Residência Médica em Cirurgia Geral: rotina, remuneração, estudos e mais!

Residência Médica em Cirurgia Geral: rotina, remuneração, estudos e mais!

É provável que você já saiba que a Cirurgia Geral é uma especialidade da Medicina. Mas, você sabe como funciona a Residência Médica nessa área e o que faz um cirurgião geral? Então acompanhe este artigo que o Estratégia MED preparou e descubra todos os detalhes sobre essa especialidade! 

O que faz um cirurgião geral?

O cirurgião geral é o médico que fez residência em cirurgia geral, podendo ou não continuar a sua especialização em subespecialidades. Desde 2019, os programas de residência em Cirurgia Geral se dividem em Pré-requisito em Cirurgia Geral – 2 anos, não confere o título de cirurgião geral – ou Cirurgia Geral – 3 anos, confere o título de cirurgião geral.

Durante a residência, passa-se pelas diversas subespecialidades, como urologia, cirurgia vascular, cirurgia do trauma, cirurgia torácica, cirurgia pediátrica, cirurgia do aparelho digestivo, cirurgia de cabeça e pescoço, entre as outras subespecialidades a depender da instituição em que se está fazendo a residência. 

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O que é cirurgia geral?

A Cirurgia Geral é uma residência médica para aqueles médicos que desejam exercer a especialidade ou se subespecializar em cirurgia vascular, cirurgia do aparelho digestivo, cirurgia torácica e as mais diversas especialidades que envolvem a área cirúrgica, sendo um pré-requisito o mínimo de 2 anos de residência em cirurgia geral, variando de acordo com a sub especialidade.

Cirurgias realizadas por um cirurgião geral

O cirurgião geral acaba realizando os mais diversos tipos de cirurgia, desde um acesso venoso central ou exérese de nevus, até uma laparotomia exploradora em um paciente oncológico, com reconstrução do trânsito intestinal. Sendo assim, o cirurgião geral é o médico cirurgião com prática para acessar os mais diversos órgãos.

Residência de Cirurgia Geral:

Segundo o Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), a residência em Cirurgia Geral é dividida em 3 anos: R1, R2 e R3 – primeiro, segundo e terceiro ano, respectivamente. Além disso, a Matriz de Competências dos Programas de Residência Médica em Cirurgia Geral e do Programa de Pré-requisito em Área Cirúrgica Básica no Brasil é regulamentada, portanto, o médico residente em cirurgia geral deve passar pelas seguintes fases de aprendizado:

Primeiro ano:

O R1 deve passar obrigatoriamente em ambulatório. Por isso, ele deve atender consultas eletivas, fazer avaliação clínica pré-operatória, solicitar exames pré-operatórios e avaliação nutricional, visando o diagnóstico e a indicação de cirurgias eletivas, as quais são programadas previamente. 

Além disso, nessa etapa o residente deve ser responsável por uma enfermaria, onde os pacientes cirúrgicos são internados. Sendo assim, é responsabilidade dele checar exames pré-operatórios, realizar a reserva de sangue e de UTI, fazer a prescrição diária de pacientes que estão em programação cirúrgica ou ainda pós-operatórios. Além disso, ele deve passar em urgência, emergência e UTI de forma supervisionada. 

São especialidades obrigatórias no R1: Coloproctologia, Urologia, Cirurgia Torácica e Cirurgia Vascular. 

Além disso, o R1 deve dominar os seguintes procedimentos ao final do primeiro ano de residência:

  • cateterização nasogástrica, nasoenteral e vesical; 
  • acesso venoso superficial e profundo; 
  • punção arterial; 
  • drenagem de abscessos superficiais, de tórax e perianais
  • curativo da ferida operatória; 
  • sutura de lesões não complexas de pele; 
  • acesso à cavidade abdominal e fechamento de parede abdominal;
  • acesso à cavidade torácica; 
  • traqueostomias; 
  • toracocenteses; 
  • acesso à loja renal; 
  • postectomias (infantil e adulto); 
  • cistostomias por punção;
  • cirurgia para varicocele; 
  • cirurgia de hidrocele infantil e adulto; 
  • biópsias de linfonodos superficiais; 
  • desbridamentos de lesões de partes moles; 
  • herniorrafia umbilical e epigástrica, 
  • exérese de nevus, cisto sebáceo, lipoma e de unha; 
  • acesso cirúrgico à região cervical; 
  • cricotireoidostomia; e
  • remoção manual de fecaloma.

Segundo ano:

O médico residente que está no R2 deve passar em ambulatórios, acompanhar os pacientes no pós-operatório, fazer o estadiamento dos pacientes no pré-operatório de cirurgias oncológicas, avaliar as interconsultas e ainda ser capaz de realizar cirurgias ambulatoriais. 

O R2 não passa somente no ambulatório, mas também na enfermaria, em que ele deve ser capaz de diagnosticar e tratar complicações presentes nos pós-operatórios, cuidar da estabilização clínica de pacientes cirúrgicos, realizar interconsultas em pacientes de outras clínicas e supervisionar o R1.

Já no final do segundo ano, o R2 deve ser capaz de realizar:

  • laparotomias exploradoras;
  • biópsias/drenagem de abscessos; 
  • colecistectomia – laparoscópica e laparotômica; 
  • gastrostomia/jejunostomia; 
  • cistostomia cirúrgica;
  • enterectomia; 
  • enteroanastomose manual e mecânica;
  • apendicectomia – laparoscópica e laparotômica; 
  • salpingectomia; ooforectomia; ooforoplastia; 
  • esplenectomia laparotômica; 
  • colectomia parcial laparotômica; 
  • ileostomia; 
  • colostomia; 
  • cistorrafia; 
  • herniorrafia incisional; inguinal por inguinotomia; e
  • cirurgias orificiais como hemorroidectomia, fistulectomia anal e fissurectomia anal.

Terceiro ano:

O médico residente do terceiro ano de cirurgia geral deve supervisionar os R1 e R2 em todas as atividades, como no ambulatório de especialidades, de cirurgia geral e de pequenas cirurgias. 

Além das atividades que já deveria cumprir no R2, o residente deve ser capaz de realizar o preparo pré-operatório, diagnóstico, tratamento de complicações cirúrgicas, atendimento de possíveis intercorrências e indicar reintervenção.

No final do R3, esse médico  deve ser capaz de realizar:

  • herniorrafia inguinal recidivada; herniorrafias por videolaparoscopia; 
  • procedimentos anti-refluxo (laparoscópica e laparotômica); 
  • esofagocardioplastias (laparoscópica e laparotômica);
  • esplenectomias laparoscópica; 
  • gastrectomias parciais com ou sem
  • linfadenectomias; 
  • gastrectomia total com ou sem linfadenectomia;
  • hepatectomias simples (sem exclusão vascular, lesões periféricas);
  • derivação biliodigestiva; 
  • papilotomia cirúrgica; 
  • pancreatectomias,
  • colectomia total, retossigmoidectomias – laparotômicas e laparoscópicas;
  • tireoidectomia parcial/total; 
  • nefrectomia parcial ou total; 
  • operações para obesidade mórbida e distúrbio metabólico; 
  • hérnia diafragmática – tratamento cirúrgico (qualquer técnica); 
  • tratamento cirúrgico conservador do megaesôfago; do divertículo esofágico; 
  • amputação abdômino-perineal do reto; e 
  • reconstrução de trânsito intestinal.

Vale ressaltar que durante todos os três anos de formação do cirurgião geral ele faz a parte prática de urgência, emergência e trauma em plantões em pronto socorro, que geralmente duram 12 horas por dia. Sendo assim, o médico, ao final dos três anos, está preparado para realizar a maioria das cirurgias. 

Quanto ganha um cirurgião geral?

O salário de um cirurgião geral pode sofrer variações. De acordo com o site Vagas, esse profissional ganha entre R$ 6.974,00 e R$ 11.0001,00. Já a Catho indica que um cirurgião geral recebe em média R$ 7.114,87.

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Por: Caterina Germino

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