciplinar.
Como funciona o R2
Durante o segundo ano da residência psiquiátrica, os residentes são organizados em grupos que se alternam em diversas áreas de atuação. Uma das prioridades é a participação nos plantões noturnos e durante os feriados, essenciais devido à atuação emergencial do hospital.
O sorteio dos plantões é feito entre os residentes do Hospital Mental de Messejana e do Hospital Universitário Walter Cantídio. A carga horária mensal varia de acordo com o número de residentes, mas geralmente é mantida em torno de 60 horas semanais, com supervisão constante.
Os grupos de residentes do segundo ano são designados para serviços de interconsulta em hospitais gerais, participação em Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e unidades de desintoxicação.
Dia a dia do R3
O R3, último ano de residência, concentra-se em ambulatórios especializados, como transtornos de humor, esquizofrenia e psicose. Além disso, há um foco crescente em psicoterapia, quando os residentes começam a atender pacientes sob supervisão, explorando diversas abordagens terapêuticas.
Os residentes são integrados em dois grupos: uma das metades é dedicada ao desenvolvimento de Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), enquanto a outra se concentra em diversas áreas de atendimento.
Os residentes desse ano têm a oportunidade de se envolver em psiquiatria infantil, trabalhando no Núcleo de Apoio à Infância e Adolescência (NAIA). Dentro do NAIA, há ambulatórios para transtorno do espectro autista e transtornos ansiosos, fornecendo uma abordagem inovadora e específica para essas populações.
Além disso, os residentes exploram novas vertentes da Psiquiatria, incluindo Neuropsiquiatria, transtornos da sexualidade humana e perícia forense. No ambulatório de transtorno de atenção e hiperatividade (TDAH) em adultos, os residentes têm a oportunidade de se aprofundar em uma área pouco explorada no país.
A depender do grupo em que o residente esteja, ele também pode participar do Pronúcleo na Unidade NAMI, sigla de Núcleo de Atenção Médica Integrada, que é focado em assistência multidisciplinar. Lá, colaboram com nutricionistas e psicólogos, discutindo casos e ampliando sua compreensão sobre a abordagem terapêutica integrada.
Os residentes também podem contar com os ambulatórios de psicogeriatria e de primeiro episódio psicótico, que oferecem experiências valiosas, permitindo aos médicos uma intervenção precoce em condições desafiadoras.
Ao longo deste último ano, os residentes mergulham em uma ampla gama de práticas psiquiátricas, desde a psiquiatria perinatal até o matriciamento com equipes de saúde comunitária, enriquecendo sua formação e preparando-os para os desafios da prática psiquiátrica.
Descubra mais sobre o programa de residência médica em Psiquiatria no Hospital de Saúde Mental com o bate-papo “Vida de Residente” entre a professora Ana Luiza Viana e Caio Jucá, residente dessa especialidade na instituição, no vídeo abaixo:
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