A residência de Dermatologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) vem ganhando destaque entre os programas do Nordeste. Para quem está de olho no Enare e busca uma formação sólida e completa, vale a pena conhecer mais de perto as oportunidades oferecidas pela instituição. Em um bate-papo com o Dr. Esaull Campos, residente do terceiro ano de Dermatologia na UFRN, conseguimos um panorama completo sobre o programa, desde a estrutura do hospital até o dia a dia da residência. Confira!
Navegue pelo conteúdo
A residência em Dermatologia na UFRN
A UFRN oferece duas vagas por ano para Dermatologia, formando um grupo pequeno e bastante integrado de seis residentes ao todo. O programa acontece no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), um hospital terciário, referência em Dermatologia em todo o estado do Rio Grande do Norte. Isso significa que praticamente todos os casos dermatológicos graves do estado são encaminhados para lá, o que garante uma experiência prática intensa e variada.
O serviço conta com oito consultórios ambulatoriais e duas salas cirúrgicas para procedimentos dermatológicos. O corpo clínico é sólido, com preceptores especializados em áreas como dermatopediatria, oncologia cutânea e tricologia. Além disso, o residente também atua com pacientes dermatológicos internados, em parceria com a Clínica Médica. A depender da demanda, o número de pacientes internados pode variar, mantendo o residente sempre em contato com casos desafiadores.
Rotina através dos anos
Um diferencial da residência na UFRN é que os residentes já começam diretamente na Dermatologia desde o primeiro ano, com exceção de dois meses em que rodam por Reumatologia e Infectologia. Não há plantões noturnos ou nos finais de semana — um privilégio da especialidade, como comenta o próprio Dr. Esaull.
O primeiro ano passa a maior parte do tempo em ambulatórios de dermatologia geral e hanseníase, com uma rotina semanal fixa. Além dos atendimentos, há reuniões científicas às quintas-feiras, em que todos os residentes e preceptores discutem casos complexos, artigos científicos e temas teóricos relevantes.
No segundo ano, o ritmo se intensifica. O residente assume maior responsabilidade, especialmente na enfermaria, e começa a participar das cirurgias, que ocorrem semanalmente em duas salas simultâneas. Procedimentos como retirada de tumores, onicocriptose e retalhos simples fazem parte da rotina. Também nesse ano entram ambulatórios de subespecialidades, como dermatopediatria, psoríase e doenças bolhosas.
O terceiro ano tem um foco maior em cosmiatria, cirurgias avançadas (como hidradenite e retalhos complexos), além de dermatoscopia. O residente também passa a ter maior envolvimento na parte teórica, sendo responsável pela apresentação de artigos científicos nas reuniões. Na reta final da residência, já há momentos reservados para estudo focado na prova do TED, o exame de suficiência para garantir o Título de Especialista em Dermatologia.
Formação teórica e prática integradas
A UFRN valoriza bastante a formação teórica. Além das reuniões científicas às quintas, os residentes participam de seminários às sextas-feiras, com temas variados de dermatologia geral. Cada ambulatório também oferece momentos de discussão de casos, artigos e aulas rápidas após os atendimentos.
Há ainda atividades de dermatopatologia, com análise de lâminas às sextas-feiras e aulas teóricas semanais às quintas no horário do almoço. A presença constante de preceptores nas atividades clínicas e teóricas garante uma formação consistente e supervisionada.
Cosmiatria e outras vivências
Apesar de o hospital não contar com alguns equipamentos de alta tecnologia, como lasers ou ultrassom microfocado, os residentes têm acesso a esses procedimentos por meio de clínicas privadas de professoras voluntárias. A cosmiatria, inclusive, foi apontada por Esaull como uma das áreas que mais se desenvolveu dentro do serviço nos últimos anos. Toxina botulínica, peelings, preenchimentos, bioestimuladores, luz pulsada e outros procedimentos fazem parte do aprendizado prático.
Pesquisa, mercado e perspectivas
Embora a pesquisa científica ainda esteja em desenvolvimento no serviço, há incentivo crescente para produção de relatos de caso, revisões e artigos. Ensaios clínicos e projetos maiores ainda são limitados, mas a estrutura está avançando com o interesse de preceptores e residentes.
Já em relação ao mercado de trabalho, a inserção dos egressos tem sido positiva. Os residentes formados conseguem atuar tanto em consultórios próprios quanto com convênios, especialmente na área de cosmiatria, que segue em alta demanda. A formação prática robusta permite que o dermatologista recém-formado já entre com segurança no mercado, embora um refinamento posterior — como cursos extras — possa ser bem-vindo.
Apesar de não oferecer fellowships ou R4, o programa entrega uma formação completa e reconhecida. Como conta o próprio Dr. Esaull, que escolheu permanecer na UFRN mesmo tendo sido aprovado em serviços do Sudeste, a escolha valeu a pena. Ele destaca que o serviço é bem estruturado, com reconhecimento como referência no Nordeste, e afirma se sentir preparado e seguro para a prática da Dermatologia.
Descubra mais sobre o programa de residência médica em Dermatologia da UFRN com o bate-papo “Vida de Residente” entre a Profa. Ana Luisa Viana e o Dr. Esaull Costa. Confira no vídeo abaixo:
Se você quer ficar por dentro de mais conteúdos relevantes sobre a área médica, continue acompanhando o material preparado pelo Portal de Notícias do Estratégia MED. Aqui, você encontrará informações atualizadas sobre residências, carreira médica e muito mais.