Entre as especialidades médicas que lidam com situações críticas e desafiadoras, a Cirurgia do Trauma se destaca pela importância na assistência imediata a vítimas de acidentes e violências. Profissionais dessa área precisam de preparo técnico, emocional e liderança para atuar com eficiência em momentos decisivos. Neste artigo, você confere o que é a Cirurgia do Trauma, as possibilidades de atuação e como funciona a residência médica na área. Confira!
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O que é a Cirurgia do Trauma?
A Cirurgia do Trauma é uma área de atuação dedicada ao diagnóstico e tratamento de lesões causadas por fatores externos, como acidentes de trânsito, quedas, ferimentos por arma de fogo ou arma branca e outros tipos de trauma físico. O especialista trabalha desde a prevenção e atendimento pré-hospitalar, passando pelo tratamento intra-hospitalar até a reabilitação do paciente.
Para isso, o cirurgião do trauma precisa dominar técnicas específicas, compreender os mecanismos de trauma e saber identificar as alterações fisiológicas e morfológicas decorrentes dessas lesões. Além da capacidade técnica, o profissional deve ter preparo emocional, mental e físico para lidar com situações graves, muitas vezes com risco iminente de morte, e coordenar equipes multiprofissionais em ambientes como salas de emergência, centros cirúrgicos e unidades de terapia intensiva (UTI).
Áreas de atuação do cirurgião do trauma
De acordo com a Demografia Médica 2025, o Brasil conta hoje com 591 médicos especialistas em Cirurgia do Trauma. Esse profissional pode atuar em diversas frentes, relacionadas a diferentes etapas e aspectos do atendimento ao paciente politraumatizado. Entre suas atribuições, estão:
- Participação em programas de prevenção de traumas e acidentes;
- Atendimento e coordenação de equipes no pré-hospitalar (SAMU, resgate e emergências públicas ou privadas);
- Atuação no atendimento hospitalar, especialmente em salas de emergência, centros de trauma e centros cirúrgicos;
- Execução de procedimentos de alta complexidade, como toracotomias de reanimação, laparotomias, fasciotomias, controle de danos cirúrgicos e correções vasculares;
- Coordenação de programas de qualidade e protocolos institucionais de atendimento a trauma;
- Desenvolvimento e liderança de pesquisa clínica e produção científica voltada para a área de trauma.
Além disso, o cirurgião do trauma participa da construção de protocolos para atendimento em eventos de massa, desastres naturais e situações que demandam rápida mobilização de recursos de urgência e emergência.
Como é a residência médica em Cirurgia do Trauma?
A formação oficial na área é realizada por meio de residência médica em Área de Atuação de um ano, voltada para médicos que já tenham concluído previamente o programa de residência em Cirurgia Geral.
O objetivo do programa é capacitar o médico para atuar em todas as fases do cuidado ao paciente traumatizado, desde a prevenção até a reabilitação. Durante o treinamento, o residente adquire habilidades para:
- Classificar a gravidade dos pacientes e estabelecer prioridades de atendimento;
- Dominar métodos diagnósticos, como ultrassonografia (FAST), tomografia computadorizada e ressonância magnética no contexto do trauma;
- Executar procedimentos como vias de acesso cirúrgico, laparotomia, toracotomia, fasciotomias, cirurgia de controle de danos e o uso do REBOA (balão intra-aórtico de oclusão);
- Liderar equipes multidisciplinares no atendimento ao politraumatizado;
- Elaborar projetos de pesquisa clínica e produzir artigos científicos.
A residência também exige que o médico demonstre postura ética, respeito e profissionalismo, além de preparar o profissional para atuar em situações críticas, tomar decisões rápidas e coordenar equipes de forma clara e eficaz.
Mesmo dada a sua importância, a especialidade conta atualmente com 69 vagas autorizadas, sendo que apenas 13 estão ocupadas, o que gera uma taxa de ociosidade de 81,16% no programa, fazendo com que seja uma das especialidades mais ociosas em termos de residência médica.
Confira abaixo a matriz de competências dos programas de residência médica em Cirurgia do Trauma definida pelo Ministério da Educação e quais são as competências esperadas dos residentes ao final da residência:
Se você quer se tornar Cirurgião do Trauma, a melhor forma é ingressando em uma residência médica na área, considerada o padrão-ouro para formação em Cirurgia do Trauma. Para isso, busque uma das instituições credenciadas pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) e que ofereçam o programa. São algumas delas:
- Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP);
- Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); e
- Hospital de Base do Distrito Federal.
Ainda, após cumprir a carga horária da residência médica, do treinamento teórico-prático em Cirurgia do Trauma com duração de dois anos, ou da atuação prático-profissional na área por quatro anos, o profissional deve realizar o Concurso de Certificação na Área de Atuação de Cirurgia do Trauma. A seleção é executada pelo Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) em parceria da Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado (SBAIT).
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